De favorito a franco-atirador

Depois do meio de semana trágico da dupla greNal com as eliminações na Libertadores, as atenções se voltaram ao primeiro clássico da decisão do Gauchão. Pelo plantel de jogadores, o Colorado e também nós torcedores, vestimos a camisa do favoritismo para o jogo do Beira-Rio, mesmo inconscientemente e sabendo que em clássico não existe favorito. Mas o favoritismo moral que nós Colorados carregamos, por sabermos da qualidade de muitos dos nossos jogadores e por confiarmos na recuperação após o revés da quarta-feira (04/05), se transformou num típico greNal, pegado, tenso, com várias chances para ambos os times e sem favoritos.

Acabamos punidos pela instabilidade do nosso setor defensivo, cito especialmente Nei, Bolívar, Rodrigo e Renan. Este último, que apesar de ser profissional, tem nas costas o fardo da morte recente da mãe e no dia especial das mães, Renan acabou sucumbindo emocionalmente à sua perda. Num Clube do tamanho do Internacional, onde a palavra motivação é quesito básico e não um fator extra para os jogadores, exigimos do setor de defesa uma postura mais aguerrida e eficaz para o jogo decisivo na casa deles. Não perdemos o greNal para o rival, perdemos para nós mesmos, para nossa sonolência, para a falta de brio, inadmissível, de parte de nossos jogadores.

Agora o momento é outro. Com placar adverso, questionamentos aflorando, ambiente hostil e a obrigação de reparar o desastre do greNal 386, entraremos em campo no domingo como franco-atiradores. Não há terra arrasada, mas assim como o nosso favoritismo inconsciente do Beira-Rio, o “já ganhou” , mesmo que inconsciente, também consome o outro lado. O sentimento incômodo da desvantagem nos consumiu nesta semana e a nossos jogadores, diretoria e comissão técnica, tenho certeza que também.

Reação. É isso que esperamos deles, de todos que participam do futebol do Inter. Antes de pensar que este ou aquele jogador não pode mais vestir a camisa gloriosa do Inter, é o momento de todos evocarmos a raça Colorada, que ninguém pode ter, a não ser o Internacional! Eu acredito e peço que todos acreditem no brio desses jogadores, na superação, na garra, no empenho e no amor pelo nosso Inter para, como franco-atiradores, conquistarmos mais um Gauchão e fortalecermos nossa hegemonia no Rio Grande.

Pra cima deles meu Inter,

Vamos lutar,

Vamos vencer!

Marcelo de Negreiros – Balneário Camboriú/SANTA CATARINA

4 thoughts on “De favorito a franco-atirador

  1. Parabéns pela estreia Marcelo, pé quente… acho que o que você escreveu tem todo o sentido, pois não podemos tapar o sol com a peneira. O título Gaúcho veio com garra e muita dedicação em campo, apesar da glória do Renan, sabemos que ele falhou, a zaga falhou, que temos falhas.

    Mas vejo um horizonte promissor, vejo a direção buscando agir o quanto antes para reforçar o grupo e corrigir algumas falhas, vejo um grupo que pode reagir quando são provados e questionados. Vejo esperança no Tetra Brasileiro e no Bi da Recopa.

    Grande abraço e continue fazendo parte da nossa arquibancada.

  2. É isto ai Marcelo, vamos com tudo para cima deles e como temos mais time mesmo, vai ser a hora da revanche com o chiqueirão lotado.
    Abç.

  3. Oi Melo,
    Já havia deixado minhas impressões do jogo de hoje no texto da Simone.
    Mas, resumindo tuas palavras, está faltando UM LÍDER dentro do campo. Que demonstre força e energia em suas palavras e transmita plena confiança aos demais jogadores.
    Lembras do exemplo do Fernandão em seu discurso no vestiário antes de entrar em campo contra o Barcelona?
    Pois é, que exemplo, que exemplo, que atualmente nem de perto possuímos.
    Um abraço colorado e que as luzes nos iluminem para o dia de hoje

  4. Alô você, Marcelo!
    Gostei muito de sua análise. Pontualmente vamos discutir após essa jornada, mas agora o sentimento e as ações precisam ser ditadas pelo brio, superação. Me ocorre nesse momento que carecemos de uma palavra que venha dos vestiários e que diga: “tordedor colorado, estamos devendo para voces, nós os fizemos ficar envergonhados, não pelo resultado mas pela postura, vamos correr muito, vamos disputar cada palmo do terreno com a mesma disposição com a qual voces nos incentivam e nos prestigiam. Torçam muito porque nós faremos a nossa parte”. Quem faria esse discurso? Não temos não é? Pois é, falta esse homem também.

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