Nada mais foi tão previsível do que a vitória do Inter ante o seu arquirrival Grêmio no clássico em Erechim. Nada, nem mesmo a famosa la boba de D’Alessandro vitimando algum adversário seu.
O Inter venceu o Grêmio. Os titulares venceram os reservas.
Previsível.
Mas o Gre-Nal jogo, o Gre-Nal que viu um Forlán em boa tarde e que viu o Muriel salvar o seu time do sempre violento chute de pé esquerdo do Léo Gago e falhar infantilmente na cobrança de falta do Fernando, esse Gre-Nal não foi previsível. Acontece que o Inter não deixou ele ser previsível.
O Gre-Nal que digo, vejam bem os leitores, é o jogo, o Gre-Nal nas quatro linhas.
Pois é, ele foi imprevisível. Acabou tornando-se imprevisível, a bem da verdade. Porque a previsão tanto do colorado quanto do gremista antes do embate, e isso se podia constatar em todos os meios e espaços possíveis, a previsão era de que o Inter venceria fácil, fácil o time que havia sofrido, dias atrás, quatro gols do São Luiz e de que, sobretudo, esse Inter venceria com certa facilidade e com bom futebol os reservas do Grêmio.
Nadinha disso aconteceu no Colosso da Lagoa. Previsão furada.
O Inter apresentou um futebol barato para o seu torcedor em Erechim; foi um Inter razoável. Está bem, registre-se: houve lances de boa técnica, houve jogadas em que se podia enxergar o fruto do bom trabalho – como o gol de Leandro Damião, que foi construído majestosamente desde o campo de defesa pelos colorados. Está bem: registrado. No entanto, houve momentos no Gre-Nal dos quais emanava um Inter desligado, apático, que aceitava pacificamente o Grêmio reserva agredindo.
Mas como??? Reservas agredindo titulares??? Imprevisível. Melhor: inacreditável! Apesar de toda a fantasia e o mistério que circundam um Gre-Nal, imprevisível, inacreditável, visto que os gremistas, irmanados aos colorados, previam o contrário; previam que o Inter faria, inclusive, um atentado futebolístico no clássico. Que o Inter massacraria o time do até então incólume em Gre-Nais Roger.
O Inter não massacrou, não houve atentado, os colorados e os gremistas malograram em sua previsão.
Previsível foi a vitória. Imprevisível o placar.
Mas, mantendo minha coerência, eu preciso dizer que é aceitável o desempenho insatisfatório, de certo modo, do time de Dunga. Eu preciso ser coerente. Se no empate com o Novo Hamburgo eu clamei aqui por paciência aos colorados que já não a tinham, eu tenho de clamar, após esta vitória colorada no Gre-Nal de Erechim, paciência aos colorados.
Compreensão, principalmente.
A temporada recém está começando. Dunga sequer sabe de cor alguns dos nomes de seus jogadores. O ano engatinha. O time engatinha. O ideal projeta-se para o futuro.
Concordo com tua análise Pedro! Assim como no primeiro tempo, dominamos a partida e abrimos o placar, tudo dentro de uma previsibilidade, no segundo, fomos dominados e agredidos, numa imprevisibilidade surpreendente, face às circunstâncias do jogo! O jeito é dar mais tempo ao tempo e ver como o time evolui daqui para a frente! Saudações Coloradas!