Minha Tia Asteróide tem uma teoria. Por mais simplória que possa parecer, ela tem me ajudado a definir prioridades e enxergar problemas em vários aspectos do meu dia a dia. Basicamente, esta teoria enxerga a nossa vida como sendo uma casinha sustentada por 5 pilares:
1. Relações interpessoais: Este pilar diz respeito a como é a sua interação e inserção no seu circulo social. Aqui entram os seus amigos, sua família, seus amores, namoradas, conhecidos etc. É importante, porque afinal “nenhum homem é uma ilha isolada”;
2. Trabalho: Você tem um trabalho que te dá ânimo pra levantar toda manhã ou é apenas algo pra preencher 8 horas no seu dia? Você tem um trabalho que ocupa a sua mente ou um que não exige muito intelecto? Coloco o trabalho num pilar separado, porque acredito que trabalhar dá gás pra tocar muitos outros projetos na sua vida. Embora nem todos tenham o trabalho que gostariam, estar desempregado gera muito mais angústias e frustrações;
3. Saúde: Tudo bem que você não é nenhum modelo de ‘geração saúde’ e tem preguiça até de pegar o controle remoto em cima da TV. Mas você pode ao menos caminhar, se locomover e fazer algum esforço? Pronto, então mãos à obra;
4. Inter: O mais controverso dos pilares. Como explicar uma semana perfeita se chega domingo á tarde e teu time perde o Grenal por 1×0 com gol do Elano? Nada se sustenta de positivo se teu clube não te dá orgulho. Parece meio esquisito pra quem não gosta de futebol, mas a “corneta” a teu favor é o que faz a gente esquecer a gripe, o carnê do carro financiado e a nota baixa em Matemática.
5. Dinheiro: Que os “bicho-grilo” não me escutem, mas acho que ter dinheiro é importante, sim. Não precisa ser muito dinheiro, apenas o básico pra poder sair com os amigos ou a namorada, ir ao dentista de vez em quando e conseguir chegar ao trabalho no horário. O dinheiro seria aquele que ajudaria a manter os outros pilares mais bem cuidados.
Dito isso, Tia Asteróide chega ao momento de analisar como está a nossa “casa”. Se estiver com os cinco pilares, ótimo. Agora percebam que se nosso teto for sustentado por apenas 4 pilares, dá a sensação que está faltando alguma coisa, uma insegurança de que tudo vai desabar a qualquer momento. Se estiver por apenas 3 pilares, ele ainda se sustenta, mesmo que com mais dificuldade, mas por dúvidas, chame a defesa civil.
Vamos aos exemplos:
- A pessoa não tem saúde (ou saúde frágil), mas tem amigos ou família, dinheiro e um trabalho? Oscar Niemayer era um exemplo disso. Ele tinha uma saúde muito frágil, mas tinha amigos, um bom dinheiro e tem um trabalho que era reconhecido mundialmente;
- Faltam amigos, mas temos dinheiro, trabalho e saúde? É só uma questão de mudança de atitude e rapidamente se consegue fazer novas amizades. Um exemplo seria o Tony Stark, personagem do Homem de Ferro;
- Não temos dinheiro, mas temos trabalho, família ou amigos e saúde? Forrest Gump mostrou que trabalhar duro e viver bem com as pessoas à sua volta traz o dinheiro como consequência.
- Ter condições de ser campeão da Libertadores mas ter um time medíocre para isso…de que adianta participar de grandes torneios se for para fazer fiasco? Dubai 2010 é um bom exemplo disso (macaco, olha o teu rabo!).
- O garoto não tem trabalho, mas tem família/amigos, dinheiro e saúde? É o caso de muitos herdeiros por aí. Pode parecer uma vida fútil, mas que segue bem do mesmo jeito. O Riquinho parece ser um ótimo exemplo disso.
Os maiores problemas começam quando duas ou mais pilastras estão desabando ou já não existem mais. Nessa hora é preciso fazer uma reforma completa na “casa”, ver o que esta faltando e correr atrás do prejuízo. Contratar o Dunga ou por tudo nas mãos do “profexor”, pois a Arena não é nossa (e nem deles!). Afinal, a casa ta caindo!
- O cidadão não tem saúde e nem dinheiro, mas tem uma família pra sustentar e um trabalho – que pelo visto não remunera tão bem. Nesse caso a situação está complicada, mas ainda dá pra tentar resolver, indo a um posto de saúde pública ou procurando um emprego melhor – ou se alistar no exército e passar por uma experiência científica, no caso do Capitão América;
- A pessoa não tem amigos, família, nem saúde, mas tem um trabalho e dinheiro. Isso me parece um trabalhador compulsivo que ganha um bom dinheiro, mas não tem com quem gastar e perde a saúde de tanto trabalhar. Que tal o Sr. Burns, dos Simpsons, para este exemplo?
- E um caso extremo, onde o cara não tem saúde, dinheiro e nem trabalho, mas tem a família e os amigos. Nesse caso se encaixam os muito doentes, que não conseguem nem procurar emprego.
- Ou ainda, o cara tem um bom time mas os jogadores estavam na “zona de conforto” e a temporada que se passou só o fez passar vergonha. Talvez seja um caso de paixão: Paulo Paixão.
Dá pra montar infinitas combinações, mas de qualquer forma, Tia Asteróide gosta de reduzir as análises a estes aspectos, pois assim fica mais fácil identificar pontos fracos e melhorias. Felizmente, sou uma cidadã de 5 pilares – lógico que nem todas as minhas pilastras têm a mesma altura ou a mesma força, mas estão lá – e posso levar uma vida bacana. E você, está com a sua casa bem estruturada? É campeão Intercontinental ou FIFA? Como você mede a qualidade da sua experiência de vida?
Era isso. Beijocas coloradas….
Alô você!
Brilhante seu texto, Simone, digo Tia Asteróide!