O JOGO DA REINAUGURAÇÃO DO BEIRA-RIO

 

Já são velhos conhecidos (imagem Arquivo BAC)
Já são velhos conhecidos (imagem Arquivo BAC)

         Saudades dos tempos em que estávamos próximos de dezembro quando tínhamos grandes conquistas  e decisões.

            Infelizmente, a presente temporada finalizou ainda em outubro, restando a alternativa de projetarmos o ano de 2014, a começar pelo jogo da reinauguração do Gigante da Beira-Rio. Quem sabe, a partir daí o INTER reinicie um novo ciclo de vitórias como acontecera em 1969, por ocasião da inauguração de seu estádio.

         Antes da divulgação do adversário que enfrentaríamos, o Presidente Luigi afirmara que traria um time de ponta do futebol mundial, não constituído de operários que chegassem de viagem, jogassem e fossem embora no mesmo dia, em clara alusão ao adversário por críticas recebidas.

            Tais declarações deram-nos a expectativa de que o time que aqui chegasse fosse europeu, do porte de um Bayern, Barcelona ou Milan.

            Para surpresa, dias após foi anunciado o nome do Peñarol do Uruguai.

            Confesso que esperava mais, não que o coirmão do país vizinho não mereça nossa consideração e apreço, mas nos dias atuais já não tem o nome e poderio que ostentara em décadas passadas no cenário mundial.

            Entende-se da dificuldade de trazer um time europeu durante o mês de abril, quando os campeonatos de lá estão em pleno andamento. Alia-se ao fato o alto custo do empreendimento.

            Diante das circunstâncias, preferíamos que, se fosse para convidar um time sul-americano, este deveria ser o Boca Juniors da Argentina, detentor de maior nome e magia dos clubes estrangeiros no cenário continental. É o maior vencedor em conquistas internacionais da América, ao longo da história, exceto no presente século que é prerrogativa colorada. Sem esquecer que a esquadra argentina ganhou a sua última Libertadores do arqui rival da então Azenha, dentro de sua própria casa (Olímpico). E na impossibilidade da vinda daquela equipe, que aqui viesse o River Plate, que também é de expressão e peso, destacando-se que o mesmo possui grande ligação com o nosso ídolo maior em ação na atualidade, o D’Alessandro.

            Afora os dois sul-americanos citados, e considerando o fato já consumado da escolha, não restam dúvidas que o Club Atlético Peñarol é a equipe estrangeira de maior expressão no cenário latino-americano.

            Como mencionado antes, não pelo que representa hoje, mas pelo que representou outrora, com um histórico invejável de conquistas. Tanto é verdade, que recebeu da Federação Internacional de Estatística e Futebol, o prêmio de melhor equipe americana do Século XX.

            É o 2º Clube de futebol mais antigo da América (1º é o Gimnasio y Esgrima de la Plata), sendo fundado em 1891,  por empregados ferroviários de Cia. inglesa que operava no Uruguai. Vê-se, assim, que tem mais tempo de existência de qualquer time brasileiro, já que os mais antigos: S. C. Rio Grande e Ponte Preta de S. Paulo têm sua origem registrada no ano de 1900. E quando o INTER foi criado (1909), los carboneros, assim conhecidos, já tinham a maturidade dos 18 anos.

Em termos de grandes conquistas, é o 3º maior vencedor da Taça Libertadores, com 5 (cinco) troféus ganhos, somente perdendo para os clubes argentinos (Independiente e Boca Juniors). Neste tópico, seu mérito maior é o de ter conquistado as duas primeiras edições (1960-61).

Porém, vem penando nas últimas décadas, pois há mais de ¼ de século que não alcança o título, haja vista que seu último deu-se em 1987.

            Possui 3 (três) conquistas Intercontinentais da Copa Toyota (1961, 66 e 82). Há de se destacar o seu alto grau de coerência e honestidade ao seguir os ditames da FIFA, assim como fazem outros clubes, a exemplo dos argentinos, eis que, como referido, é a forma que está registrada em seu site oficial, ao contrário de alguns que se dizem Campeões Mundiais, antes mesmo da existência da modalidade criada pela Instituição maior e representativa do futebol mundial (FIFA), a partir de 2004, com uma edição isolada anterior em 2000. É só consultar no site da própria FIFA.

            O currículo do Peñarol é muito vasto e sempre foi um dos suportes de jogadores da seleção uruguaia, a exemplo de 1950, quando venceu a Copa do Mundo em cima do Brasil, no chamado Maracanazo, cuja formação continha, nada mais nada menos do que 9 (nove) de seus jogadores.

            O provável outro motivo de optar pela escolha do Peñarol foi devido ao fato do mesmo também ter participado da festa de inauguração do Estádio Beira-Rio em 1969, fazendo o 3º jogo com o INTER, depois deste ter enfrentado o Benfica e a Seleção da Hungria. No jogo com os aurinegros, também assim conhecidos, aplicamos-lhes uma sonora goleada de 4×0.

 A disputa entre INTER x Peñarol não deixa de ter seu charme e ao longo da história enfrentaram-se 25 vezes, com 12 vitórias coloradas, 6 uruguaias e 7 empates. No mesmo histórico, há de ser registrar que o INTER chegou a manter um recorde de 38 anos sem perder para os uruguaios, desde o ano de 1973 – Torneio da Grécia, quando nos venceram por 1×0 – até o triste insucesso dos 2×1 para eles (2011), que nos alijou da Libertadores.

E por falar em Libertadores, houve outro memorável confronto em 1989, desta feita o INTER acabou com as pretensões da equipe adversária ao vencê-la com a maior goleada havida entre ambos, 6 x 2 no Beira-Rio e depois assegurou o 2×1 no Centenário.

Mais recentemente (2010), não podemos esquecer da conquista colorada frente ao mesmo Peñarol, em Rivera, na disputa do Troféu Fronteira da Paz.

Em que pese não ter sido a escolha mais esperada, conforme frisamos antes, a opção pelo Peñarol não deixa de ter lá os seus plausíveis motivos, segundo o exposto supra.

E quem sabe não seja essa a oportunidade dos colorados acabarem de vez, com aquela frustração que ficou trancada em nossa garganta, diante do insucesso ocorrido contra a equipe uruguaia em 2011.

Não podemos esquecer que o mais importante em tudo isso, não é o  jogo em si, mas o ato de estarmos abrindo as portas do NOVO BEIRA-RIO ou GIGANTE PARA FRENTE, cenário de novos rumos e vitórias coloradas, que constitui o anseio de toda essa inigualável torcida.

Clique abaixo e reviva um encontro marcante pela libertadores de 1989

Heleno Costi

9 thoughts on “O JOGO DA REINAUGURAÇÃO DO BEIRA-RIO

  1. Heleno, torço por teu sentimento positivo se transformar em realidade, mas sou obrigado a ser racionar e olhar a biografia do Presidente que não recomenda mudanças fortes e necessárias. Primeiro se desapegar dessa idéia de que temos um bom ou ótimo grupo. Depois de 03 anos de insucessos e fórmulas mal executadas. Talvez o receio de perder a eleição? Não sei, se sentirem que podem perder na eleição com os associados, invistam como sempre fazem no Conselho Deliberativo para levarem a eleição novamente de forma indireta. Conhecendo os dirigentes e o Conselho, fico com receio. Não queremos outra temporada para escapar das últimas posições.

  2. Aquidaban,
    Isso mesmo. Não podemos esquecer que, com a Copa do Mundo no Brasil e o Beira-Rio no no foco do mundo, surge a oportunidade do INTER fazer um time para grandes conquistas e projetar-se ainda mais no cenário internacional.
    SC

  3. Luciano,
    Algo me diz que no próximo ano haverá grandes alterações no INTER, além da reinauguração do Gigante da Beira-Rio. E quem sabe que surjam luzes inspiradoras a essa Direçao, que tanto nos ficou devendo até aqui.
    SC

  4. Melo,
    Conforme foi dito, o importante e que sejam “abertas as cortinas para o espetáculo”, como dizia o saudoso Floris zigliotti da Band (?). Lembras? Se Deus quiser lá estaremos na grande festa da abertura.
    Cheguei a pensar no Dom Elias Figueroa que veio do Penarol, mas o post já estava extenso demais…
    SC

  5. Ótimo post, Heleno, com o brilho de sempre. Penso que o elevado custo para convidar uma equipe do quilate do Barcelona, Real Madrid, Manchester United, Milan e por aí vai, foi determinante para a escolha do adversário da reinauguração. Também há que se considerar que a realização da Copa do Mundo trará ao Brasil os melhores jogadores da atualidade que atuam no mundo todo. A expectativa é que pelo menos alguns deles desfilem pelo novo gramado do GIGANTE nos cinco jogos que serão realizados em Porto Alegre. E acima de tudo isso, concordando com o Melo e com o Luciano, é preciso montar um INTER para vencer títulos importantes em 2014 e nos próximos anos. O Brasileirão, por exemplo, para começar uma nova senda de vitórias. SC

  6. O momento é tão conturbado, que, respeitando opiniões em contrário, que o mais importante seria montar um time competitivo para jogar nesse estádio novo. A festa vai acontecer, o jogo inaugural, o espetáculo, a Copa, enfim. Mas tudo isso será perfumaria se o time, o elenco, a comissão técnica e a Direção não forem condizentes com tudo que está sendo preparado. Façam time, que as festas ocorrerão ao longo do ano e não apenas em abril.

  7. Alô você Heleno!
    Perfeito também concordo que o mais importante é a reinauguração do estádio. e acho que foi exatamente isso que foi pensado. Se, nesse dia inaugural, jogarmos contra o “Cacimbinhas FC” lota o Beira-Rio. então não há necessidade de se trazer um clube europeu com um custo elevado. E é claro que a partir daí passaram a hiper valorizar o Penharol e fazer um link com a Inauguração do estádio em 1969 quando o maior mérito do clube uruguaio foi trazer em seu plantel aquele que se transformaria em mito, lenda do SC Internacional: Elias Ricardo Figueroa Brander.
    SC

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