Fazendo um trocadilho da música de Benito de Paula:
Mulher Colorada em Primeiro Lugar!
A mulher colorada é pioneira em ações para manter bons jogadores no clube. Na nossa biblioteca do INTER, nas instalações da FECI, há registros de mulheres fazendo abaixo-assinado para manter o jogador Carlos Kluve, pois na época, era médico e não conseguia conciliar a carreira de jogador e médico simultaneamente.
As mulheres foram se organizado ao longo das décadas, visto que, quando surgiu o futebol, este foi rotulado, como sendo, exclusivamente, dos homens, mas com a evolução humana e a independência feminina, esta conseguiu seu espaço do mercado de trabalho aos estádios de futebol.
O INTER fundou a primeira torcida feminina do Brasil, Força Feminina Colorada – FFC, mulheres abnegadas que acompanham o time do Oiapoque ao Chuí, nas estradas, no ar, das arquibancadas às cadeiras. Muitas vezes, presenciei líderes de torcidas 100 % masculina, usarem sua força humana para impor seus espaços frente à torcida feminina. Uma pena, mal sabem eles, que as representantes coloradas harmonizam e levem a frente a grande paixão colorada. A FFC é a única torcida colorada, em que não há brigas, nem uso de drogas e nem se rebelam contra o INTER e nem vaiam seus guerreiros nos jogo. Talvez, a ala masculina, deve estar proferindo internamente: “ futebol não é coisa de mulher”, pobres homens: não sabem o que dizem…….
Destaco a presença de grandes coloradas como torcedoras independentes:
A dona Regina. Sua presença no estádio é marcante. Seu sorriso, elegância, simpatia e paixão é sua marca registrada. Recordo de um bate papo com ela , em que narrou: “ o Inter foi fundamental para que eu me recuperasse de um processo de doença. Sem o INTER, eu não teria vencido”. Eu me emociono ao lembrar este depoimento.
Não posso deixar de citar a minha mentora colorada: Minha Avó dona “Estelita”.
A Mestre do otimismo e da sabedoria. Sempre levava como seu companheiro o seu “ radinho de pilha” seu fiel companheiro, enquanto davam a escalação, ela pegava um lenço branco em que fazia nós com o nome dos jogadores adversários, para amarrar as jogadas. Em dias de jogos, colocava asbandeiras bordadas por ela no parapeito da janela. Na época não havia a quantidade de produtos que encontramos hoje nas lojas e sites, mas lembro de que desenvolvia seus próprios produtos, colando nossos escudos em utensílios e objetos de decoração. Muitas vezes, fui chamada a atenção por ela, quando eu fazia promessas para o INTER sempre ganhar e ela dizia: “nada de misturar orações com futebol” e para a minha alegria ela terminava o seu discurso com a seguinte colocação: “ Não te preocupe: o manto de Cristo é vermelho!”.
Deixo o registro do legado da Primeira Conselheira do Clube, a nossa homenagem à Gessy Mancuso “ in memoriam” que atuou no Conselho do Clube e na nossa Fundação FECI, também como Conselheira. Fazia um trabalho, que talvez, muitos desconheçam: ela organizava os batizados na Capela Nossa Senhora das Vitórias, propiciava a alegria para os pais e padrinhos colorados, na grande certeza, que ao batizarem seus coloradinhos, perpetuariam a nossa grande paixão em seus corações. Tive a honra de vivenciar sua participação no I Seminário da Sócia Colorada (2013) em que discursou com a maior vivacidade nos seu 85 anos, registros de paixão e trabalho ao nosso INTER. E como conselheira, se posicionou muito firme e forte como colorada mulher, pois não tinha espaço e conseguiu conquistar este, com seu trabalho e inteligência que lhe era peculiar.
Em observações da Gestão do Futebol, cito em vários momentos, que está faltando a presença feminina, da administração emocional, da sensibilidade humana. Falta também, a postura e a energia firme da mulher em administração de grandes clubes. A mulher se posiciona muito bem, quando tem que ser firme com o profissional, sabendo separar o ídolo, do profissional dos campos de futebol.
Saúdo o nosso INTER pela grande homenagem às mulheres, quando organizou a promoção para a próxima semana, em que o ingresso para as 12 mil primeiras mulheres, será a troca de alimentos não perecíveis, agasalhos ou LIVROS. Alguns estão se perguntando, porque livros em maiúsculo? Bom, nesses 105 anos de Internacional, nunca vi a menção de trocar livros por ingressos. Parabéns a esta gestão por estimular a educação e a cultura. Será que a sugestão não foi de uma mulher? Risos, muitos risos!
Parabéns à sócia colorada, aproximadamente 30 mil mulheres, que enfrentam as intempéries do tempo, do frio ao calor, das chuvas no Gauchão, dos temporais na Libertadores, sem poder fazer o uso do make up, pois nossas bolsas são revistadas, sem podermos utilizar um batom e e nem ao menos, o espelho nos toilletes dos estádios (não existem), pois estes instrumentos poderão ser utilizados como arma em possíveis brigas por torcedores masculinos.
Nossa paixão é muito maior do que qualquer dificuldade, avós, mães, filhas, netas, sobrinhas, afilhadas, vocês fazem a diferença na grande massa colorada!
Um abraço Colorado
CLAUDIA LOCH
Parabéns!!!
Muito bom o texto.
Eu sempre comento com os homens “entendidos de futebol” lá de casa que se tivesse uma mulher la dentro no comando tudo seria diferente 😉
Um beijão no coração de cada uma dessas guerreiras coloradas!
Claudinha, será que o pessoal sabe que a designação torcedor foi criada em função das mulheres no Brasil? Sim. As mulheres iam tanto ao futebol quanto os homens, quando o esporte chegou ao país.E como iam emperiquitadas, maquiadas e de luvas, levavam lenços pois nesta terra sempre fez muito calor. E quando o nervosismo tomava conta e elas começavam a suar muito, secavam-se com seus lenços, ao que a imprensa da época relatou como: ” e as mulheres torceram seus lenços quando o time A fez gol no time B”. Aos poucos elas ficaram conhecidas como “as torcedoras”…e pronto.Hoje temos um país de torcedores do futebol! Legal isso não?
Claudia Loch, lindo o teu texto. A presença da Dona Regina nesta reportagem é linda pois ela é o símbolo vivo da mulher colorada, e concordo com ela, porque também eu comecei a viver de forma plena e feliz, a ser eu mesma a partir do dia 01/02/08 quando assisti pela primeira vez um jogo de INTER, e vim sozinha, sem conhecer ninguém.
Um abraço.
Alô você Claudinha!
Belo texto, bela e justa homenagem. Minha avó Cecília não se separava do seu radinho para acompanhar o seu Inter. sem nunca ter ido a estádio. Dava nó na saia quando o adversário atacava para não fazer gol no seu Colorado. A ela também a homenagem se me permitires.
Coloradamente,
Melo
Que lindo! As mulheres coloradas com seu talento e dedicação também são responsáveis pelas conquistas do Inter!
Que linda homenagem às mulheres. Por estarmos vivendo tempos de tanta violência em nossa sociedade, dentro e fora dos campos, é sempre bom fazer uma reflexão sobre a igualdade entre os homens e as mulheres, sobre paz, tolerância e amor ao próximo. Grata,Cláudia e BAC