Chocolate

O paraíso e o inferno no futebol estão muito próximos.

Confesso o que eu faço melhor é torcer, bola rolando nem eu me reconheço, fico transtornado, esqueço os princípios da boa educação que meus pais me transmitiram, apelo digo coisas que não faço, faço coisas que não digo.

Quando a bola para, tento ser racional, gosto de tática, tenho até um pequena experiência treinando equipes de Unidades Militar em olimpíadas primeiramente como preparador físico e posteriormente como treinador.

Isso foi suficiente para eu concluir que não teria fígado para levar em frente o sonho de tentar seguir os passos do Capitão Froner.

Dito isso, vou externar a minha satisfação, pois em conversas com amigos, alguns do BAC e até em algumas colunas que escrevi e disse que o time iria se estabilizar quando acertasse o meio campo, e fui mais longe, isso ocorreria quando estivessem juntos, R Dourado, Edenilson e Patrick.

Imaginando um losango ainda ficava a preocupação, faltava um dos vértices, pois o D’Alessandro já havia sido descartado e o recém chegado Mauricio não caiu nas graças do anterior e nem do Abel, nosso atual treinador que descobriu uma bela solução que o Clube escondia Praxedes.

Estabelecido o equilíbrio, jogador médio fica bom e o bom pode até virar craque, a defesa antes condenada, fica uma das menos vazada e os atacantes, que não faziam gols, viram goleadores e admirados pelo torcedores e cronistas.

Para ser honesto, nem nos meus melhores sonhos imaginei nesse campeonato, viver o que vivemos hoje, parecia a crônica de uma morte anunciada, Técnico que abandonou, a chegada do Abel, que pela circunstancias concordei, mas não nego, na sua primeira entrevista, nos dois primeiros jogos me assustou.

Parecia perdido, catatônico a beira do gramado, chegando a confessar não saber o nome da maioria dos jogadores, como desgraça pouca é bobagem, veio as desclassificações na Libertadores e Copa do Brasil somado ao contágio por covid 19.

A politica deu sua contribuição, com uma eleição onde as vísceras do Clube e todo o ódio que transita pelo Beira Rio ficou lamentavelmente escancaradas, uma luta feroz pelo poder onde o que pouco importa é o torcedor e o próprio Internacional.

O cenário parecia estar montado para um filme de terror, mas minhas esperanças começaram a se renovar nas vitorias contra o América MG e Boca Juniors, mesmo os objetivos não sendo alcançados, pude ver muita entrega e até um bom futebol, principalmente contra o gigante argentino.

Na continuação do Brasileiro, a sequência era formada por adversários que o Inter por diversas vezes se atrapalha, os ditos médios ou pequenos ou ainda pior, os frequentadores da rabeira da tabela e foram todos sendo devidamente abatidos, Botafogo, Ceará, Fortaleza, Bahia etc…

Os mais desconfiados bradavam, também olha o nível dos adversários, ai veio o Palmeiras tomou dois, até o dia de hoje enfrentando os da tabela somamos seis vitórias e nos deparamos com o grande líder, o poderoso São Paulo.

Para não ser pura euforia, vou destilar algum veneno, como permitiram que uma ou algumas pessoas decidissem que os jovens jogadores vindos das categorias de base não jogassem pelo

fato alegado de não ter experiência de primeira divisão? Como alguns enriquecem com futebol sem perceber o potencial de Yure Alberto, Praxedes, Peglow, Lucas Ribeiro etc.. Não seria chamado de crime lesa pátria? Não deveriam indenizar o Clube e seus torcedores?

Agora abrirei um minuto para ser eu apedrejado, não acho Zé Gabriel mau jogador, e sim prejudicado por falta de proteção de um meio de campo inconsistente quando foi escalado, coadjuvado por um 2020 em que o Vitor Cuesta esteve péssimo, não discuto a titularidade do Moledo e sim o massacre ao Zé Gabriel.

Sobre o jogo de hoje me perdoem não vou discorrer, foi um chocolate para todos os gostos, até sem açúcar no meu caso. Preciso ressaltar a sorte do São Paulo, dois gols perdidos pelo Yuri Alberto e um pelo Peglow, era para ser oito.

Nada está ganho, o caminho pela frente é pedregoso e os adversários difíceis e ardilosos, mas sonhar não custa nada.

Como Paraiso e o inferno são próximos, se eu estiver sonhando não me acordem por favor!

11 thoughts on “Chocolate

  1. Grande resenha Roldan!

    Grandiosa exibição do nosso Inter em terras paulistanas.

    Showcolate!

    Cada jogo é uma nova história.

    Vamos para o Gre-Nal com confiança.

    Abelão é um grande estrategista, com certeza deve estar estudando muito bem o adversário.

    O momento é bom, precisamos manter o foco, que é um só agora: Vencer o Gre-Nal.

    P.S.: Sobre o aproveitamento correto da nossa base, em quinze minutos vendo o Caio Vidal jogar o Abel puxou o guri para o time de cima. Peglow não recebia oportunidades. E dê-lhe William Pottker, que finalmente parou de atrapalhar o Inter e vai continuar a série B com o Cruzeiro.

    Praxedes há alguns jogos foi declarado titular pelo Abelão.

    Yuri Alberto não tinha chances com Coudet. Que preferia o grandalhão uruguaio Hernández.

    Aí o treinador anterior fazia escolhas de jogadores piores e reclamava do elenco curto.

    Abraço!

  2. Ilustre Roldan: na minha ótica nada é por acaso. Estamos vivendo uma maravilhosa realidade. Desculpem, mas nada de sonho. Porque antes destas oito vitórias cada partida era um filme de terror, e daqueles filmes “trash”. Cada partida era um pesadelo, pois o que se apresentava não permitia uma noite de sono saudável, quiçá um sonho desejável. E aí, vem o inesperado, o Destino, onde as surpresas acontecem. Pandemia, Estádio sem torcidas, treinador rescindindo contrato, mudança de treinador, mudança de Direção, e os adventos de campo: perda de Paolo Guerrero, perda de Tiago Galhardo, Boscchila, Sarávia, e do monumental Rodrigo Moledo. além da aposentadoria antecipada do Grande Andrés D’Alessandro. Eis então que uma nova “CEPA” emerge no Colosso da Beira-Rio: Praxedes, Lucas Ribeiro, Peglow, Zé Gabriel, Caio Vidal e Yuri Alberto, este último, que com seus gols, diferente do I. Gagarin que tornou a Terra azul – tornou a noite paulista e de todo o Rio Grande do Sul no vermelho e branco mais vivo de esperança e felicidade. E o reacender da chama se estabeleceu pela competência e dedicação ao compromisso que lhe foi confiado ´- Abel Braga. Então, vamos acreditar que estamos vivendo uma nova e maravilhosa realidade. Sim, nada ainda conquistamos, mas, ao que tudo indica, é só uma questão de tempo. Falta sete rodadas para conhecermos o Campeão e não há nada nesta reta final que possa nos tirar do objetivo maior. No ano de 1979, vencemos um campeonato invicto perante 23 partidas. Hoje, já vencemos 8, falta sete…

  3. Chocolate !
    Totó de bola !
    Expressoes que muitos nao mais lembram, mas que eventualmente usamos na linguagem do futebol !
    A partida de ontem, nos mostrou que o futebol é relevante por suas características !
    Abelao !
    Tu ressussitastes as expectativas de uma grande torcida de fervorosos apaixonados !
    Devolvestes o sonho, a paixao e a ilusao que um castelhano havia nos roubado !
    Enfim !
    O jogo de ontem, lembrou-me 1975, 1976, 1979 e 2006 !
    Sou e estou feliz !
    E melhor, iludido e acreditando !

  4. Oi Roldan. Fui dormir perto das 3 h , pois o sono não vinha e a boca não fechava. Que Vitória. No meu Post pré jogo, anunciava uma Vitória, desde que empenho, sabedoria um pouco de sorte, até porque a tal de sorte só anda com quem trabalha, e que os Deuses do Futebol estivessem de vermelho. Pois tudo isso aconteceu. Creio querem temos um inimigo para nós impedir da conquista do título, o Galo Mineiro, pois este não está em crise e tem um jogo a menos. Mas acho que o sonho vai se tornar realidade.

  5. Alô você Roldan!
    Lendo teu POST te imaginei vendo o jogo sem testemunhas imediatamente lembrei o personagem do Nelson Rodrigues o “Sobrenatural de Almeida” e mais do que isso o seu primo “O imponderável”. Cada um tem dentro de si uns monstrinhos, uns enxergam outros não. O jogo? Creio que ninguém poderia imaginar um resultado desses. Podemos sonhar? Acho que sim.
    Diretamente de NATAL RN
    Coloradamente
    Melo

    1. Olá Melo, como sabemos é um campeonato muito difícil, tem no mínimo cinco em condições de ganhar a taça, felizmente voltamos ao páreo, abraço.

  6. Alô, Roldan!

    Após o Massacre da Serra Elétrica de ontem, só tenho a dizer: como dá gosto ver o Inter jogando como time grande que é! Seguro na defesa, trocando passes com armação de jogadas na meia cancha e agredindo o adversário no ataque! Nada de zagueiro passando a bola para zagueiro e ligação direta para os atacantes. Nada do time fazer um gol e se retrancar todo em campo querendo garantir resultando na base do chutão. Num mês, o Abelão deu nova cara ao Inter. Mudou a equipe como a água pra o vinho. É perceptível a mão do treinador na mudança de atitude do time em campo. Sem comparação com o treineiro anterior. Abel promoveu jogadores da base, sem reclamar de elenco curto. Pode não ganhar nada, pois o futebol é imprevisível. Mas ao menos permite que a torcida se entusiasme, vibre com as atuações e sonhe com o caneco. Há muitos anos nosso time não enfileirava 8 vitórias consecutivas. Há muito tempo não se via o Colorado atuar com autoridade e jogando bola. Já falei aqui e volto a dizer: se o Inter for campeão brasileiro, a direção do clube deve providenciar a confecção de uma estátua de Abel e coloca-la no Beira Rio, ao lado da de Fernandão. Repito: não deixo por menos!
    Abraços a todos

    1. Olá José, você tem toda razão, finalmente o Inter nos devolve o prazer em assistir o time jogar, a briga é feia mas estamos preparados. Em caso de título realmente vai ser importante um deferência ao Abel, abraço.

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