Quando nos propusemos a fazer a série de postagens periódicas, informando a situação e paradeiro de jogadores colorados, que vestiram a gloriosa jaqueta rubra no passado, a ideia era de comentar sobre aqueles que ainda estivessem vivos na memória da maioria dos torcedores.
Todavia, abrimos exceção para Flávio Pinho, mais conhecido por FLORINDO, em vista de ter atuado nos anos 50, em que a grande maioria dos que acessam o BAC, certamente não o viu jogar, e talvez poucos mantenham conhecimento sobre aquele que foi um dos maiores zagueiros do INTER em todos os tempos.
As gerações mais recentes falam muito sobre Figueroa, Gamarra, Índio, Célio Silva, entre outros zagueiros, enquanto os mais antigos também sabem muito bem o quanto jogava o grande defensor Florindo.
O motivo desta lembrança deve-se ao fato de ser, pelo que sabemos, o último remanescente vivo daquele grande time de Francisco Duarte Júnior, o Teté, conhecido como o 2º Rolo Compressor ou simplesmente Rolinho. Há poucos anos ainda mantinha a companhia do goleiro Miton Vergara e do centroavante Larry (foto), que vieram a falecer tempos depois.
E foi justamente aquele famoso time de Teté, que me levou a iniciar a vida de torcedor colorado. Vivia no interior, ainda muito criança e acompanhava pelo rádio a atuação do nosso INTER. Mantenho vagas lembranças, talvez mais por informações recebidas, sobre o título de 1955, das tabelinhas de Bodinho e Larry, dos embates entre o nosso zagueirão Florindo com o chamado tanque tricolor Juarez e do inesquecível Grenal de 3×1 que nos deu o Campeonato. E, claro, daquele timaço: La Paz, Florindo e Oreco; Mossoró, Odorico e Lindoberto; Luizinho, Bodinho, Larry, Jerônimo e Chinesinho.
Florindo é natural de Nova Friburgo, do estado do Rio de Janeiro. Desembarcou em Porto Alegre em princípios de abril de 1950, contratado pelo Nacional, depois de ter passado pelo Fluminense. Assinou contrato com o INTER em 1951, onde permaneceu por mais de 8 anos, até 1959. Posteriormente, atuou pelo Botafogo, Ponte Preta, Taubaté, Pelotas e São Paulo (RS).
Jogando pelo INTER venceu os campeonatos de 1951, 52, 53 e 55. Sua grande glória foi alcançada na Seleção Brasileira, formada por gaúchos e que tinha por base o time do INTER, vindo a conquistar o BICAMPEONATO PAN-AMERICANO no México, em 1956. E foi a partir daí que recebeu o apelido dado
pela imprensa de GIGANTE DE ÉBANO (*), devido ao seu grande vigor físico, como também pela sua grande exibição tida na seleção desde o início até a grande final contra a Argentina. Nãoé para menos que o zagueirão Florindo deixou na reserva o ídolo do time azul, Airton Ferreira da Silva.
Importante lembrar que teve presença marcante no famoso GRENAL de inauguração do Estádio Olímpico, naquela sonora goleada de 6×2. Eles jamais esqueceram e nós muito menos.
Seu coração colorado já com 86 anos, o levou, há alguns meses, a fazer uma visita ao Beira-Rio, em que o deixou emocionado pela pujança do novo estádio. Levou material de sua época e aproveitou para lembrar episódios de seus bons tempos de Eucaliptos em que jogava pelo INTER.
Na mesma oportunidade relatou um episódio até hoje pouco conhecido, informando que o Presidente Ephraim Pinheiro Cabral na procura de um centroavante lhe perguntou se tinha algum para indicar. Não pensou duas vezes e citou LARRY, seu companheiro de clube no Fluminense do Rio de Janeiro. Feliz indicação, pois o grande ídolo Larry veio a se tornar um dos maiores atacantes da história colorada. Lembramos com tristeza, que ele nos deixou há pouco.
Florindo com Larry e Milton
Florindo: Uma lenda!
Heleno, parabéns. Reviveste em minha memória histórias relatadas como feitos lendários de personagens que neste caso conheci como verdadeira lenda viva. As histórias eram contadas pelos meus irmãos, que assistiram esses craques do Passado, que não devem nada a nenhum que veio depois deles, sem demérito a Figueroa nem a Gamarra,Celio Silva, Pinga, Indio, Luis Carlos Scala, Pontes, e tantos outros que poderiamos listar. Até mesmo Nitota, Pontes, Gauchão. Foi um monumento da época. Hoje, se tivéssemos semelhantes em nossa zaga, acredito que também seríamos mais felizes. Parabéns por trazer aos jovens torcedores um exemplo de Atleta. Grande Abraço!
Jaldemir,
Quando falava pro meu pai sobre Figueroa. Ele simplesmente respondia: Isto que não viste os defensores Florindo e o Nena jogar.
As lendas devem ser preservadas
SC
Alô você Heleno!
Mais um brilhante post recheado de informações sobre os grandes ídolos Colorados. Florindo era amigo de meu pai. MUITO MENININHO comecei a frequentar o estádio Ildo Meneghetti pelas mãos do seu “Melão”. A lembrança da imagem é vaga mas a história ficou. Meu pai com certeza se perguntado fosse diria que não houve ninguém igual a Florindo. Mais uma vez parabéns pelo brinde que nos destes.
Coloradamente,
Melo
Muito bom o post, Heleno. É importante para um clube da grandeza do INTERNACIONAL e para sua imensa torcida, que os craques do passado não sejam esquecidos. Fazem parte da história do Clube e merecem o devido destaque, mesmo que a maior parte de torcedores atuais não os tenham visto jogar. Obrigado por trazer ao nosso conhecimento, com riqueza de detalhes, a história de FLORINDO, O GIGANTE DE ÉBANO, e de outros grandes atletas que se dedicaram ao futebol e a elevar o nome do SPORT CLUB INTERNACIONAL ao patamar de grandeza que ele sempre mereceu.
Heleno, parabéns pela tua postagem. É muito bom ver que existem pessoas que guardam grandes valores em seus corações e valorizam o que outros fazem, principalmente quando ainda vivem junto de nós. Com 70 anos já rodados e guardando grandes e inesquecíveis lembranças do tempo dos Eucaliptos, onde assistia os jogos agarrado ao alambrado e maravilhado com esses verdadeiros profissionais e artistas da bola, que vestiram com amor e honraram o manto Colorado, assim como a verde e amarela (na foto aparece Enio Andrade, outro inesquecível e também, mais tarde, técnico vencedor em nosso Internacional). Esses jogadores, que colocaram seu amor, suor e qualidade dentro de campo, contribuíram de forma decisiva para a grandeza do nosso Internacional e forjaram esse clube vencedor e essa torcida exigente. Só posso dizer OBRIGADO ao Florindo, assim com aos demais grandes craques Colorados, por me terem trazido tantas alegrias e orgulho de nosso Internacional. Esses “caras” amaciaram os corações e alimentaram sonhos de pequenos Colorados que se multiplicaram ao longo do tempo e merecem eternamente nosso respeito e admiração.
Pauperio,
Esses antigos jogadores, como Florindo, Larry e Milton Vergara que aparecem na foto, honraram a camisa colorada. E o que é muito importante, passam e voltam, como fizeram os três citados, para matar saudades e afagar o coração das lembranças de algo que os fez tão importantes e orgulhosos como o de terem vestido a jaqueta colorada,
Infelizmente, o profissionalismo de hoje tornou tão incomum tais cenas, pois a grande parte de jogadores troca a toda hora de clube, na procura, tão-somente, do lado material (financeiro) e logo lodo esquecem tudo, deixando o passado para trás. Mas os clubes também tem alta parcela de culpa em não procurar preservar seus astros, tudo pelo interesse financeiro.
SC