O Campeonato Brasileiro de 1975 foi disputado por 42 equipes.
Na primeira fase os times foram divididos em 4 grupos, 2 com 10 equipes e 2 com 11.
O INTER foi líder do seu grupo, que contou com 11 equipes, imediatamente a frente de São Paulo, Vasco da Gama, Goiás e Sport.
Na segunda fase, novamente o INTER foi líder de seu grupo, que tinha 10 equipes. O destaque, no entanto, foi o Santa Cruz, que foi vice líder do grupo, a frente de São Paulo, Flamengo e Grêmio.
Para a terceira fase, se classificaram 16 equipes…que foram divididas em dois grupos de 8 equipes.
Desta vez, o Colorado acabou como vice líder, atrás do Santa Cruz, e se classificou pelo critério de desempate frente o Flamengo.
Neste ano, o Santa Cruz se tornou o primeiro time nordestino a passar para a fase final do Campeonato Brasileiro.
Nas Semifinais, o INTER eliminou o Fluminense, a Máquina, ao vencer por 2 a 0 em pleno Maracanã, com cerca de 98 mil pessoas, com gols de Lula e Carpegiani.
O outro finalista foi o Cruzeiro que eliminou o surpreendente Santa Cruz, no Arruda, com uma vitória de 3 a 2.
Pela primeira vez a final não contaria com equipes cariocas e paulistas.
O jogo final aconteceu no Beira Rio…e foi um jogo de gigantes…
Eis a ficha técnica…do primeiro título brasileiro de uma equipe gaúcha.
INTER 1 × 0 Cruzeiro
Data: 14 de Dezembro de 1975
Local: Beira-Rio, Porto Alegre
Público: 82.568
Árbitro: Dulcídio Wanderley Boschilia (SP)
Gol: Figueroa 56′ ( O GOL ILUMINADO )
INTER: Manga; Valdir, Figueroa, Hermínio e Chico Fraga; Caçapava, Falcão e Paulo César; Valdomiro (Jair), Flávio e Lula. Técnico: Rubens Minelli.
Cruzeiro: Raul; Nelinho, Darci Menezes, Morais e Isidoro; Piazza, Zé Carlos e Eduardo; Roberto Batata (Eli Mendes), Palhinha e Joãozinho. Técnico: Zezé Moreira.
O INTER jogou 30 partidas, venceu 12 marcando 3 ou mais gols, 7 vitórias “normais”, empatou 8 e perdeu 3. Marcou 51 gols e sofreu 12 gols.
A partir desta data, o INTER colocou o seu nome no lugar mais alto do pódio e não saiu mais. Todos os compeonatos que entra, sempre é um dos favoritos, pela estrutura que o Clube criou e sua fantástica torcida de mais de 100 mil sócios.
Com o evento da Copa do Mundo, o Beira-Rio toma novas formas e vira o Gigante para Sempre, para abrir grandes partidas e aumentar a sua galeria de troféus.
Fonte : Blog do José Renato
Evandro Milani
INTER, nada vai nos separar
EU NEM TINHA NASCIDO, MAS Inter é Inter, como diz R49…
Bah! Mas que belíssima lembrança! Eu também estava lá, sim. Lembro como se fosse ontem. Fomos numa turma de uns 20 guris de uns 14/15 anos mais ou menos e quem nos levou ao estádio, de chevette branco, em várias viagens, foi o “Polenta”, um amigo do meu irmão mais velho (Valdir-bala) que foi conosco também, claro que o “polenta” era nosso amigaço também e bem que eu gostaria de saber por onde anda! Chegamos no Beira-Rio por volta das 9 horas da manhã prá assistir o jogo que seria às 5 da tarde, para a época, parecia algo insano, mas somos colorados de coração e queríamos a glória da conquista do Brasil pela primeira vez.. Levamos galinha enfarofada, refri e Q’suco feito em casa hehehe Nos posicionamos nos últimos degraus da arquibancada superior, bem do lado onde eram as chaminés da churrascaria Saci, na direção do prolongamentio imaginário da risca da grande área da goleira onde viria a consagrar o “Golaço Iluminado” do inesquecível Dom Elias Ricardo Brandel Figueroa. Bem! a visão daquele maravilhoso mar vermelho era uma coisa de cinema. Era magnífico ver aquele tremular das bandeiras coloradas, os gritos da massa vermelha ecoando pelo Gigante da Beira-Rio como que a prenunciar a grande conquista que viria no finalzinho daquela escaldante tarde de 14 de dezembro de 1975! Sport Club Internacional – Campeão Brasileiro! O primeiro clube de futebol do Rio Grande do Sul a conquistar um título em nível nacional, que lembrança maravilhosa, daquelas que ficam para a eternidade. Ah! No ano seguinte teve o Bi e também é outra história épica do nosso Colorado! Eu nunca me esquecereeeei! Dos diaaaas que passeeeei! Contiiigo Inteeer! Coloraaaado é coraçããão! Trago amor e paixããão! Prá sempre Inteeer! Saudações Coloradas!
Eu também estava lá. Lembro que foi um tumulto muito grande na entrada. Eu tinha 15 anos e fui com o meu irmão ( 17 ) e um amigo. Ficamos um tempão em pé, esmagados numa das rampas. Quando abriram os portões eu me perdi do meu irmão e acabei assistindo sozinho abaixo do placar. Naquele dia eu tinha R$ 10 no bolso, o que deu para passar o dia com 3 picolés de limão e o meu irmão quase não viu o jogo tentando me achar. Diz ele que me chamaram pelo auto-falantes, mas eu não ouvi nada. A festa foi enlouquecedora, assim como o desespero dos meus pais vendo o meu irmão chegar sozinho, mas logo cheguei e tudo virou somente alegria. INTER campeão Brasileiro. Claro que cheguei em casa faminto..hahaha.
Eu completei 10 anos de idade naquele 1975. E desde a inauguração ia com meu pai no Beira Rio. Naquele dia ficamos no meio da arquibancada bem embaixo da marquise da “Maior torcida do Rio Grande”. Lembro que fiquei nervosa e quando saiu o gol meu pai me jogava pra cima (com facilidade porque sempre fui elegante demais) e eu mal conseguia gritar. Ele sempre fazia isso nos gols colorados, mas daquela vez ele gritava tanto que entendi que nada mais seria igual aquele dia. Momento como aquele, só depois do gol d gabiru31 anos depois. Ele mais uma vez aos berros e eu em silencio, ouvindo emocionada, ao telefone, aquele que me mostrou desde tão cedo o que era a alegria de ser colorada. Só um detalhe.: quando me jogava pra cima em seu colo em 1975, ele não sabia que meu MUSO daquele time sempe foi Dom Elias Figueroa. Tinha um físico aquele senhor…
Eu não estava lá, pois tinha apenas 03 anos e ninguém me levou rsrs…Mas imagino pelos depoimentos e imagens daquela tarde memorável a emoção que todos sentiram…História se mantém viva assim, com recordação e com reverência a todos que fizeram parte dela! Parabéns a toda família COLORADA !!!
Evandro,
Eu estava lá. Era um domingo ensolarado com um calor daqueles.
Na época não tinha essa de sócio check in ou ingresso via internet. Comprava-se momentos antes da partida nas bilheterias ou de cambistas, estes com valores bastante elevados.
Cheguei com um grupo ainda pela manhã e o jogo seria às 17 horas. Dá pra acreditar? Pois é, levamos lanches e a cerveja corria solta dentro do Beira-Rio. O problema era conseguir encontrar o vendedor.
E lá estavam mais de 80.000 torcedores e não era para menos porque o INTER representava um clube gaúcho que, pela primeira vez, iria decidir um título nacional. Seria como foi, a maior conquista do Rio Grande até então.
O jogo foi entre gigantes. Eram, sem dúvida, os dois melhores times brasileiros, ainda mais que, no domingo anterior, o colorado massacrou a “Máquina Tricolor” tida pela mídia como a melhor, mas depois do que viram os cariocas e os 2 x 0 no Maracanã não tiveram dúvidas de começar a admirar o nosso INTER que, para mim e muitos colorados, este foi o melhor time da história.
Foi um jogo equilibrado, de um lado tinha um INTER de Manga, Figueroa, Falcão, Caçapava, Paulo César (Carpeggiani), Flávio Lula entre outros. Mas os cruzeiristas tinham Raul, Nelinho, Piazza, Zé Carlos, Palhinha como destaque. Um timaço.
O 1º tempo terminou 0 x 0. No intervalo comentávamos que o time que faria o gol venceria, porque tudo estava a indicar que o placar seria escasso.
E eis que pelos 12′ do 2º tempo surge uma falta na direita de ataque colorado e o grande Valdomiro, do qual já escrevi que pode não ter sido o melhor jogador colorado de todos os tempos (talvez tenham sido Falcão ou Tesourinha), mas acredito que o Valdô tenha sido o mais eficiente.
Pois bem, Valdomiro cobrou a falta, uma bola alçada na área cruzeirista. Milimétrica na cabeça de Dom Elias Figueroa que saltou mais alto do que os defensores adversários e cabeceou na meta de Raul que não conseguiu defender. Onde Figueroa pulou havia um facho de luz solar, por sinal o único lugar onde ainda havia sol no estádio. Daí o chamado gol iluminado de Figueroa.
A partir daí, meus amigos, o Cruzeiro veio pra cima. Um sufoco danado e eu estava sentado nas gerais atrás do gol de Manga (lado do Gigantinho) e assistia aquelas faltas batidas pelo Nelinho, tido como o mais potente chute do futebol brasileiro, e lá estava o Manguita defendendo tudo que aparecia. Fez defesas sensacionais até com uma mão. Para mim o melhor goleiro colorado de todos os tempos.
O tempo foi passando mantido o 1 x 0 até o final e o INTER sagrava-se CAMPEÃO DO BRASIL. Inesquecível. Momentos de êxtase da torcida.
Dos jogos mais emocionantes que assisti do nosso colorado, depois da partida contra o Barcelona, em que nos sagramos CAMPEÕES MUNDIAIS FIFA, este considero o segundo. O 14 de dezembro de 1975 jamais saiu de minha memória. E não é para menos. Que dia meus amigos, que dia!
Saudações Coloradas
Heleno
Alô você Evandro!
Eu estava lá. Atraz da goleira oposta ao gol do Capitão dos Andes, na arquibancada superior. O time do Cruzeiro era um baita time, mas o time do Inter além de bons jogadores eram todos atletas e tinha um cara na “casa mata” chno meu entendimento o Inter foi campeão quando triturou a “Máuina” do F.Horta, Riva e etc, em pleno Maracanã com Show do Paulo Cesar (Carpegianni, não, por favor!).
Parabéns, viajei no tempo.
SC