Jô, réu confesso

Muitas vezes o torcedor fica a se perguntar porque as coisas aconteceram desse ou daquele jeito. Via de regra para que não se perca um bom negócio ou mesmo para que se recupere valores colocados em um negócio que prometia ser bom e não deu certo a verdade é omitida. Poucas vezes ela vem à tona com clareza de detalhes. A versão ganha em confiabilidade quando o protagonista é réu confesso.

As vezes tecemos considerações sobre coisas que desconhecemos. O trecho da entrevista abaixo foi produzida por Bruno Andrade e Guilherme Palenzuela, e publicada no Jornal LANCE EM 26 de maio último. Percebe-se nela que o jogador da razão a direção Colorada pela atitude de, digamos, “facilitar sua saída”.  A nosso juízo isso poderia ser mostrado ao pessoal das categorias base para que eles vejam como um profissional promissor pode colocar tudo a perder. Ainda é tempo.

A nós cabe ler e fazer nosso julgamento.

JÔ
Jô de certa forma se condena e absolve direção Colorada (Imagem: LANCE)

LANCE!Net: Você e o Atlético-MG vivem grande fase. Quais os motivos de tamanho rendimento?
Jô: É tudo confiança. Quando você tem confiança tudo fica melhor. E eu estava sem confiança, não estava jogando, aconteceram algumas coisas extracampo, problemas, enfim… Cheguei aqui pelo fato de não ter jogado no Inter, desacreditado por algumas pessoas. Aqui, tive a confiança do presidente, do Cuca e da torcida. Mesmo com meu histórico extracampo do Inter. Eles confiaram no meu futebol. Hoje, me sinto uma pessoa mais confiante e posso jogar um bom futebol.

L!Net: O que de fato aconteceu no Internacional. Você pode falar?
Jô: Atitudes minhas erradas, precipitadas algumas vezes. No meu modo de pensar, eles também tomaram atitudes precipitadas, mas às vezes necessárias. A gente se incomoda um pouco de estar no banco, nenhum jogador gosta. Aí, acabou juntando uma coisa com a outra e isso interrompeu minha passagem pelo Inter. Às vezes, você faz uma coisa para acontecer outra. Hoje, no Atlético-MG, estou vivendo meu melhor momento; É claro que algumas coisas a gente se arrepende de ter feito, mas aconteceu…

L!Net: Do que se arrepende?
Jô: Do que fiz fora de campo. Na época, estava solteiro. A gente acaba extrapolando em algumas coisas. No caso de em um evento você beber demais e extrapolar, pelo fato de estar no banco e não estar jogando. Estava com alguns problemas particulares na família também. Com tudo isso na cabeça, você acaba fazendo algumas coisas fora de hora, coisas erradas. No Inter, algumas coisas às vezes não têm muito diálogo. Por isso, acho que poderia ter ficado dentro do clube, mas acabou acontecendo. Mas, enfim, tive que pedir desculpa para muita gente quando cheguei aqui (no Atlético-MG), porque fui julgado, ouvi muita coisa ruim. Acho que muitas pessoas que me julgaram errado, hoje, me aplaudem pela boa fase.

5 thoughts on “Jô, réu confesso

  1. É isso mesmo, Melo! Alguém com capacidade aglutinadora, sem afastar-se dos princípios disciplinares que norteiam o COLORADO. As sargentiadas só pegam bem e funcionam no glorioso Exército Brasileiro. No Beira-Rio as abordagens de problemas de indisciplina devem ser feitas de outro modo. Multas, que doem no bolso, por exemplo, e não punem o Clube. SC

  2. Outro dia eu estava refletindo sobre alguns acontecimentos pós-Mazembe e, em especial sobre o ano de 2012, que todos gostariamos de esquecer no que diz respeito ao desempenho do INTER. E lembrei do tempo perdido com o Dorival Junior no comando. O mesmo treinador que discutiu em frente às cameras com o craque Neymar, quando treinava o Santos, lembram? Não que o Neymar estivesse totalmente certo em afrontar o técnico, mas totalmente errado ele não estava, pois quem saiu do clube da Vila foi o Dorival! E aqui ele já chegou sargentiando, como se diz. Lembro de um jogo contra o próprio Santos, na Vila, em que levamos 3 gols e um vareio, quando o Dorival deixou Dagoberto e Tinga fora do jogo, como punição por terem chegado atrasados em um treino. A história do Jô já está bem esclarecida. O Jô é mesmo réu confesso, mas assinala que FALTOU DIÁLOGO. Depois teve o FERNANDÃO, para quem torci muito, mas que não deu certo. Pois o FERNANDÃO também bancou o sargentão. Entre várias brigas, acabou mandando o jogador JAJÁ embora! FALTOU DIÁLOGO, não acham? JAJÁ é melhor do que qualquer outro jogador da função que temos hoje no banco!Tenho pensado, ainda, sobre a questão DÁTOLO. Será que estava mesmo lesionado ou o que falta ainda é DIÁLOGO? Gostaria muito de ouvir a voz do DUNGA e do PRESIDENTE LUIGI a respeito desse contexto todo. Afinal, sou torcedor do SPORT CLUB INTERNACIONAL. Não quero ver o meu time PUNIDO a pretexto de se punir jogadores. E embora goste da firmeza do DUNGA, pois conquistou o grupo de jogadores, não quero ver mais ninguém sargentiando no meu Clube do Coração. O que acham disso? SC

    1. Alô você Aquidaban!
      Com certeza podes ter razão. estaria faltando alguém para “chamar de canto” esse pessoal e tentar o resgate? É possivel, é bem possivel.
      SC

  3. Perfeito, a linha de pensamento foi muito bem entendida, mas o que se pretendia era que fosse tornado publico o acerto (ou conserto) da direção. É que por vezes se tem a idéia de que se poderia fazer algo antes de “manda-lo caminhar”. Como se percebe na entrevista a direção agiu corretamentte, não havia mais nada a fazer.SC

  4. Explica, mas não se justifica. Ao meu modesto modo de ver as coisas do futebol, assim como na vida, ninguém é assim tão bom que não possua também algumas coisas ruins. O que não se pode é ser cego para a verdade e aceitar explicações para o inexplicável. Vejam bem, quem de nós não tem problemas. Maiores ou menores, mas problemas. Imagine se todos nós “jogássemos para o alto” nossas responsabilidades cada vez que algo não ocorra como desejamos. Seria o caos total, pois sempre teria alguém justificando suas atitudes. Assim como diretores, treinadores, colaboradores, jogadores e outros, independentemente de quem sejam e em que função estão, quando à serviço do nosso Internacional, tem sim suas responsabilidades e delas não podem fugir. Ninguém é juiz para julgar atitudes, apenas lamentamos sempre as suas consequências, principalmente quando nos atingem. Sou muito “pé ao chão”, está no nosso Internacional, tem todo o meu apoio, independentemente quem seja, saiu, foi “lutar” por outra causa, sempre desejo que tenham oportunidades, pois todo mundo luta muito nessa vida e que tenham sucesso, mas ignoro completamente seus novos passos. Lógico, tem exceções, aquelas pessoas que assumiram suas responsabilidades e nos trouxeram grandes alegrias ou até mesmo aquelas que com todo o esforço empregado e reconhecido não tiveram o sucesso esperado, jamais serão esquecidos.

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