Será?

Será?

Em minha postagem de hoje, sei que vou “entrar” em uma seara difícil de lidar, mas, como um simples torcedor do nosso Internacional, não sou de ficar calado quando não concordo com alguma situação difícil de entender.

Será que se o episódio na Bolívia, provocado por uma atitude, no mínimo, condenável, pois colocava em risco a torcida adversária, tivesse infelizmente envolvimento de alguém da nossa torcida Colorada ou de algum outro clube, gaúcho ou não, com exceção dos “mesmos protegidos de sempre”, haveria um jogo de “compensação” da seleção brasileira?  Compensação, não sei de que…

Não sou totalmente contra qualquer tipo de reparação à família do torcedor que infelizmente veio a falecer, mas acredito que a perda de um filho, nenhuma forma de reparação é possível. Promover uma partida de futebol entre seleções? Dar uma compensação em dinheiro à família? Isso é reparar? Se acreditarmos nisso, uma vida não vale nada, apenas a troca por alguma quantia em dinheiro.

Por outro lado, não consigo entender como uma confederação pode prejudicar os clubes brasileiros convocando seus jogadores, em plena disputa de competições, para fazer, ao meu modo de ver, política, não sei a quem interessa agradar a Bolívia e colocar algum dinheiro boliviano no bolso dos bolivianos. Incrível, não? Vocês não acreditam que o mais certo seria o clube, infelizmente envolvido nesse lamentável episódio, provocado por seus torcedores, que portavam não um sinalizador, mas vários, assumisse totalmente todas as consequências da tragédia, que veio a provocar a morte de um inocente torcedor boliviano.

Vocês devem pensar que posso estar sendo muito drástico, mas gostaria de lembrar que infelizmente para o mundo do futebol brasileiro, alguns torcedores do clube envolvido, pertencentes a torcidas organizadas, já vem provocando incidentes graves em outros eventos já há muito tempo.

É lógico, gostaria de deixar bem claro, que nem todos que pertencem a torcidas organizadas são irresponsáveis, mas fazem parte de um grupo organizado e, assim como em qualquer coletividade, existem a maioria de pessoas boas e alguns poucos que são verdadeiros marginais travestidos de torcedores. A essa pequena quantidade de falsos torcedores, formado por marginais infiltrados, ao meu modo de ver, a lei deveria ser cumprida a risca. No caso específico da Bolívia seria muito importante identificar a origem dos recursos utilizados pelos torcedores para a ida ao país amigo e ao jogo, assim como a identificação exata de todas as causas responsáveis pela tragédia.  Não me parece lógico, agora, mesmo com a hipocrisia reinante, acreditar que esse seja um episódio isolado na Libertadores da América ou na Sul Americana e querer culpar somente um ou mais torcedores. Quantos episódios já aconteceram antes, sem nenhuma atitude séria das confederações. Quando o tribunal recém-formado na Libertadores da América, toma uma atitude séria, proibindo a presença da torcida do clube envolvido em jogos, o mínimo que se esperava, apesar da importância da exigência de justiça com os envolvidos no triste episódio, pois são torcedores brasileiros e precisam de apoio, é a solidariedade à medida tomada e não a promoção equivocada de um jogo da seleção brasileira na Bolívia. Para se ter uma ideia do tamanho do absurdo desse jogo, tomamos como exemplo a presença da seleção brasileira no Haiti, em missão humanitária, plenamente aceitável e elogiável, mas, agora, qual a razão que justifique esse jogo, a não ser o interesse em “ajudar” um clube já protegido demais por altos investimentos de patrocínio, inclusive de empresas estatais, e que tem sua torcida identificada e “cantada em prosa e verso” por parte da imprensa, como “um bando de loucos”.

Por essa e outras razões, em postagem anterior, coloquei que existem sinais evidentes de violência crescente no mundo do futebol brasileiro (apedrejamentos de ônibus, enfrentamento de torcidas, quebra de cadeiras, depredação de banheiros, agressões a jogadores, mortes e tantas outras coisas lamentáveis) e que, se não forem tomadas atitudes corajosas e enérgicas, “separando o joio do trigo”, teremos ainda situações ainda piores, colocando em risco nossa segurança e de nossos filhos.