Na edição de ZH do dia 20.12.2013, o Jornalista David Coimbra fez referência à contratação de Edinho pelo rival da Arena, como sendo típica de time perdedor. Dizia respeito ao jogador que fizera sucesso no INTER (Campeão da Libertadores e Mundial FIFA) e ao ser buscado pelo adversário, provavelmente não iria repetir o êxito dele esperado.
Para reforçar sua opinião citou os exemplos de Cuca, Tita e Lima que, ao passarem para o lado vermelho, não lograram o sucesso tido antes. Não resta dúvida que era um período de vacas magras para os colorados (anos 80/ 90) e as vitórias aconteciam mais pelas bandas da Azenha.
Na verdade, mudanças de jogadores entre a dupla, existem desde os primórdios da existência de ambos. Dos casos antigos o mais lembrado é o do lendário craque colorado do Rolo Compressor TESOURINHA que, antes de encerrar a carreira, teve a ousadia de vestir a camisa azul. No entanto, parece que seu amor ao INTER falou mais alto, eis que no lado de lá nada ganhou, sequer conseguiu fazer um gol contra seu time de coração.
A grande maioria dos casos observados vem ao encontro do que escreveu o Jornalista, eis que, quando um atleta sai de um time vencedor e acaba indo para o outro da dupla Grenal, tido como perdedor, mesmo não tendo passagem direta e jogar em clubes intermediários, geralmente não consolida o mesmo rendimento técnico, como não repete o êxito de importantes conquistas, ficando, quanto muito, no patamar de Campeonatos Gaúchos.
Constitui, por assim dizer, uma atitude esperançosa, para não dizer desesperadora, de que o atleta contratado venha a repetir os êxitos de antes obtidos quando defendia o adversário, mas que, na prática depois da mudança, geralmente não se tem confirmado. Assim, passa a ser atribuída como típica atitude de time perdedor.
Temos presente que, à exceção de MAURO GALVÃO (Tri Brasileiro Invicto pelo INTER), depois Campeão Brasileiro pelo rival e TINGA, Campeão da Copa do Brasil pelo adversário, depois vitorioso em duas Libertadores pelo colorado, praticamente não existem casos de grandes conquistas pelo mesmo jogador em ambas as equipes da dupla Grenal. MÁRIO SÉRGIO, Tri Campeão Brasileiro Invicto pelo INTER, ainda poderia ser lembrado, muito embora a sua contratação pelo rival tenha sido feita, praticamente, para cumprir o jogo final da Copa Intercontinental (Toyota), que acabou vencendo.
Atendo-nos mais às ultimas décadas, já na era Beira-Rio, as primeiras transações remontam nos anos 70, quando só dava INTER, e os azuis levaram os craques colorados MANGA e BATISTA, Bi-Campeões Brasileiros, que chegaram lá na Azenha sem o sabor das grandes conquistas tidas com o manto vermelho.
Em inúmeras outras situações, a exemplo dos anos 80/90, quando o INTER, além dos nomes citados pelo Jornalista, buscou estrelas vencedoras no rival como: Bonamigo, Casemiro, Luis Carlos Martins, Paulo Cesar Magalhães, Mabília e Carlos Miguel, ao passarem pelo Beira-Rio não corresponderam. Quanto a Arilson, Campeão da Copa do Brasil e Libertadores pela equipe azul, em que pese não ter somado no INTER relevantes conquistas, manteve seu bom futebol. Não dá para esquecer a sua participação naquele inesquecível Grenal em que aplicamos a maior goleada dos últimos 60 anos (5 x 2). Para nós colorados valeu como se fosse um grande título.
Em nosso comentário procuramos examinar os casos em que o jogador partiu de grandes conquistas para depois servir o adversário.
Entrementes, no histórico também há inúmeras situações de jogadores que apenas mantiveram seu bom futebol, mas na mudança não acrescentaram conquistas de monta no currículo (somente Campeonatos Gaúchos), enquanto permaneceram em um dos times da dupla Grenal. É o exemplo de LUIS CARLOS WINCK, se bem que, quando o INTER representou o Brasil na Olimpíada de 1984, em Los Angeles, lá estava ele na conquista da Medalha de Prata. Na mesma esteira poderíamos arrolar inúmeros exemplos, entre os quais: Elton, Christian, Tonho, Branco, Gavillán, Rodrigo, Fábio Rochemback e Bustos. Mas também encontramos casos raros em que a mudança de lado propiciou conquista relevante ao jogador, a exemplo de RUBENS CARDOSO, que passou pela Azenha sem maiores triunfos e, ao vestir o manto rubro, sagrou-se Campeão Mundial FIFA. Em menor escala, nos anos 80, GERALDÃO, que lá no Olímpico não foi valorizado e, ao passar para o Beira-Rio, nocauteou o rival, marcando todos os 5 gols colorados em dois Grenais (3×1 e 2×0), que nos deu o título Gaúcho.
Em suma, pelo que se viu, os exemplos corroboram os argumentos do Jornalista David Coimbra, quanto à busca de jogadores vencedores num dos times, geralmente sem reedição de êxito no outro.
É claro que esta tem sido uma tendência.
Para o caso do multicampeão Edinho, que motivou o presente comentário, tem tudo para seguir a tendência de não dar certo, o que significa dizer, passando de um time vencedor para outro perdedor. Que assim seja!
E quanto às contratações de DIDA e PAULÃO, tendo em vista que enquanto vestiram a camisa listrada nada ganharam, quem sabe venham acertar o passo no INTER. É o que nós colorados esperamos!
Saudações Coloradas
Heleno Costi
Melo,
Sem por nem tirar, eu apenas colocaria o Elton no lugar do Bonamigo, nos jogadores que vieram de lá para conhecer a real felicidade.
E no gol, como o Dida ainda não estreou, talvez fosse o caso de colocar o Sérgio Moacir Torres, ainda lembro quando piá, acabou vindo para o INTER. Se não me engano, a “Majestade do Arco”, assim chamado por Mendes Ribeiro (???), encerrou sua carreira no colorado. Embora tenha sido a figura do Grenal da inauguração do Olímpico (6×2) e ameaçou abandonar o gol, não resta dúvida que foi um dos grandes goleiros gaúchos, tanto assim que no Pan-Americano do México, desbancou o então titular Valdir, futuro goleiro e ídolo palmeirense.
SC
Cláudia,
Não te preocupes que o Edinho só foi para lá (por recalque) porque o INTER não quis mais. Afinal o Abelão o tinha solicitado.
Tenho quase que convicção que lá será um retumbante fracasso!
SC
Alô você Heleno!
Nosso grande pesquisador. Mais uma pérola. Em outros tempos fica mais chateado com as trocas de lado especialmentte quando perdíamos um jogador pra eles. Quando acontecia ao contrario, eu, parcial e descaradamente achava o máximo. Hoje sou mais comedido e faço aaté umas brincadeira como esses dois times que escalei O Primeiro de jogadores que foram do In ter e foram pra lá :
Manga, L.C.Winck, Rokembach,Ari Hercílio e Mauro Galvão; Batista, Edinho e Sérgio Lopes, TEsourinha, Alcindo e Mário Sérgio;
o segundo time de jogadores que cansaram de ser tristes e foram conhecer a real felicidade.
DidaPaulão,Rodrigo, PC Magalhães e Cassemiro; Bonamigo, Tita e Arilson;
Lima, Geraldão e Volmir.
O Tinga não conta porque sempre foi nosso.
Coloradamente,
Melo
Te confesso Heleno, que quando vi o Edinho (Guerreiro) colocando a camisa do cô-irmão, quase tive uma síncope e o pior, foi ouví-lo que ia dar carrinho até de cabeça em D’alessandro.
Quando ouvi a menção de Dida, pensei que estava acordando de um pesadelo, mas como não sou da corneta e acho que todos são profissionais, tive que dar uma pausa na minha irracionalidade e pensei: ” desse limão, sairá uma bela limonada”. Prometi e escrevi: cada um tem o seu relógio para agir e para fazer o seu gol ou defende-lo, portanto, que venha quem vier, pois no Inter a estrela brilhará e encherá nos armários de taças. Bem-Vindos Ex-cô-irmãos, façam gols e defendam nossos títulos! Saudações Coloradas Sempre!