Se me perguntarem a opinião sobre o Técnico Abel, no momento atual, ou mais precisamente depois de seu retorno ao INTER, resumiria numa palavra: decepcionante. E parece ser este o sentimento prevalecente da torcida colorada, que muito esperava de seu antigo ídolo no comando da equipe.
Há quase um ano atrás, quando se falava de sua volta, não fui muito simpático da ideia. Pensava que seu ciclo no INTER já tinha passado, eis que ao atingir um patamar tão alto como chegou, alcançando os maiores títulos da história colorada: Libertadores e Mundial FIFA, muito dificilmente viria a dar uma resposta à altura do que dele seria esperado, considerando, sobretudo, que a expectativa e o nível de exigências do torcedor seriam bem maiores. Portanto, sua quota de contribuição ao Clube já fora dada. Seu retorno não seria uma boa atitude tomada, tanto de sua parte como da Direção.
Entrementes, diante da fraca campanha colorada no Brasileiro de 2013, mais a animação gerada pela reinauguração do Gigante da Beira-Rio, que viria em seguida, poderiam ser ingredientes estimuladores de uma nova passagem do Abelão pelo INTER. Sem falarmos de seu carinho e apreço tidos junto à massa colorada.
Os fatos que se seguiram, não confirmaram as expectativas. A meu ver, Abel ficou devendo e muito. É claro que nos primeiros meses, diante da conquista do Gauchão, recheada com aquela goleada de 4×1 no Grenal e mais o eufórico pronunciamento do treinador junto com o do capitão D’Alessandro, após a conquista, ensejava que 2014 seria um ano diferente. Cheguei, assim como de resto da torcida colorada, a ficar contagiado pelo entusiasmo, diante da possibilidade de ocorrer uma grande conquista nacional neste ano.
No fundo, porém, sempre tive presente as palavras do falecido Jornalista e ex Diretor colorado, Hugo Amorim, grande conhecedor de futebol, manifestadas em mais de uma oportunidade, de que Abel não era treinador e sim motivador. Hoje, parece que nem isso mais, pois sequer consegue mobilizar o grupo contra qualquer adversário. Sua ação no vestiário parece não surtir mais o efeito dele esperado.
Ah sim, aquele Abel do discurso motivador proferido momentos antes da partida contra o Barcelona, ou da sacudida dada no grupo, durante o intervalo do Grenal do Século, quando estávamos com 10 em campo e perdíamos por 1×0, mandando-o pra cima do adversário no 2º tempo e virando o jogo histórico, parece que ficou na saudade, ou, quem sabe, o próprio treinador hoje não tem mais a força e comando do grupo. Nota-se, inclusive, que já não possui a mesma vibração de outros tempos. Percebe-se um Abel confuso e apático, tanto a beira do gramado, como em suas declarações, se compararmos com aquele dos tempos citados.
Presentemente, estamos a seis jogos do final do Brasileiro. Penso que não será nada fácil pegar uma vaga para a Libertadores do ano que vem. Pelas projeções apresentadas, teremos que fazer, pelo menos, mais 9 (nove) pontos para terminar no G4, correspondendo a 3 (três) vitórias dos 6 (seis) jogos restantes. Isto tendo pela frente o Grenal na Arena, o São Paulo lá e o Atlético Mineiro, embora este seja no Beira-Rio. Até o último embate contra o Figueirense fora de casa, pode ser complicado. Não dá para esquecer que, a esta altura, restam somente 2 (duas) vagas para 5 (cinco) pretendentes, já que Cruzeiro e São Paulo asseguraram as suas.
Alia-se ao fato de vermos ainda um time instável chegando ao final do ano, sem ter um bom e definido padrão de jogo. De um lado o INTER não consegue ganhar dos grandes que estão no topo da tabela, de outro sofre até para ganhar dos pequenos e, por vezes, recebendo destes surpresas desagradáveis como a goleada sofrida pela Chapecoense ou a virada em pleno Beira-Rio do Figueirense depois de estar vencendo 2×0. Os times nordestinos também tem complicado.
Depois de tantos maus resultados, chegou a hora do Abel mostrar a que veio.
A contratação do Nilmar, para mim com dois anos de atraso, trouxe boas esperanças de gols e vitórias.
Em contraponto, a frágil defesa é de causar sobressaltos toda vez que a bola ronda a nossa área. Parece incrível que a esta altura do ano o nosso treinador ainda não tenha conseguido montar um sistema defensivo confiável, a começar nas laterais.
As frequentes e complicadas escalações e alterações do time durante a partida, por vezes inexplicáveis e, ainda por cima, o seguido envolvimento tático aplicado pelos adversários tem motivado irritação do torcedor.
Esses fatos, acrescidos das fracas atuações da equipe, na maioria dos jogos, causam insatisfação. Pode-se contar nos dedos as boas e convincentes apresentações realizadas dentro do Beira-Rio, após a sua reinauguração. Talvez meia dúzia e olhe lá. Lembro-me de Flamengo (4×0), Grenal (2º tempo 2×0) e Fluminense (2×1).
Deve-se reconhecer que várias vitórias foram obtidas jogando mal e mais por obra do acaso. Tivemos, por assim dizer, mais sorte que juízo, como aconteceu na vitória de ante ontem frente ao Santos. De outra parte, mais por instabilidade do time, deixamos escapar jogos que estavam praticamente na mão.
Se não bastasse tudo que foi dito, o Abel de hoje tem demonstrado não ser bom estrategista. Renunciar disputas como a Copa do Brasil e Sul Americana, sendo eliminado por fracos times nordestinos em ambas, ao perder dentro do próprio Beira-Rio, com vistas a se concentrar só no Campeonato Brasileiro, causou enorme indignação. Aquela altura, ao que tudo indica, a opção só por esta competição, cujo patamar é muito mais difícil e numa situação praticamente definida a favor do Cruzeiro, com acentuada vantagem frente aos demais, não nos pareceu medida nada apropriada. Penso que um time da grandeza do INTER deva entrar em toda e qualquer competição com o objetivo de vencê-la. Vejam os exemplos de Cruzeiro e São Paulo, que despontam no Brasileiro e estão, concomitantemente, nas finais dos certames menosprezados pelo nosso Clube. A atitude tomada, talvez com aquiescência da Direção, concedeu a Abel Braga uma proeza inédita, qual seja, de perder três títulos em tão pouco espaço de tempo (algumas semanas). Dois dos quais, sem sequer ter disputado pra valer.
Por fim, quer nos parecer que os títulos anteriormente conquistados em sua carreira, deram ao treinador alto grau de soberba e teimosia, a ponto de tentar provar, exaustivamente, tanto para a mídia como para a torcida, as suas convicções, mesmo que equivocadas, ora apostando em escalações esdrúxulas, ora em jogadores que não davam mais resposta. Veja-se o caso de Rafael Moura, com comprovada ineficiência. Na média, um gol a cada quatro jogos e nos últimos 15 (quinze) que participou somente fez um. Isto, tendo jogadores das categorias de base, que poderiam ter tido e não receberam oportunidades, a exemplo de Aylon e Maurides. Os próprios atacantes Valdívia e Sasha poucas chances tiveram durante a competição. Acabaram no time depois de meses de tentativas fracassadas dos antigos, preferidos e protegidos pelo treinador.
E assim, meus amigos, estamos chegando ao final de mais um ano de frustrações, que tanto esperávamos de Abel, pela conquista de um título nacional. Até há pouco, ele era um nome incontestado pela torcida colorada, mas as vaias ouvidas nos últimos jogos de dentro do próprio Beira-Rio, quando anunciado seu nome, prenunciam a insatisfação e o desencanto do torcedor.
Enfim, entendo que Abel teve sua oportunidade e não deu a resposta pretendida, daí a decepção. Terminar no G4, é quase uma obrigação. É o mínimo que pode nos proporcionar, pelo muito pelo que dele esperávamos.
Com as mudanças que certamente deverão acontecer, na eleição de dezembro, seria oportuna a sua não permanência para o próximo ano. Deixaria o Clube ainda com a bela imagem de ídolo construída, em razão dos créditos acumulados junto ao torcedor, decorrentes das grandes conquistas alcançadas.
Saudações Coloradas
Heleno Costi
Leandro,
A dinamicidade e preenchimento de todos espaços, mais o toque de bola, segundo citaste, são ingredientes prevalentes no futebol atual. O time tem posse de bola, mas carece de velocidade, daí o problema maior. E parece que o Abel tem certa resistência a isso, tanto que tende a não escalar jogadores mais velozes (caso do Sasha e Valdívia). Agora com a chegada de Nilmar, por imposição é escalado, dada a qualidade do mesmo, senão continuaria com o seu preferido Rafael Moura.
SC
Werner,
Citaste os dois melhores treinadores do País (Tite e Muricy), segundo meu entendimento.
Olha, se a gente ficar na somente na escolha de medalhões, fica difícil, porque já estão empregados ou pedem salários exorbitantes.
Não podemos esquecer que, quando Rubens Minelli chegou no INTER, era um mero desconhecido. O Enio Andrade, ao que me consta, conquistou o seu 1º grande título de Campeão Brasileiro também por aqui. O próprio Abelão também começou a ganhar títulos importantes no INTER.
E por que não apostar num Clemer, Cristóvão, Mancini etc…
SC
Penso que o Abel, estagnou no futebol. Senão vejamos. Atualmente o futebol é muito dinâmico, se pratica com muita velocidade. Defesa , meio campo e ataque, se confundem entre idas e vindas. A ocupação dos espaços dentro do jogo é extremamente importante. Ter a posse de bola com jogadas rápidas , envolvendo o adversário. sintonia nos três setores, defesa , meio campo e ataque.Este é o futebol moderno. O coletivo, nunca foi tão aprimorado em sua importância. O Abel pode fazer o INTER jogar dessa forma, basta escalar jogadores com estas característica. Temos o exemplo do time do Santos. Lucas Lima, é um D’Alessandro com velocidade que faz o time correr. Porque Valdívia e Sascha, nunca jogaram juntos ? Penso que esta aí o grande equívoco do Abel no seu retorno ao INTER, Um sistema tático totalmente ultrapassado.
Leandro Godoy
perfeito.
Na minha modesta opinião,Abel esta um pouco acomodado,principalmente depois dos títulos que conquistou. E parece tbem que existe uma acomodação por parte dos dirigente,cobranças mais duras por parte da diretoria…Para substitui-lo somente me ocorre de dois nome,Tite e Muricy…O primeiro não tem 100% aceitação no clube e o segundo esta bem empregado.Apostar em uma revelação,acredito que seja arriscado e não sei se a nosso torcida teria paciência com um Jardel Fucks,Clemer….
Melo,
Em tempo, também entendo ser o Abel Braga um cidadão honesto acima de qualquer suspeita, com todos os predicados por ti citados.
Conforme pode ser visto, meu comentário configurado em frustração, está voltado, exclusivamente, ao Abel como treinador.
SC
Melo,
Sem falar que os dois títulos: Libertadores e Mundial foram, ao que me conste, os primeiros grandes por ele conquistados. Ficaram a marca, embora eu sempre diga que as conquistas deveriam ser divididas com o Muricy, que entregou o time prontinho para o Abel. Até então, o que achei oportuno não comentar no post, ele havia sido responsável por duas, entre as maiores que tive como torcedor, frustrações. A 1ª, deixando escapar o Tetra Brasileiro, há 25 atrás, contra o Bahia em pleno Beira-Rio, pois bastava o INTER fazer um golzinho ou nos 90 da partida, ou nos 30 de prorrogação. Tudo ficou no 0x0. Depois veio o Olímpia, com a Libertadores na mão, em pleno Beira-Rio.
É isso aí.
Alô você Heleno!
Sou do time que acha Abel um cidadão acima de qualquer suspeita, sujeito honesto, de elogiado comportamento interno nos clubes onde passou, parceiro dos jogadores sem ser motivador de qualquer ação contra dirigentes. Mas vejamos: O greNAL do século foi uma insanidade, perdíamos por 0 x 1 e nosso lateral (Casemiro)tinha sido expulso. Ao invés de recompor a defesa ele tirou um volante (Leomir) e colocou um centro-avante (Diego Aguirre). É criou sua mais célebre frase: “PRA DENTRO DELES”. QUAL É A LÓGICA DESSA MEXIDA? Pois o Inter venceu de virada e e a jurisprudência estava formada. Depois veio a campanha da Lbertadores e Mundial que ganhamos apesar do Abelão deixar A.Pato e Luiz Adriano no banco de reservas para escalar Gabirú e Michel durante toda a Libertadores. A lógica? A mesma anterior, mas o Inter venceu de novo, portanto esse Abel que aí está não difere em nada daquele outro a diferença é que desta vez os Deuses do futebol não lhe concederam a honraria do triunfo.
Coloradamente,
Melo