Passado, presente e futuro

Difícil assimilar a forma da saída do D´Alessandro, depois de longo período de férias e de preparação, inclusive nos EUA. Difícil, mas muito difícil, aceitar que isso tenha acontecido de uma hora para outra pelas razões colocadas pelo atleta e direção. Não discordo da saída, mas da forma da saída. Acredito que D´Alessandro marcou positivamente na história de nosso Internacional e por essa razão, a torcida Colorada viveu uma paixão sem limites durante a permanência dele no clube. Olhando pelo lado dele, sai na hora certa e por cima. Decisão digna de elogios.

Procurando olhar nosso Internacional nos dois últimos anos, não vivemos muitas alegrias. Ser campeão gaúcho não foi suficiente para deixar feliz uma torcida que já festejou as maiores conquistas no Brasil, das Américas e do Mundo. A saída de grandes jogadores durante competições importantes ou no início delas foi aceita com a maior naturalidade pela direção do clube, em momentos em que eram imprescindíveis, sempre com desculpas que não convencem ninguém. Com D´Alessandro se repete a mesma situação. Olhando para trás, acabamos torcendo por jogadores que passaram pelo nosso Internacional, hoje brilhando em outros clubes. A gratidão é muito importante, mas o profissionalismo de quem trata esses assuntos também. Queiram ou não queiram, não são momentos de se deixar levar por sentimentos piegas, mas sim de tratar com seriedade e responsabilidade interesses de dois lados, o do atleta e o do clube. Trata-se de um clube, que investe altas quantias nas contratações, paga altos salários e não recebe um serviço de graça. Custa caro, principalmente porque além do foco financeiro, trata com sonhos da torcida. Como essas situações se repetem e nunca ficam muito claras as verdadeiras razões de cada saída, ganhos reais e perdas, a torcida fica sem entender. Até quando?

Passada a pré-temporada e os jogos iniciais do Campeonato Gaúcho o que estamos constatando. O time que aparentemente foi treinado durante um mês, perde a peça principal do seu esquema de jogo. Alisson e Anderson, pelas informações na imprensa, negociados e com

saídas iminentes. Enquanto outros clubes no Brasil investem contratando jogadores para cobrir e qualificar suas carências, nosso Internacional parece perdido, não sabendo novamente o que quer em 2016. Quando ao jogo apresentado nas partidas iniciais, não dá para opinar contrariamente, pois principalmente o último, contra o São José, foi jogado em condições muito precárias. Sinceramente, não sei como no futebol profissional de um campeonato regional é permitido jogar em um campo de grama sintética, onde a qualidade é nivelada por baixo e o alto risco de lesões graves. Basta ver a confusão para definir o tipo de chuteiras que os atletas devem usar. Leio bastante, acompanho futebol e desconheço outro campo profissional no Brasil ou no mundo, onde jogam campeões do país, dos continentes e do mundo, utiliza esse tipo de equipamento.

O futuro, como se diz, “a Deus pertence”. Caso a direção “não acorde” e contrate os jogadores que nosso Internacional precisa, torço para que o comando técnico encontre nessa gurizada da base, de excelente qualidade, o dinamismo que falta ao time. Que o time aproveite a saída do D´Alessandro e passe a ter um meio de campo mais guerreiro, não só nas adversidades, mas em todos os jogos, ganhando ou perdendo. A definição de um conjunto de mais qualidade, mais compacto, onde todos passem a marcar, saibam sair jogando, triangulando e tabelando. Que acabem com esses chutões ou “lançamentos malucos” dos zagueiros para os atacantes e que os atacantes procurem chutar mais. Também nos resta torcer pela plena recuperação do Valdívia e que não seja negociado logo após. O resto, o de sempre, nunca se sabe o que pode acontecer com os destinos do nosso Internacional.