Hoje vou fazer do escrete colorado o meu principal personagem da semana.
Os jogadores já partiram e o INTER vacila entre o pessimismo mais obtuso e a esperança mais frenética.
Nas esquinas, nos botecos, por toda parte, há quem esbraveje: “O INTER não vai nem se classificar!”.
“ O Internacional não vai ser campeão!” E, aqui, eu pergunto:
— Não será esta atitude negativa o disfarce de um otimismo inconfesso e envergonhado?
Eis a verdade, amigos: — desde 2006 que o nosso futebol tem pudor de acreditar em si mesmo. Um dia sem fim. Assim é lembrado o 16 de agosto de 2006 pelos colorados, pois nesta data o Internacional viveu um dos momentos marcantes da sua história: a conquista do inédito título da Libertadores da América.
Há exatos oito anos, em uma final eletrizante contra o São Paulo, o time treinado por Abel Braga empatava em 2 a 2 e sagrava-se campeão continental – havia vencido o jogo de ida, no Morumbi, por 2 a 1. Coube ao eterno capitão Fernandão erguer a cobiçada taça em um Beira-Rio completamente lotado, para delírio da nação colorada. E de lá para cá já foram erguidas muitas outras; fomos denominados campeão de tudo. No entanto a derrota frente aos atleticanos, na última batalha, ainda faz sofrer, na cara e na alma, qualquer colorado.
Foi uma humilhação nacional, absolutamente pois tivemos a sorte e o resultado nas mãos, e essa dor nada pode curar. Dizem que tudo passa, mas eu vos digo: menos a dor-de-cotovelo que nos ficou dos 0 x 1. E custa crer que um escore tão pequeno possa causar uma dor tão grande.
O tempo passou em vão sobre a derrota. Dir-se-ia que foi ontem, e não há oito anos, que, aos berros, se ouvia uma torcida empurrando o seu time e arrancou,do peito o grito da vitória. Eu disse “arrancou” como poderia dizer: “extraiu” de nós como se fosse um dente.
E hoje, se negamos o escrete, o centroavante, o lateral, o zagueiro e até a um presidente; não tenhamos dúvida: — é ainda a frustração saber que temos a condição de estarmos melhores do que estamos. Gostaríamos talvez de acreditar que estar entre os quatro melhores, de que ja é um feito.
Mas o que nos trava é o seguinte: — o pânico de uma nova e irremediável desilusão. E guardamos, para nós mesmos, qualquer esperança. Só imagino uma coisa: — se o INTER vencer seus jogos, vencer as competições que tem pela frente, se voltar a ser campeão do mundo! Ah, a fé que escondemos, a fé que negamos, rebentaria todas as comportas e 100 mil colorados iam acabar no hospício.
Mas vejamos: — o grupo do INTER tem, realmente, possibilidades concretas?
Eu poderia responder, simplesmente, “não”.
Mas eis a verdade:
— eu acredito na força do colorado, e pior do que isso: — sou de um patriotismo inatual e agressivo, digno de um granadeiro bigodudo. Tenho visto jogadores de outros times, e todos estão tendo uma peculiaridade inabalável inclusive os imortais, que apanharam, aqui, do escrete colorado em um greNAL. A da fatal de confiança em acreditar, e ate mesmo de sonhar. A pura, a santa verdade é a seguinte: — qualquer jogador brasileiro, quando se desamarra de suas inibições e se põe em estado de graça, é algo de único em matéria de fantasia, de improvisação, de invenção.
Em suma: — temos dons em excesso. E só uma coisa nos atrapalha e, por vezes, invalida as nossas qualidades. Quero aludir ao que eu poderia chamar de “complexo de vira-latas”.
Estou a imaginar o espanto do leitor: — “O que vem a ser isso?” Eu explico. Por “complexo de vira-latas” entendo eu a inferioridade em que os jogadores colorados se colocam, voluntariamente, em face do resto do mundo. Isto em todos os setores e, sobretudo a do centroavante, no futebol. Dizer que nós nos julgamos “os maiores” é uma cínica inverdade.
Eu vos digo: — o problema do escrete não é mais de futebol, nem de técnica, nem de tática. Absolutamente. É um problema de fé em si mesmo. Em acreditar nas possibilidades, Liderar não é uma tarefa simples. Pelo contrário. Liderança exige paciência, disciplina, humildade, respeito e compromisso, pois a organização é um ser vivo, dotado de colaboradores dos mais diferentes tipos.
Liderar , de uma forma bem clara ,pode ser entendida como a gestão eficaz e eficiente das pessoas de uma equipe ,para que se atinja os objetivos propostos pela organização.
O brasileiro precisa se convencer de que não é um vira-latas e que tem futebol para dar e vender. Uma vez que ele se convença disso, ponham-no para correr em campo e ele precisará de dez para segurar, como o chinês da anedota.
Insisto: — para o escrete, ser ou não ser vira-latas, eis a questão.
Saudações
Adriano Garcia
CONSULADO DO INTER EM SAPUCAIA DO SUL – CAMPEÃO DE TUDO!!!
Presidente da Regional
Boas reflexões Adriano.
Creio que a fé, diga-se moral, é de longe um dos principais pontos para conseguir a taça almejada. Contudo, a falta de uma equipe bem formatada traduz em erros estúpidos e inesperados, e estes quebram a fé.
Na realidade está tudo interligado.
Abraços
Bom com relaçao ao futebol ingles ao qual assito, tambem ao compeonato alemao, ao italiano, ao espanhol, ao portugues, ao argentino, pois bem acompanho a todos estes e estudo sobre tatica, sobre esquemas de jogo, ah acompanho tambem as caregorias de base, respeito a sua opiniao Luis Fernando, acredito sim que seja valida, so que escrevo e falo o que vejo. O time do inter nao e de todo ruim, um tecnico, um jogador, uma massagista nao desaprende aquilo que lhe foi ensinado. voce nao pode quere aplicar o padrao de jogo do Real Madri, do Barcelona, do Manchester City, do Bayer e colocar no futebol brasilero, nao funciona assim, ou voce acha que o Brasil ira levar 7×1 da Alemanha novamente? Nao se pode fazer terra arrasada. Historicamente a formaçao, formataçao do Inter sempre foi a escola carioca, com uma péculiaridade bem nossa aqui a da marcaçao portenha, forte, mas com a utilizaçao da velocidade, o Rafael Moura nao esse monstro que estao falando e escrevendo, no entanto esta so numa fase ruim, claro que se pudessemos ecolher, votar e coloacr para jogar, na minha concepçao estaria jogando um Robinho, Nilmar, um Damiao no seu alge, um Rafeal Sobis enfim, estes se encaixariam como uma luva. Voltando ao meu texto, talvez vc nao tenha entendido o que realmente esta por traz destas linhas, porem aceito suas criticas, e nao busco agradar a todos, pois nem Cristo conseguiu isso. O fato é, repito so que escrevo e falo o que vejo, e obrigado por ter lido o texto.
Não gostei nada
Tipico pensamento de brasileiro, o eterno complexo de vira latas
Assista alguns jogos do campeonato ingles e depois repense sobre o futebol
Bem colocado. Gostei muito, parabéns!