UMA FELIZ CENTENÁRIA COLORADA

É ela, DALILA CARVALHO FERREIRA, gaúcha da zona rural de Caçapava do Sul, neste ano, mais precisamente no dia 7 de maio, completou 100 anos de idade.

            Veio residir em Porto Alegre no ano de 1951, com 36 anos de idade.

            Ainda jovem, aos 43 anos, ficou viúva e fruto de seu casamento teve 5 filhos, sendo 4 mulheres e José Lopes Ferreira, ex-colega de trabalho e amigo de longos anos.

            Desde pequena Dalila mantém sua afeição pelo INTER, sendo digno destacar que a partir da perda de seu marido, optou em compartilhar sua vida com os 5 filhos, 9 netos (entre homens e mulheres), 17 bisnetos (entre homens e mulheres), 1 tataraneta e muitos amigos, jamais deixando de lado seu vínculo afetivo pelo colorado. Desnecessário comentar que a grande maioria de sua prole é colorada.

            Relacionar sua vida de torcedora ao INTER, pode-se dizer que vivenciou todos os momentos de glória do Clube.  Quando nasceu, em 7 de maio de 1915, o INTER tinha somente 6 anos de existência e já era bicampeão citadino. Até parece que o colorado aguardou seu nascimento para dar início às maiores dimensões de um clube esportivo. Foi a partir daí, que começou a vencer GRENAIS, obtendo a 1ª vitória (4×1), em 31 outubro de 1915, que corresponde ao 1º clássico acontecido após o nascimento de Dalila (menos de 6 meses depois). Naquele ano também acontecia a conquista do Tricampeonato Invicto Citadino pelo colorado. E não se pode negar que ela não seja uma torcedora afortunada, pois teve a felicidade de vivenciar todos os GRENAIS vencidos pelo INTER até hoje. Ao todo 153. Perdeu muitos, mas venceu a maioria, com um saldo de 26 vitórias a mais. E todos os títulos gaúchos, brasileiros e todas as conquistas internacioais.

            Quatro dias antes de completar seu centenário, ou seja, em dia 7 de maio do corrente ano, recebeu o presente antecipado do PENTACAMPEONATO GAÚCHO, no GRENAL 406, vencido por 2×1. Portanto, nasceu vencendo e completou 100 anos na condição de vencedora.

            Sem dúvida, uma torcedora predestinada e privilegiada. Só podia ser colorada.

É claro que quando ainda pequena as condições de acompanhar o futebol eram precárias, haja vista que as primeiras transmissões de rádio no Brasil só ocorreram a partir dos anos 20. O futebol ainda não ostentava a paixão dos tempos atuais. Imagine vivendo no interior, ainda mais em zona rural, somente tomando conhecimento dos resultados através dos jornais dias após, considerando, sobretudo, que os jogos eram disputados aos domingos e os informativos como o Correio do Povo não circulavam nas segundas-feiras. O recurso do telefone era praticamente inexistente no campo onde residia e limitado em áreas urbanas para ricos, devido ao alto custo.

            Entrementes, as coisas começaram a mudar a partir de sua transferência à Capital, estando mais próxima do colorado e assim podendo acompanhar de perto os jogos. Aqui chegou num momento áureo, onde só dava INTER. Ainda em tempo de conhecer Carlitos e Adãozinho, remanescentes do famigerado Rolo Compressor, como também do grande time de Teté, formado por Bodinho, Salvador, Oreco, Paulinho, depois Larry e Chinesinho entre outros.

            Mesmo na capital acompanhava as transmissões pelo rádio numa época em que  eram raras as mulheres que frequentavam estádios de futebol. Depois, com o advento da televisão, ficou mais fácil assistir e acompanhar os jogos.

            Hoje, não sendo mais tão jovem, com 100 anos vividos, ainda ostenta muita vitalidade e lucidez, tanto que anota os recados e telefones na ausência do filho Ferreira. Consegue muito bem vislumbrar o vermelho nas telas de TV. E aí pergunta: – É o INTER que está jogando? Se positivo, interessa-se pela partida. Quando toma conhecimento dos resultados negativos dos jogos do rival azul, pronuncia as palavras: – Bem feito pra eles!

            Ao completar 100 anos recebeu justas e diversas homenagens de familiares e amigos.

            E neste contexto, o Blog ARQUIBANCADA COLORADA não poderia deixar de prestar sua homenagem à Dona Dalila pelo seu centenário, enriquecido pelo seu carinho ao S.C. INTERNACIONAL. Ainda por cima, abrilhantado pela opção de ser fotografada com a camisa vermelha do BAC.

            Parabéns, colorada DALILA CARVALHO FERREIRA, nós do BAC sentimos orgulho de prestar-lhe esta homenagem pelos 100 anos de sua existência.

Saudações Coloradas

            Heleno Costi