Em um fim de tarde, inicio de noite, a Capital gaúcha com uma temperatura acima de 28 ºC, o Internacional, adentra o gramado do Colosso da Beira-Rio, com um currículo de 21 partidas sem derrotas, para enfrentar o lanterna do campeonato, no momento identificado como Veranópolis , equipe fundada em 15.01. 1992, da fusão de duas equipes até então rivais que encontraram a lógica da sobrevivência em tempos difíceis: a União.
E, de conhecimento público, adentraram o gramado com a sombra de uma enorme crise. O Inter, com seu novo grupo de titulares, nos movimentos iniciais, demonstraram a iniciativa de busca da vitoria, característica e obrigação de dono da casa, equipe grande, diante adversário pequeno. Eis então que entra em cena, antigo artifício de time dono da casa em jogo noturno perdendo a partida para o time visitante: o Apagão dos antigos refletores, então denominado Blecaute! Difícil de crer ainda a possibilidade, em pleno século 21, da existência desse tipo de prejuízo a um espetáculo.
E o Inter foi muito prejudicado. A parada técnica introduzida no campeonato gaúcho não altera o andamento da partida. Apagões dessa ordem sim. A concentração foi de alguma forma mais afetada ao Inter do que ao Veranópolis. Para nós, Inter, era mais uma partida; para o Veranópolis era caso de vida ou morte! E como em futebol não se deve dar luz para cego, apesar de todo o esforço da ”tia e sua gurizada”, perdemos… Perdemos? Perdemos! Difícil de crer! Ao colocarmos a bola na rede adversária – a impressão que todo o torcedor detinha era de um placar elástico. E vieram os apagões e o intervalo; e com o intervalo veio o gol: Gol de Jackson – Contra! Infelicidade? Qualidade técnica? Desentrosamento? Gol do Veranópolis… A tia da gurizada nada podia fazer porque a cidadela foi derrubada por quem possuía o dever de proteger o patrimônio. A tia mais uma vez se superou em campo, tanto na defesa, no meio de campo e também no ataque. Paulão foi o nome da partida.
E a gurizada? Bem, a gurizada necessita, urgentemente, de controle da afobação, do lampejo de craque, ou seja, antever o que deve fazer em frações de milésimos de segundo para não desperdiçar ataques, esforços próprios, e frustrar a alegria da torcida, principalmente os dois laterais: que bom que aprenderam a correr, o que precisam levar como lição de casa é: agora que chegamos à linha de fundo, ou que estamos de posse da pelota, onde deveremos lançar essa bola? Às vezes me pergunto o que fazem nos treinos… Tivemos uma derrota, que deve ser aceita como bem-vinda. Não me perdoarei se perder para a antiga touca da Serra, que depois que levou oito ao ter ousado nos enfiar quatro, desceu a ladeira e até hoje não encontrou a porta da frente do futebol brasileiro.A derrota foi em um bom momento e num bom local: em casa, onde está o travesseiro, o ursinho de pelúcia, o ombro amigo. O estrago não foi grande, a decepção sim, apagando até o sorriso amarelo.
Temos sérios problemas estruturais. E ouso afirmar que o primeiro está à beira do campo. Não consigo aceitar quem treina um grupo, uma semana, um mês, um ano, não consiga transmitir o seu entendimento a ponto de necessitar ficar gritando, berrando, noventa minutos ou mais o nome de seus atletas, seus comandados, como se fossem movidos somente por essa forma de comunicação. Respeito, sim, respeito, mas não me conformo com o método, o sistema em prática. Essa corrente de treinadores deveria ser extinta, por me parecer ultrapassada.
Vou encerrar. Esses dias São José perdeu 49% de adeptos no Rio Grande do Sul, e agora o São Paulo está indo pelo mesmo caminho (são 32’ do segundo tempo, faz 3 x 2, fechou o tempo),…
Nosso espetacular Edinho sendo expulso. . . Ah, nosso time, precisa urgentemente amadurecer. Único caminho para as vitórias e títulos.
Alô você Jaldemir!
Pode parecer curioso e até não obter concordância, mas não achei que o time tenha jogado mal , o que é diferente de dizer que jogou bem, mas pincei uma frase de teu texto que me parece muito adequada: “Bem, a gurizada necessita, urgentemente, de controle da afobação”. Grande parte do problema reside exatamente aí. Precisamos de quem assuma a tutela da moçada. Esse cara era pra ser o Alex que a mim demonstra não ter mais a vitalidade para os 90, mas pode fora do campo de jogo, e muito.
Coloradamente,
Melo