Existem funções em um clube de futebol, ou outro qualquer, onde existam vários atletas, que a pessoa que lida diretamente com eles precisa estar há bastante tempo no clube e com isto, conhecer a fisiologia de cada jogador. Saber de quem pode esperar um pouco mais de esforço físico, saber de quem não deve esperar mais esforço, saber quem tem uma deficiência e precisa tratá-la, saber quem tem um problema crônico e deve evitar um certo exercício mais puxado, enfim, alguém que conheça a história de cada jogador durante a sua permanência no clube e este profissional é o “Preparador Físico”.
Defendo que este profissional seja “Funcionário do Clube” pois somente assim, ele consegue acompanhar a trajetória física de cada jogador, conhecendo não apenas superficialmente cada um, mas sabendo muito além do que os exames dizem, sabendo o que pode tirar de melhor de cada atleta.
Não consigo entender, que cada treinador traga o seu preparador físico de confiança. Ora, quem tem que ter confiança no trabalho do preparador é o clube e não o técnico, pois na verdade, este preparador que vem no pacote do técnico, só faz ficar mais cara a contratação do técnico.
Lembro bem, quando o Dorival Junior trouxe o seu preparador de confiança, que havia acabado de colocar o Galo na segunda divisão, ou quase, e a grande maioria dos jogadores do INTER começaram a ter problemas físicos e o time não rendia em campo.
Sempre me vem na memória, que o INTER dispensou o Fábio Mahseredjian e o Tite solicitou a direção do Corinthians que o contratasse rapidamente e deu no que deu. O time voava, foi campeão da Libertadores e do Mundo, ou seja, com um bom preparador, que inclusive era preparador da Seleção Brasileira, você pode fazer o time render bem além do esperado. Ele foi para junto do Tite, levou um tempo, conheceu os jogadores e condicionou-os para um alto rendimento, o que nos anos seguintes, fez o Corinthians bater o Chelsea na final do mundial, correndo os 90 minutos.
Concluindo, o INTER não deveria ter dispensado quem tinha um trabalho reconhecido nacionalmente, tanto que era convocado para a Seleção Brasileira e conhecia bastante os jogadores do INTER e seus históricos de lesões e condicionamentos físicos e fazer deste profissional, sendo ele ou não, um funcionário do clube e não ficar ao gosto de cada novo técnico, que traz seu preparador e este não conhecendo o histórico do jogadores, exige o mesmo de todos e acaba por sacrificar alguns e o time literalmente perde rendimento em campo.
De uma boa preparação física se colhem muitos frutos. Time com bom rendimento, correndo os 90 minutos, menos jogadores lesionados, o treinador pode contar com o mesmo elenco mais seguidamente, o time pega mais conjunto e por final, vem os Títulos.
Sim, existem hoje exames que apontam em que estado fisiológico se encontra cada atleta e a propensão de lesão, mas convenhamos, nada como uma boa planilha de acompanhamento, mostrando o histórico e seu rendimento para uma real avaliação.
Acho que os clubes deveriam pensar sobre isto.
Abraço COLORADO.
Evandro Milani – Porto Alegre – RS
INTER, NADA VAI NO SEPARAR !
A direção tem que impor. Não pode ficar refém.
Alô você Evandro!
Penso que esse procedimento de contratar o “pacote” está com os dias contados. Nosso vizinho também conhecido como cliente preferencial adotou essa estratégia recentemente quando Cristóvam Borges tentou impor “sua comissão técnica” e por isso foi rejeitado. No INTER a figura do professor CARRAVETA representa a figura permanente do profissional junto ao clube com direito a ter o histórico, prontuário e etc de cada jogador. Ocorre que ele trabalha exclusivamente na recuperação dos extropiados e caímos na mesmice de não ter o preparador fisico permanentemente com o time. A pauta é interessante.
Coloradamente,
Melo
Olá Evandro
Eu concordo com tuas premissa, hoje em dia que não basta jogar futebol tem que ser um atleta que joga futebol, onde a preparação física é ponto fundamental, o clube deveria ter uma atenção especial sobre esse profissional, porem já faz alguns anos que um sem número de preparadores físicos passaram a ambicionar e assumir a funções de técnicos, como Claudio Coutinho, Parreira, Celso Roth só para exemplificar, tem muitos outros, os técnicos consagrados passaram a montar suas equipes e dificilmente abrem mão de trabalhar com fisicultores que eles não confiem e não um possível inimigo na trincheira.
Os Presidentes de clube, por sua vez, na ânsia de não desagradar a torcida e dar a falsa impressão que através de um medalhão como treinador todos os problemas serão resolvidos submetem-se a aos treinadores aceitando equipes de assessores enormes, chegando ao ridículo do Galo ter trazido até um responsável pelas filmagens como se o Inter fosse uma produtora de cinema, e culminando com os salários astronômicos e em consequência clubes endividados ou falidos.
Excelente colocação. Tem coisas que parecem ser tão simples pra nós colorados, que parecem tão encobertas para a visão da direção. Não deve ser complicado ter a equipe de preparação fisica como funcionário permanente do clube….
Talvez você tenha razão, Evandro. Mas para isso o Clube tem que valorizar o preparador físico mais competente, questionar mais o trabalho do mediano e dispensar o fraco. Não tenho condições de avaliar o atual preparador físico do INTER, mas lembro que o Fábio Mahseredjian, que sempre foi extremamente competente, foi deixado de lado dentro do próprio Clube quando veio outro treinador com seu próprio preparador (não lembro quem eram). Uma falha imperdoável da Diretoria, que foi submissa aos interesses daquele novo treinador, permitiu que pouco tempo depois o Fábio saísse do Clube para ser novamente protagonista na preparação física, mas em favor de um adversário. Pagamos por isso. Lamentável. SC