Enfim voltamos ao Beira Rio! Depois de tanto andarmos ‘rolando’ por aí, temos nossa casa de volta!
A tão esperada rotina, voltou. Dia de jogo, dia de fardar vermelho e rumar ao Gigante. Encontrar os amigos, cantar vibrar e apoiar nosso Inter!
Mas a ‘rotina’ tem um ar diferente. Ainda não acostumamos com todas as novidades. Ainda é difícil se situar dentro do Beira Rio. Encontrar o caminho exato de onde se quer sentar, não é mais tão simples. Encontrar os amigos sem combinar, não é mais acontecimento certo. E isso não é uma reclamação, apenas constatação.
Agora vem aquele momento em que me vejo obrigada a mencionar os pontos nem tão prazerosos da nova rotina colorada.
A aquisição de ingressos se tornou uma tortura! E essa sensação se inicia pelo valor dos mesmos! Sim, eu sei que agora temos um estádio em outro padrão, um local em que nem nos meus melhores sonhos imaginava ter um dia. Um estádio de cinema, padrão FIFA! Sim, eu sei! Mas precisamos mesmo pagar um valor exorbitante para ver adversários nem sempre tão padrão FIFA assim? Estou pagando, como sócia, agora o que pagava por um jogo de Libertadores… sei que os valores devem ser reajustados, mas tanto assim? Onde está a classificação que seria feita por jogos, levando o adversário em consideração? Ou em um jogo considerado “A” terei que desembolsar mais ainda?! E ainda sentimos saudades do bom e saudoso Portal de Voz, aquele que facilitava a aquisição de ingressos sem depender do cartão de crédito e internet, ou a compra presencial no estádio.
Lembro dos jogos da Libertadores de 2010, onde nos deslocávamos com muitas horas de antecedência ao estádio, estando lá dentro assim que os portões se abriam para poder escolher o melhor lugar. Sei que ainda posso fazer isso, mas a diferença é que agora tenho que ter um saco de dinheiro para poder levar meu filho junto, e não me refiro ao ingresso, que até então, menores de 12 anos estão liberados de pagar, me refiro à alimentação! Quando caíamos para dentro com a abertura dos portões, entrava com um rancho para o piá. E agora isso é proibido! Caramba! Os dirigentes não tem noção dos valores cobrados pela alimentação e bebida dentro do estádio? Ou acham R$5,00 por uma água algo normal? Ou estas criaturas não sabem que estádio de futebol é local onde famílias inteiras frequentam como lazer?
Sei que já se debateu esses assuntos em todos as redes sociais, na mídia, em toda imprensa especializada, mas acho válido retornarmos ao assunto para que tenhamos certeza do rumo que desejamos ver o futebol brasileiro, e especialmente nosso Beira Rio, tomar. Precisamos pensar até que ponto é válido esvaziarmos nosso estádio e afugentar as famílias, colocando a correr o nosso povo vermelho, abrindo mão do título de Clube do Povo. Sim, pois povo que é povo, raramente irá dispor de tanto dinheiro para acompanhar seu time e certamente se dará conta de que uma TV por assinatura lhe representará uma economia e segurança muito maior.
Até que ponto a elitização do futebol é válida? De que nos adianta termos um estádio de primeiro mundo e lotação pela metade? Até quando conseguiremos manter nosso quadro social se os sócios se derem conta de que pagam por algo que não conseguem usufruir? Sei que temos diferentes modalidades de sócios, mas falo por mim, que continuo sendo uma Contribuinte Campeã do Mundo e sei que a grande maioria do quadro social compartilha desta modalidade.
Jamais abandonarei meu Inter, jamais deixarei de pagar minha mensalidade e sempre tentarei dar um jeito de ir ao estádio, mesmo que abdique da parceria da minha família, mas e quem não pode? Acho que não precisamos ir nem tão ao céu, nem tão ao inferno. Não peço a volta da coréia, mas questiono os altos valores adotados até aqui. Não sou administradora, nem economista, mas imagino que tenha como reduzir os custos para que o ‘torcedor normal’ continue a frequentar o estádio, a casa que tanto esperou voltar a rugir!
E quanto às novidades dentro do estádio, sei que logo nos acostumaremos, pois se acostumar com o que é bom, é fácil! Só precisamos continuar conseguindo entrar para que possamos readquirir a rotina!
E não posso deixar de mencionar, que bolão está jogando nosso capitão, hein?!
Vamo, Vamo Inter!!!
Cristiane são duas teorias discutidas em todos os lugares onde foram construídos as arenas para a Copa do Mundo. Indiscutivelmente, essa de manter os preços altos, é um “tiro no pé” e mais tarde, com certeza, faltarão torcedores como nós que aprendemos a ser “Clube do Povo” do Rio Grande do Sul. O pior disso tudo é que estão castrando uma legião de crianças a curtir um programa familiar e sadio de sábado ou domingo de futebol. Estão contra a socialização do esporte e impedindo que gente, no nosso caso, no Internacional, que esperou tanto tempo e acreditou que no Beira Rio seria diferente, tenha a sensação da frustração de não poder ir a um jogo por o ingresso ser caro demais. Se alguém falar que devo pensar de forma empresarial, compare simplesmente com o valor do salário mínimo e verá que tem coerência o que pensamos. Sem falar de quem ganha a “generosidade” da bolsa família…
Alô você Cris!
Não consigo entender, faço exercício de memória e não consigo. Estão matando uma geração. Estão fazendo primeiro o torcedor não ir ao estádio, dai para deixar de gostar é um passo. Essa geração de dirigentes vai ficar marcada por construir belo templo de futebol e também por esvazia-lo definitivamente de formas não mais se recuperar a paixão popular que certamente a seguir assim vamos perder.
Coloradamente,
Melo