O futebol é fantástico.Provoca polêmicas e pode nos levar aos mais escuros cantos da razão. Também pode nos elevar a desenvolver críticas profundas e nos fazer pensar em todo resto.Espelho de uma sociedade doente, o futebol brasileiro está doente. ATENÇÂO: este é um espaço democrático e assim sendo, penso eu que posso aqui discorrer sobre o meu modo de pensar. Vamos a ele.
Vejo nos últimos anos alguns enganos quase criminosos. Robinho.O primeiro deles.”O novo Pelé” diziam alguns. Olhei este cara jogando duas ou tres vezes pelo Santos e disse a poucos: não vai longe. Vai sumir. É bom jogador.Mas se espera muito dele e ele vai sucumbir as pressões.Vai ser um igual. Foi.
Novamente no Santos, vejam só, testemunho o nasciemnto do Neymar. Muito jovem, rápido, bom jogador, basicamente driblador, artista por vocação, ganhou a mídia e surgiu, “Agora sim” segundo os paulistas, como o sucessor do Pelé. Desta vez, para não errar, muitas reportagens exaltam o “craque” , comerciais exibem o ídolo, programam o sucesso. Fui ve-lo jogar. Comentei: bom jogador, driblador, rápido porque é franzino, mas imaturo.Não vai evoluir.Vai ser um igual. Vai ser, se não deixarem o menino crescer. Esta mídia exagerada querendo que o país se curve aos pés de Neymar está enjoada.Demais pra quem ouve e ve, e le, imagina pra ele que convive com ela. O menino baixa a cabeça e vai.Dribla, dribla e perde a bola. Se tem um marcador muito duro, ou lento, ou ainda desatento, é gol. É bom ter alguem assim no time? sim é. Mas pra Pelé, falta muito…Árbitros punidos por erros contra Corinthians, só contra eles. O resto não é erro. É da profissão. Jogo adiado em favor do Flamengo. Só a favor dele.Porque os outros é que se adaptem as condições de gramado e etc. E reclamem pra ver Serão punidos. E ninguem reclama, não é mesmo?
Fiz estes comentários para tentar demonstrar, rapidamente, a influência da mídia sobre nossos pensamentos. Difícil fugir da opinião de tantos, todos seguindo a mesma linha. Mas se parar para pensar, só um pouquinho, digam-me quantas eles acertam, quantas eles criam e acaba virando verdade de tanto repetirem e quantas podemos desmontar em pouco tempo.
Pessoal, EU SOU JORNALISTA. Por isso mesmo essa mania de desconfiar e de defender teses. Fazer o quê? Sou um deles…
Mas o certo é que a mídia hoje não é o quarto poder do país. É O PODER neste país.
O certo é que jogadores são inventados e somem como poeira. Situações são criadas e atrapalham aqueles que não sabem lidar com elas (crises no INTER?????) Situações são acobertadas protegendo pessoas, instituições, banalisando crimes, fortificando aberrações. Não é pouca coisa não.
E aí, depois de tanto discutir no Beira Rio sobre o que realmente as pessoas pensam, ou o que elas ouviram de alguem em alguma rádio dessas e repetem sem parar, ouço o Fernandão depois de INTER 2 X 2 SPORT.
O que fez Fernandão? pensei muito sobre isso.
Em um país onde sofremos com a corrupção diariamente, onde até mesmo no futebol favorecimentos ilícitos está acabando com o campeonato nacional, onde todos desconfiam de todos e muito pouco de verdade se fica sabendo, Fernandão rompe paradigmas e vai aos microfones (não importa quais) falar do que realmente está vendo no vestiário do INTER.
MEU DEUS. Ele fez isso! Pensei.
Claro que o fato foi reportado, narrado, repetido e analisado. Palpiteiros de plantão foram acionados, colegas de trabalho sem ética alguma comentaram e o que se viu foi um espanto geral.
Tambem me espantei, ainda mais quando ouvi: ” A falta de experiência do Fernandão ” fez com que ele agisse desta forma.Não podia ter feito o que fez.
Muito bem senhores. Não tenho ídolos, a não ser meu pai e minha mãe, figuras que vou reverenciar pelo resto da minha vida.
Conheci muitos atletas e desportistas, de outros esportes inclusive e é claro, estive mais perto de figuras ligadas ao INTER. Mas não me tirem pra tiete. Explicado isso posso expor o que vi.
Vi um técnico que é corajoso. Se até agora ninguem falou como ele, praticamente todos pensam como ele.Inclusive a torcida. Todos sabemos que tem o jogador que desagrega vestiário, que derruba treinador, que comanda negativamente um time. Mas nunca isso foi falado em frente as câmeras de TV antes, porque afinal isso poderia terminar com a carreira dele, o denunciante.
Quem não sabe do jogador que faz corpo mole em campo. treina bem e na hora do vamos ver não corre, não divide…Alguem viu alguma coisa parecida no primeiro tempo do jogo contra o SPORT? Meus amigos, perguntem a quem estava ao meu lado nas arquibancadas praticamente vazias do Beira Rio. Por duas vezes disse: Fulano não está jogando, ciclano está brincando, beltrano não disse a que veio….No intervalo brinquei.” Se bem conheço o Fernando, ele está feito louco agora e este time volta diferente no segundo tempo. Ou fecha.” Voltou diferente, com tempo apenas pra empatar. Mas voltou diferente e a mudança aconteceu principalmente quando Forlan saiu do time.
Portanto, a mim, não me surpreendeu o que disse o técnico do Inter. Me surpreendeu dize-lo.
Porque? Porque alguem tem que acabar com esta palhaçada. Vamos parar com esta coisa de que ” ninguem fez isso antes”. Então vamos continuar mediocres porque ninguem inovou? Sim tem que ter coragem.
Acabar com esta frescura dos jogadores de futebol que ganham muito, prometem mais ou menos e não entregam nada. Fernandão está correto. E a direção, neste caso, também. Em nenhum momento ouvi o técnico colorado dizendo eles são culpados. Ouvi e ouvi de novo e mais uma vez e está lá bem dito. É minha culpa também.
Tem que acabar esta coisa de vestiário que em campo deixa a torcida, os sócios que mantem e amam este clube, perplexos.
Porque não fizemos este nosso futebol mudar? porque não fizemos nosso país mudar?
Porque a frase do ” sempre foi assim” é a mais repetida. Porque a frase do ” não mexe no abelheiro que é pior”, porque a frase do “vamos enrolar aqui e depois se resolve” é a mais dita. tem um comercial que diz isso não tem? Porque em vez destas frases não colocamos uma assim : “Vou dizer a verdade, porque a verdade semrpe vence” ou que tal: ” Vou ser sincero porque aí saberemos o que realmente arrumar”…
Como eu queria que nossa presidenta, ou nosso presidente tivesse coragem de ira para uma cadeia nacional de rádio e tv e dissesse. “BRASILEIROS E BRASILEIRAS. Não posso diminuir impostos porque o sr Fulano de Tal, empresário de renome e dono da empresa XXXXX não paga impostos. E alguem precisa pagar para o país andar. Gostaria que a população decidisse se devemos realmente contratar médicos a mais, pois já temos muitos servidores públicos e ocorre que nossos médicos não gostam muito de trabalhar. E seria importante talvez, que a população soubesse, que as reportagens que foram veiculadas e publicadas na ultima semana só acontecerão porque tivemos um atraso monumental na arrecadação, como expliquei antes, e acabamos atrasando o pagamento da publicidade.Mas não se preocupem totalmente, afinal, dos 100 mil professores que temos, cerca de 45 mil aceitam continuar estudando para melhor ensinar. Até porque o restante está bem preocupado em fazer greve….”
Enquanto as verdades não forem ditas, a situação não muda.
Mas corremos risco? o Inter corre risco a partir do que seu técnico falou? Sim corremos. Mas não corremos risco ao ver jogadores se arrastando em campo e perdendo no primeiro tempo, por dois a zero, para o último colocado na tabela? Não corremos risco quando não decidimos nada a respeito de nosso país e fingimos que não desconfiamos de nada, acreditamos cegamente na imprensa e deixamos tudo nas mãos dos mesmos de sempre?
Senhores a imagem do Internacional não estará arranhada se nossa equipe, nosso time, entrar em campo sempre com gana de vitória.Mas estará estraçalhada se nossos jogadores jogarem apenas para cumprir tabela. Sei que é forte comparar questões tão sólidas e importantes de um país com o futebol. Mas foi no futebol que aprendi muitos valores que posso repetir em qualquer situação de minha vida. É no futebol que a mania de enrolar deste país pode começar a cair. Ou podemos continuar como
quer o senhor honesto Luxemburgo! Sem dizer em publico as verdades, assim podemos enrolar nos vestiários e deixar que os bobos continuem nas arquibancadas…
Olá Adriana! Em parte também gostaria que o time sofresse um tal de “tratamento de choque” pois os resultados não são bons! Discordo sim, da maneira como esse tal tratamento foi conduzido, até porque no meu diagnóstico não aparecia a falta de empenho dos atletas como o principal problema do time mas um notado desentrosamento ou desestruturação, em função da falta dos principais jogadores em boa parte dos jogos, pelos diversos motivos que já estamos carecas de saber e debater aqui mesmo no BAC e ainda a falta de eficiência ofensiva da equipe. As modificações constantes causam uma desestruturação em qualquer esquema tático, Os jogadores correm errado, se cansam com mais facilidade e as jogadas não saem, ou, quando saem é no sacrifício. Quem já jogou futebol um dia, mesmo que seja amador ou por diversão, sabe muito bem disto! E por ai também passam as escolhas do treinador. Cadê o Rodrigo Dourado que foi inventado no primeiro tempo do jogo contra o Sport? O Kleber vai continuar jogando no meio ou na lateral? E o Elton? E o Marcos Aurélio? Aí são os bons jogadores que devem correr mais que os nulidades que não tem capacidade técnica de dar um passe de 5 metros? Pois bastou voltar alguns titulares e o ataque acertar o pé, para uma vitória tranquila ontem. Sinceramente não vi nada diferente das partidas anteriores, exceto a sorte de fazer um gol logo no início e os atacantes com mais eficiência nas finalizações. Continuo com as minhas convicções a respeito disso tudo: O Fernadão não devia ter exposto o grupo de jogadores ao crivo da imprensa, por tudo que foi exposto sobre a mídia no texto acima, com o que eu também concordo em número, gênero e grau! São, no mínimo, coniventes com as falcatruas do centro do país. Roupa suja se lava em casa e o treinador já havia resolvido o problema no intervalo do próprio jogo contra o Sport, pois pelo que vi em campo merecíamos a vitória e até com larga margem de gols, tamanha foi a superioridade no segundo tempo. Tomara que dê tudo certo e que o feitiço não vire contra o feiticeiro! Precisamos sim, de dois laterais/alas mais eficientes! Até quando Nei, Fabrício, o sempre no DM Kleber e um tal de ratinho? Não se aproveita um, se quer? Ainda não joguei a toalha. Vaga na Libertadores ainda dá, mas só com o time absolutamente titular e sem essas lendias ou invenções: Elton, M. Aurélio, Dalton, etc… Saudações Coloradas! Claudio Saldanha
Adriana,
Também faço coro a admirar a atitude corajosa do Fernandão.
Estava em S.Paulo e acompanhei tudo pela imprensa e no próprio Blog.
Trabalhei anos em RH e não julgo recomendável críticas particularizadas em público, notadamente na presença da mídia.
No entanto, esse grupo do INTER estava, sim, precisando de uma sacudida, ou melhor dizendo, de um tratamento de choque.
Ao que parece, foram esgotadas outras medidas como conversas fechadas, punições e afastamentos por indisciplina. O que se via era um fardo muito pesado que vinha suportando o técnico colorado. Afinal, um time de futebol resulta sobretudo de um trabalho de equipe. Cometeu equívocos como treinador é verdade, mas não se pode negar que tentou as mais variadas alternativas de acertar o time. Isso é apenas parte do problema, afora outros de lesões e convocações que não lhe permitia escalar todos os titulares.
Em contrapartida, notava-se um grupo sem dedicação, atitude e seriedade para jogar, culminando com o vergonhoso 1º tempo contra o Sport. Ao invés de darem o máximo, via-se marasmo, moleza e desdém de alguns ditos medalhões em campo.
Não tenho dúvidas que a atitude tomada foi premeditada. O Correio do Povo estampou o dado em sua edição de sábado e o próprio Fernandão admitiu ter sido o fato consciente e o fez pelo bem do INTER. Pelo visto com aval da Direção, especialmente Luciano Davi, que deveria ter sido o operador da medida, mas não coragem um perfil corajoso para tanto. Tendo sido Fernandão um jogador e capitão exemplar, a ponto de ser o homem que dava as dicas de dentro do campo a Abel (admitido em entrevista pelo próprio) e dotado de grande sinceridade e motivação a seus companheiros (alguém já esqueceu de seu brilhante discurso no vestiário antes do jogo contra o Barcelona?) era o que possuía autoridade moral e coragem para tanto.
Como citei acima, não sou adepto a repressões particularizadas em público, embora, por ironia, elogiar seja um ato até recomendável de fazê-lo.
O que destaco realmente foi a atitude corajosa de alguém que falou publicamente a verdade que, aliás, era vista e conhecida pelos próprios torcedores. E ainda relevo parte de suas palavras mais ou menos no seguinte teor : “O INTER deve estar acima de tudo e eles devem dar o máximo pelo INTER.” Pergunto: Afinal são ou não são profissionais de salários milionários? Lembrando que em toda relação de empregado/ empregador a contraprestação deve ser respeitada.
Quanto à mídia sempre vigilante em sua farsa e hipocrisia a ponto de semanas atrás nem darem grande destaque à atitude similar do técnico da Azenha, que repreendeu em público seus comandados (com palavras mais suaves talvez) e os senhores da imprensa quase calados tendo alguns até elogiando sua atitude.
E Felipão, quantas vezes o vimos reclamar abertamente de seus jogadores. Ele pode, não é? Mas como era o Fernandão técnico colorado e prato preferido da mídia, a dimensão foi diferente.
Só espero que a atitude surta os efeitos a partir de hoje, porque está na hora desse grupo apresentar o futebol que tanto se espera do mesmo.
Saudações Coloradas