Eu não vou dizer nada (Além do que estou dizendo…)

Um dia critiquei o atacante Jô pelo pouco futebol em campo e por sua vida agitada fora dele. Teve um jogo, contra o Caxias, no Centenário, em que o atacante que acabou disputando uma Copa do Mundo, apareceu com longas traças de sei-lá-o-que. Seu cabelo acabou chamando mais atenção que seu pouco futebol. A crítica, na época, era a de que quando estamos ‘em baixa’, o melhor é ficar quieto e trabalhar: não chamar mais a tenção para si.

Soube essa semana, que os jogadores do Internacional se negaram a dar entrevistas. Os jornalistas foram informados que Alisson Farias é que atenderia os repórteres. A escolha foi contestada porque se tratava de um jogador que nem entrando nas partidas está. O pronunciamento oficial que saiu do vestiário é que os líderes do grupo estão irritados com as críticas de alguns cronistas e resolveram que não iriam falar e, por isso, ninguém falou. Esta demonstração prova quem manda no vestiário do Inter. Afinal, nenhum dirigente teve força suficiente para contornar a “crise” dos boleiros com a imprensa.

Do blogue de Hiltor Momback, do Correio do povo, dia 06.11:

(…) Como a maioria desses jogadores do Inter nunca ouviu falar do “Manifesto de Glasgow” e não possuem a mínima ideia do que foi, eu lembro a eles que em 1973, durante uma excursão à Europa, preparatória à Copa da Alemanha, depois de uma série de fracas atuações, os jogadores da Seleção Brasileira redigiram um manifesto com o nome da cidade escocesa onde se encontrava o selecionado. E resolveram não falar mais com os jornalistas.

Numa decisão simples, o jornal “O Estado de São Paulo” passou a omitir de suas páginas os nomes dos jogadores. Publicou a escalação do Brasil que iria enfrentar a Escócia da seguinte maneira: “Goleiro do Palmeiras, lateral direito do Corinthians, zagueiro central do Palmeiras…”. Ligeirinho os boleiros voltaram a dar entrevistas.

Que tal? Será que o Alisson, o Valdívia, o Vitinho, o Dourado gostariam de não ter seus nomes divulgados na mídia? Eles, que querem continuar na Seleção Brasileira? Que tal uns dois meses sem nenhuma notícia do clube? Sem manchete, sem foto no jornal, sem publicação de matéria. Que tal?

 

E isso não é a primeira vez que acontece, de o vestiário fazer ‘a sua vontade’. É um absurdo que explica um pouco porque estamos perdendo seguidos jogos, e por goleada.

A exemplo de Jô, cabia ao elenco do Inter não colocar ‘água na fervura’, fazer o seu e justificar-se ao torcedor. A imprensa, nada tem a ver com isso.

Se os jogadores não falam, quem anda falando demais é nosso presidente. Depois de esnobar técnicos e falar pelos cotovelos, teve que ‘engolir’ Diego Aguirre com uma desculpa esfarrapada. Adepto do “torcedor torce e dirigente dirige” nosso presidente tem me decepcionado muito na frente dos microfones. Veja algumas ‘pérolas’ de nosso mandatário maior com os comentários de Tia Asteróide entre aspas:

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Aprende com o homem do ‘pojeto’ Piffero…

“Acredito que terá um G5 no Campeonato Brasileiro.”

(E de quê adianta se vamos ficar entre sexto e oitavo pelo andar da carruagem?)

“Nós gastamos muito em locomoção. O custo da Libertadores é muito elevado.”

(Pra gastar o que ta gastando com Anderson, dinheiro não deve ser problema)

“Ficar fora da Libertadores não é um “baque” tão grande na questão financeira. A Libertadores não paga tão bem assim.”

(Então porque só se fala nisso? Lembro da fábula da raposa e as uvas)

“Fernando Carvalho é empresário e não pode voltar ao Internacional.”

(Melhor um empresário competente do que torcedores incompetentes)

“O trabalho do Diego Aguirre foi muito bom. Não fomos um fracasso na Libertadores.”

(Então melhor recompensá-lo com uma multa indenizatória por quebra de contrato para que ele seja poupado como os demais jogadores)

“Nós ficamos em 3º na Libertadores e foi um fracasso. O Grêmio está em 3º no Brasileirão e não é um fracasso.”

(Muito lógico: em janeiro se esperava o Inter disputando o título da Libertadores e o Grêmio lutando pra não cair)

“O Diego Aguirre foi demitido pela preparação física, que não era a adequada.”

(Então demite o preparador físico. Já pensou em o presidente cair porque o marketing do clube é falho?)

“Único campeão é o Inter. O melhor brasileiro na Libertadores é o Inter. O nosso ano não foi bom?”

(Sem comentários)

“Todos os anos colocamos um título no armário, querendo ou não.”

(E parece que quase sempre não quer pois nunca tratam o campeonato brasileiro com a seriedade que ele merece. Temos condições de acabar com o estigma de 1979, mas por incompetência, nunca planejamos o ano adequadamente)

Beijocas….

Simone Bonfante – Criciúma/SANTA CATARINA

Inter: no campeonato das paixões és líder invicto e isolado!

One thought on “Eu não vou dizer nada (Além do que estou dizendo…)

  1. Alô você Simone!
    Minhas considerações a respeito:
    1)Nem os jogadores deveriam se recusar a falar, afinal estão falando para serem ouvidos pelos torcedores
    2) A imprensa não tem o direito de ficar ameaçando pois mesmo que o gesto não seja simpático, adequado etc, é direito liquido e certo, querer se manifestar ou não embora, repito não seja nada simpático;
    3) Venho dizendo há algum tempo, não temos um vice de futebol que conheça do riscado (faz tempo) e assim sendo de vez em quando surgem essas maravilhas que ninguém explica adequadamente.
    4) O Pífero? Bem, é o Pífero

    Coloradamente,
    Melo

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