O MELHOR INTER QUE JÁ VI!

Amigos colorados, me proponho a um desafio imenso, o de escalar o melhor Inter que já vi jogar, analisando cada posição mesmo que em épocas muito diferentes. Sei que haverá discordâncias, mas que todos torcedores somos também “técnicos” e imaginamos que sabemos tudo de futebol, principalmente de nosso time. Adianto também que acompanho a seleção vermelha de 1975 para cá, por isso não me arrisco a escalar jogadores antes desse ano, pois realmente não era de meu tempo. Por exemplo, não vi Carlitos, Larry, Tesourinha e outros tantos que tão bem ouvi falar e estudei na história de nosso clube.
De 1975 para cá, do início de campeonato até o gol iluminado do nosso capitão Figueroa na final contra o Cruzeiro, passando por regionais, torneios, campeonatos, amistosos, time A, time B, júniores, enfim, sou testemunha ocular de espetáculos que só um time como o nosso pode proporcionar a algum torcedor.
Para escalar minha seleção, considero além da habilidade, da técnica, do fato de ser craque, levo em consideração também a importância do jogador para o clube e os títulos conquistados.
Na escalação abaixo, em apenas 04 posições não fiquei em dúvida, pois são quatro jogadores que dispensam qualquer comparação, estão escalados isoladamente. Nas demais posições, não me omito, escalo em maiúscula o dono da camisa titular, mas em seguida indico aqueles que me causaram dúvidas e que estão praticamente a altura do titular dessa seleção.

MANGA (Taffarel, Clemer, Benitez) – Pra mim o Manga era sinônimo de goleiro, aquele que fecha o gol, que buscava bolas impossíveis. A goleira era pequena para nosso Manguita. Também não deixaria de citar, acredito que o melhor goleiro que tivemos tecnicamente falando, o nosso Taffarel, infelizmente não conseguiu títulos por jogar naquele longo período de jejuns. Faço uma referência ao grande goleiro Clemer, campeão mundial e da libertadores, importantíssimo, sou muito grato a esse jogador por suas importantes participações nesses títulos. E o Benitez, outro senhor goleiro, campeão invicto e melhor goleiro estrangeiro que já tivemos.
CLAUDIO (Luis C. Wink,) – Claudio Duarte, grande lateral, líder e vencedor. O Wink foi um grande lateral, mas também a exemplo de Taffarel não conseguiu títulos mais expressivos em sua carreira em nosso Internacional.
FIGUEROA – Esse tem nome completo, Dom Elias Figueroa, dono da área, capitão, líder, sem sombra, sem dúvida quanto a titularidade em qualquer seleção vermelha. Pela primeira vez chorei ao saber de um jogador que iria embora, não imaginava como seria o Inter sem seu capitão.
INDIO (Gamarra, Mauro Galvão, Fabiano Eller) – “Empurrei” o Índio pra quarta zaga, pois não consigo imaginar ele fora do time, seria covardia coloca-lo disputando a zaga central. Mas lembrei que na libertadores 2010 ele jogou por aquele lado, sendo o Bolívar o zagueiro pela direita. Grande Índio, não por ser craque, mas por ser raça, por dedicação, por profissionalismo e pelos feitos te coloco jogando ao lado do Figueroa (será que alguém passaria por essa zaga?). Para não passar despercebido, tivemos dois da posição de quarto zagueiro extremamente técnicos, quase perfeitos no desarme, na saída de jogo, um que foi o Gamarra jogou também numa época difícil para nosso time, os títulos não vieram. Já Mauro Galvão, se não me engano, com 17 anos já estava comemorando o nosso título de campeão brasileiro invicto. Fabiano Eller foi importante nas duas libertadores e no mundial, fica o registro desse importante jogador.
VACARIA (Kleber, Jorge Wagner) – Me dei conta que não tivemos craques nessa posição, nem um destaque considerado indiscutível. Vacaria era regularidade, Kleber era um grande jogador, mas me incomoda lembrar dele fardado de vermelho mascando aquele chiclete. Ganhamos a primeira libertadores com Jorge Wagner improvisado e o mundial com Hidalgo e Rubens Cardoso, lembram?
CARPEGIANI (Caçapava, Batista, Guinazu) – Sempre fomos bem servidos nessa função, jogadores mais aguerridos, jogadores mais técnicos. Paulo Cezar Carpegiani, jogava até mais a frente, sua técnica era admirável. Caçapava foi difícil não colocar em primeiro plano, que baita jogador, que paredão em frente a área e Batista era ótimo, tinha técnica e raça, pena que teve recaídas em sua carreira. Guinazu recentemente tomava conta daquela região, serve de exemplo de entrega para muitos jogadores de hoje.
FALCÃO – Sem nenhuma dúvida, para mim, PAULO ROBERTO FALCÃO foi o melhor jogador que já vestiu a camisa vermelha. Escalar nesse meio campo é simples, poderia ser volante, segundo volante, meia direita, meia esquerda, aliás conseguia jogar em todas do meio, isso até no mesmo jogo. Flutuava em campo esbanjando técnica, liderança, visão de jogo, era definitivo, elegante no trato com a bola, no trato com nossa torcida e até com adversários. Ao partir para o Roma, fez muitos torcedores chorar (eu pela segunda vez), se tronou rei de Roma e melhor jogador da copa de 1982 pela seleção brasileira. Se buscarmos na história do futebol, poucos, mas muito poucos mesmo se comparam ao nível do Falcão, qualquer seleção de 11 melhores do mundo, eu o escalo sem nenhuma dúvida.
DALESSANDRO (Jair, Rubem Paz) – Nesse caso, nosso capitão atual leva a titularidade pelo seu histórico no Internacional, pela sua técnica, sua garra, sua vontade, títulos conquistados, supremacia sobre o rival. Acredito que muitos colorados de nova geração estão conosco também por influência dessa quase década em que defende nossas cores. O príncipe Jajá nos trouxe muitas alegrias, ótima técnica, exímio cobrador de faltas e Rubem Paz um senhor craque, habilidade acima de tudo.
FERNANDÃO – Fernando Lúcio da Costa, eterno e querido capitão. Nosso Inter é clube de outro patamar após sua passagem. Você foi um cometa, um risco vermelho que passou deixando marcas rubras que não se apagarão enquanto existir esse globo terrestre que ajudaste a pintar de vermelho. Seu futebol e sobretudo sua liderança, nos levaram ao degrau mais alto onde um clube pode chegar, ninguém jamais vai chegar mais longe que nós.
WALDOMIRO – Eu tenho muito orgulho desse jogador ter sido colorado, tenho ainda mais em lembrar que se trata de um atleta que só jogou no Inter em toda sua carreira. Aliás, a muito tempo não joga mais, mas não cansa de se fazer presente no dia a dia de nosso clube. Imagino o Waldomiro até morando no Beira Rio, pois sem dúvida ali é sua casa. Ah, e jogava muito, mas muito mesmo, pra mim era craque e pronto. Os 03 gols das finais de 75 e 76 saíram de seus pés, um cruzamento para Figueroa de falta, outro levantamento na área para Dario Maravilha também de falta, e pra não ficar barato fez o seu direto, também de falta.
YARLEY/SOBIS/LULA/NILMAR/MARIO SERGIO – Como segundo (ou terceiro atacante dependendo do esquema), escalei essa turminha aí, confesso que ao chegar ao final todo cheio de razão, achando que entendo dessa tarefa de escalar meu time, mas justamente no final ainda tenho dúvida. Guardo o texto, passo alguns dias e a dúvida persiste. Vou mandar assim mesmo, desculpem, mas faria algumas considerações. Gigante Yarley naquela final de mundial, apequenando o Barcelona, não esqueço jamais. Sobis, sua alma colorada, com gols nas duas finais de libertadores que disputamos. Alguém imagina que ganharíamos a de 2006 sem os dois gols do Morumbi? E em 2010, o jogo estava complicado até ele marcar o gol já no segundo tempo, muito importante. Lula de 75 e 76, técnico, batedor de pênaltis, decisivo também. Nilmar, atacante rápido, fantástico, nos ajudou em várias campanhas, título da Sulamericana tem muito o seu destaque. O Mário Sérgio a quem faço homenagem agora, para mim era desconhecido até vestir a vermelha, quando o fez, foi com maestria, importantíssimo no nosso título invicto de 1979.
Técnicos: ABEL (Rubens Minelle, Enio Andrade) – Que trinca de campeões, vou de Abel, ganhou a primeira libertadores e sobretudo pela estratégia da final do mundial, aquele jogo foi sem dúvida estudado e ganhamos parte dele antes da bola rolar, pela estratégia e convicção de seu técnico. Nosso time não era uma constelação de craques, mas era sem dúvida um grande conjunto. Os mestres Minelle e Enio, sem comentários, professores, estrategistas, verdadeiros comandantes.
Dirigente: Fernando Carvalho. Alguém poderá lembrar que ele fracassou ano passado, concordo. Que ele manchou de alguma forma sua trajetória no comando do Inter, concordo. Que estava presente em nosso pior momento da história, concordo também. Mas nesse episódio, lembro que ele tentou corrigir, tentou, deu cabeçada, não conseguiu, pelo menos não se omitiu. Mas tenho certeza que pela grandeza do Inter, pelo tamanho do clube que é, logo estaremos de novo em outro patamar e esqueceremos, ficará muito para trás essa fase.
O que jamais esqueceremos é onde chegamos sob a liderança desse dirigente, ninguém foi tão visionário e vitorioso no comando de nosso clube, estava a frente na sulamericana, nas duas libertadores e no mundial, é pouco? Por isso Carvalho , você continua com crédito e com nome na história.
E aí amigos, qual é o seu melhor inter?

 

9 thoughts on “O MELHOR INTER QUE JÁ VI!

  1. Todo o time de 74 com Falcão,Escurinho e Carpegiani no meio. Se fosse formar uma seleção colorada dos que vi jogar,nesse time de 74, acrescentaria Aloísio na zaga com Figueroa e Mauro Galvão na lateral esquerda.
    E que venha a seleção do resto do mundo!

  2. Manga, Claudio Duarte, Figueroa, Mauro Galvão e Cláudio Mineiro.
    FALCÃO, Carpegiani e Mario Sergio
    Valdomiro, Fernandao e Lula
    Tec: Enio Andrade

    reservas:
    Taffarel, L.C.Winck, Indio, Gamarra e Vacaria
    Guinazu, Jair e Ruben Paz
    Nilmar, Dario e Silvinho.
    Tec: Rubens Minelli

    1. Mario, obrigado por prestigiar o tema e listar aí o seu timaço também para esse período.
      Vejo que os 4 jogadores que afirmei taxativamente no post que são inquestionáveis (Falcão, Fernandão , Figueroa e Valdomiro) são praticamente uma unanimidade entre nós, tal a importância que tiveram. Você lembrou muito bem aí do lateral esquerdo Claudio Mineiro, campeão invicto no timaço de 79.
      Saudações Coloradas

  3. Prezado Nélson Tchê, o melhor time do Inter que vi jogar foi esse aí da primeira foto, o do bi-brasileiro com fantástico 84% de aproveitamento. E olha que nessa época a nata do futebol jogava no Brasil. Também o Minelli treinou muito bem essa equipe. O Tim na preparação física. O Balvê como diretor de futebol. Foi muita competência reunida em um mesmo tempo.

    Seleção dos melhores de 75 para cá, dos que eu vi jogar:

    Manga, L.C. Winck, Figueroa, Gamarra e Jorge Wagner

    Falcão, Paulo César e D’Alessandro

    Valdomiro, Nilmar e Lula.

    Abraço!

    1. Prezado bike boy colorado,
      Timaço aquele de 76, não ganhamos a lbetadores porque o Cruzeiro também estava muito forte e desclassificou a gente , mas naquela época, o que mais importava era o campeonato brasileiro que ganhamos em cima deles.
      Quanto ao time de 75 para cá escalado por você temos 6 em comum como titulares, mas todos os mencionados por você estão em minha lista, veja que estamos alinhados, mesmo passando pelo Inter nesse período muitos e muitos craques.
      Obrigado amigo

  4. Alô você Nelson!
    Parece fácil mas é só começar para ver que a tarefa não é tão fácil assim. Contudo conseguistes amealhar verdadeiras “lendas coloradas”. E claro que aqui ou ali vamos ter uma outra opção para a titularidade dessa SELEÇÃO. Até as considerações que ao fim e ao cabo fizestes para o presidente Fernando Carvalho são absolutamente consistentes. Grande texto, parabéns!
    Coloradamente,
    Melo

    1. Prezado Coloradaço Paulo Melo, é mesmo um desafio fazer qualquer lista, principalmente quando trata-se de elencar jogadores do Internacional onde tantos passaram e deixaram saudades. Quanto ao presidente Fernando Carvalho, vou lembrar sempre o quanto foi importante na condução de nosso Inter as maiores glórias possíveis, a ele esse crédito e a gratidão.
      Obrigado por teres publicado meu texto, sou muito grato a ti pela oportunidade. Grande abraço e que possamos voltar a nos alegrar muito ainda com nosso time.
      Sucesso aí na sua empreitada na condução do blog, fica aqui meu abraço e meu apreço,
      Coloradamente, Nelson Tchê!

  5. Nelson, brilhante comentário e excelentes colocações sobre nossos craques que posso dizer contemporâneos. É muito difícil juntar os melhores em épocas diferente, mas tuas colocações são muito bem direcionadas e se percebe que foi uma escolha criteriosa e se baseou em verdades. Por ser mais velho vi outros grandes jogadores com a camisa vermelha, vencedores ou não, mas que honraram a camisa Colorada. Até nos momentos mais difíceis ninguém deixava de ter orgulho pelo empenho e dedicação em campo dos jogadores, mesmo com resultados adversos seguidos. Fui um privilegiado, pois após 71 anos, vi outros grandes jogadores, além dos colocados, que pelas razões explicadas por você não foram citados. Gostaria de citar alguns que também foram meus heróis no início de minha vida, Oreco, Florindo, Ezequiel, Bodinho, Larry, Chinesinho, Deraldo, Enio Andrade, Lula, Sergio, Sapiranga, Flávio, Bráulio, Claudiomiro, Sadi, Scala e tantos outros, uns que poderiam fazer parte da tua listagem e outros não, mas que também foram importantes. Sempre fico meio constrangido em citar jogadores, sempre com receio de fazer injustiças, pois convivi muito tempo orbitando ao redor deles e presenciando lutas, desafios, sacrifícios e muito amor a essa camisa vermelha. Nunca vi alguém fazer “corpo mole” em campo e aceitar serenamente uma derrota, pois todos davam o máximo que podiam dar. Quanto as tuas últimas colocações, sempre acreditei que a qualidade e a competência de uma grande gestão são as realizações. Foi dessa maneira que vimos nosso sonho se realizar, o Beira Rio e as conquistas do Campeonato Brasileiro Invicto e da Copa do Brasil, as Libertadores da América, a Copa Sul Americana, o Campeonato Mundial de Clubes FIFA e outras tantas conquistas.

    1. Paupério, quando fiz as colocações sobre os jogadores, acabei me emocionando a medida que escrevia, tal a importância deles para nossas conquistas. Chegamos ao topo de nosso Estado, do Brasil, da América e do mundo, como disse Fernando Carvalho certa feita, “ninguém foi mais longe do que nós”. Ser Colorado já é um orgulho independente das conquistas, mas esses títulos nos trouxeram afirmação com torcedores e vencedores. Mas as vezes um determinado jogo pode significar tanto quanto um título, lembro do grenal, aquele apelidado do grenal do século. Era uma semifinal do brasileiro de 1988, no estádio do adversário, saímos perdendo de 1 x 0 e o lateral esquerdo Casemiro foi expulso. No intervalo, nosso jovem técnico Abel Braga, cheio de coragem de quem acredita no seus jogadores, não fez o que habitualmente os técnicos fazem, tirar um jogador da frente e repor a zaga, ele ao contrário, tirou um volante (Leomir se não me engano) e colocou um jovem atacante chamado Diego Aguirre e fomos pra cima, virada por 2 x 1 numa tarde inspirada de Maurício e do goleador Nilson autor dos dois gols. Esse dia foi inesquecível, vários jogadores que atuaram (lembro de Taffarel, Maurício, Nilson, Diego Aguirre, Aguirregaray, Luis Carlos Wink), não chegaram a ser campeões, mas para mim marcaram seus nomes na minha história de torcedor do Inter.

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