2015. Eis um ano histórico para o Internacional. O tempo que parece que nunca chegará, porém vai se tornando próximo pouco a pouco. Ninguém ai acha que esse ano será decisivo? Tenho a certeza que sim. O motivo? Bem, o contrato de D’alessandro vai até 2015 e posso garantir a vocês que ele não renovará.
“O Inter não joga sem o D’alessandro”, todo mundo conhece essa frase, bem clichê, mas nem todos sabem a profundidade que ela consegue traduzir. Mas eu trocaria por esta: “O Inter não existe sem o D’alessandro”. Muitos vão me dizer que fomos campeões da LA2006 e do Mundo sem o D’alessandro e conquistamos mais duras batalhas sem ele. Sim, é uma verdade. Mas volte-se para o presente caro amigo, pense no time que muitas vezes você vê jogar quando esse camisa 10 está ausente por contusão ou suspensão. Depois que D’ale pisou no Beira-Rio, o Inter se mantém vivo dentro e fora de campo devido a sua existência.
Vocês devem se lembrar bem de quando aquela proposta da China abalou as vigas de concreto do Gigante não é? Pois bem, qual teria sido o primeiro pensamento dos colorados antes de lotarem nosso estádio gritando “Fica, D’alessandro”? Com toda certeza a maioria pensou no time sem ele, que sempre será um candidato nato a perder.
É claro que a derrota deste domingo não se prende apenas a explicação de que “faltou o D’ale”. Diversos outros fatores nos levaram a perder hoje, porém o nosso primeiro pensamento sempre é a falta que ele faz. Um amigo meu me disse há muito tempo atrás que o “D’alessandro não é eterno” e eis aqui uma verdade que me faz questionar: “O que faremos quando ele for embora?”
Quando aquela proposta da China chegou, Luiggi se mostrou ágil ao contratar Jesús Dátolo. Sim, aos olhos dele outro argentino subtituiria nosso craque. E ai pessoal, substituiria?
É pra refletir, quebrar a cabeça, martelar o cérebro a procura de resposta. Alex era o 10 antes de D’ale chegar e atuar com aquela camisa 15, que logo foi deixada de lado. Hoje ele está de volta, poderá atuar ao lado do D’alessandro e fazer com que o meio campo não perca tanta produtividade quando o camisa 10 estiver ausente. Aparentemente existem soluções.
É claro que o time jogou mal e mereceu a derrota para o lanterna. O Inter e sua insistência para ressuscitar os mortos. Mas não vou ficar sendo repetitiva ao falar sobre nossas laterais, sobre Ronaldo Alves, sobre o Rafael Moura e outros.
Assim que desliguei a TV não refleti muito sobre a derrota em si. Só conseguia pensar em uma coisa: e quando D’alessandro for embora?
Você tem razão, Jéssica. Quando D’Alessandro for embora ficará aquele imenso vazio. Todos os que forem contratados para atuar na função serão, fatalmente, comparados a ele. E nenhum estará à sua altura. Mas, porém todavia, contudo, o INTER deve continuar sua senda de vitórias. Deve seguir construindo sua trajetória vencedora de um dos maiores clubes de futebol do Mundo, e assim será. Craques de alto quilate como Dom Elias Figueroa, Falcão, Fernandão, Iarley e Nilmar, para citar alguns, também provocaram desespero na Torcida Colorada quando foram embora. Entretanto, o Campeão de Tudo está aí, cada vez mais fortalecido pela paixão de antigo torcedores, como eu, e da nova geração à qual você pertence. SC
Jéssica,
Não adianta, teremos que nos habituar com a ideia de que o D’Alessandro um dia vai deixar o INTER. É a lei da vida: “Os grandes craques se vão, mas permanecem os ídolos na nossa lembrança”.
Lembro que, nos anos 80, o INTER estava na final da Libertadores e enfrentaria o Nacional do Uruguai. Pois bem, naquela semana decisiva vendeu o Falcão para a Roma. O Bola-bola jogou as finais, mas já pertencia a outro clube. Muitos atribuem a perda do título ao fato. Pode ser.
O que fica de lição é que os craques, como o D’Ale, são imprescindíveis quando estão aí para jogar e sua falta pode ocasionar o que se viu domingo frente o Náutico. Mas, podes ficar tranquila que surgirão outros em seu lugar no futuro. Como disse: é a lei da vida, ou, em outros termos, a vida continua.
SC
Alîo você Jéssica!
Realmente é impressionante a D’Aledependência. Lembro dos tempos de pelada e até hoje nos jogos com os veteranos é assim, quando se joga ao lado de um craque, um jogador diferenciado todos colocam a bola nele como que passando a responsabilidade dos acontecimentos. Ontem a noite em entrevista a ESPN Brasil, por seus cinco anos de Inter, disse ele: “Sou Argentino e tenho muito orgulho disso mas quando vim para o Internacional não poderia imaginar o carinho que receberia e que me identificaria tanto com o Internacional com a torcida com Porto Alegre e com o Brasil. Graças ao Inter hoje me sinto um pouco brasileiro”. Parece que essa consciência veio aos poucos e hoje está incorporada ao extraordinário talento que sempre teve. Assim , comprometido e com essa consciência D’Ale esta entre os estrangeiros de maior sucesso no Inter em todos os tempos.
Parabéns pelo texto
SC
Jéssica, o D´Alessandro é um excelente jogador, craque sem sombra de dúvidas, mas não é tudo. Não é só a falta dele no time que explica essas atuações medíocres, mas sim a falta de qualidade de alguns componentes do plantel e algumas insistências absurdas que equivocadamente pensa estar “ajudando” um jogador, quando na verdade o está “enterrando”. Na verdade quando o D´Alessandro está em campo, muito disso fica “escondido”, pois com um passe, uma jogada ou um chute ele pode resolver a partida. Ele consegue, quando está em campo, fazer o time “andar”, pulsar, mexer nessa lentidão irritante de alguns jogadores e do conformismo com um resultado adverso. Penso que tem alguns jogadores que não estão jogando nada, mas nada mesmo, e se acham “craques”. Para encerrar, não sou partidário desse “endeusamento” do D´Alessandro, apesar de reconhecer as suas qualidades e sua importância atualmente em nosso Internacional, pois se trata realmente de um grande jogador, mas quem já viu tantos craques com a camisa Colorada, considero apenas ser mais um que também está contribuindo para manter essa trajetória de glórias de nosso clube. Quando ele ou outros saírem, o nosso Internacional continuará o mesmo, pois as pessoas, por mais importantes que sejam, são substituíveis, com perdas e ganhos naturais, mas o clube não.