Reza a lenda…
…que sempre que tem jogo difícil no Beira-Rio a superstição do Clube manda anunciar a morte de alguém e fazer um minuto de silêncio. Parece que no passado longícuo isso foi feito e deu certo!
Neste domingo, tudo pronto pro jogão entre Inter x Vasco e pensei cá com meus botões: “Vamos ter alguma homenagem ao nosso ídolo maravilhoso, o Escuro, que certamente estará postado ao lado do time na hora do hino e depois veremos um placar favorável“. É assim que tem que ser. Dentro do Beira-Rio, sol , muito sol, calor, domingo pra ninguém botar defeito.Pois mesmo com as homenagens ao negro voador, o placar não se mexeu nos 45 primeiros minutos. E podíamos ter feito pelo menos dois…
Ah, tudo superstição! O que fica na verdade, é que nos falta o Damião.
No final do primeiro tempo, já o sol se acanhava. E no final do intervalo uma chuva, um pouco tímida por estar atrapalhando aquele cenário luminoso no Gigante, chegou sem se fazer entender. E então pela rádio, nós na inferior, ficamos sabendo: de parada cardíaca, alí mesmo no Beira-Rio, torcendo muito, trabalhando para o Internacional, o Marcelo, presidente da FICO – Força Independente Colorada – morreu.
O Marcelo era um daqueles Colorados obstinados. Foi conselheiro, foi motivador, incentivador, crítico, tudo com base na paixão que tinha pelo Clube. Tive uma convivência rápida, porém muito tranquila e alegre com o Marcelo. Ele sempre apoiou a FFC. Mais do que nas palvras, todos seus gestos em relação a torcida eram de um facilitador, de um cara que queria torcida pelo INTER, de forma responsável, honesta para com o Clube, e antes de tudo pacífica.
Era uma figura e tanto. Gentil, educado, de bom senso. Foi um momento difícil no Gigante. Comparado a uma derrota.
Não sabiamos se continuavamos cantando ou não, se continuavamos alí e então lembrei da superstição. Então era isso! Escuro e Marcelo junto, recém chegados, dariam um jeito naquele placar teimoso. E foi assim que aconteceu.
Imediatamente olhei pro céu, e entre um e outro comentário, percebemos o sol que voltava a beijar nossos rostos, e também a chuva rala que continuava a cair. Veio o primeiro, o segundo, o terceiro gol de uma vitória mais do que consistente.
Saímos do gigante orulhosos do time, orgulhosos do Marcelo, saudosos do Escurinho, mas mais tristes. Foi ruim comemorar esta vitória. Foi uma vitória triste!
Fica o desejo de que os integrantes da FICO, continuem este trabalho fantástico, incansável que o Marcelo fazia. E que o INTER possa ter em sua vida, e nas arquibancadas, muitos Marcelos…
Adriana Paranhos/Porto Alegre – RIO GRANDE DO SUL
Conselheira do Sport Club Internacional e Fundadora da FFC (1º Torcida Organizada Feminina)
Belo texto (de novo) Adri. Conheci muito superficialmente o Marcelo, mas sempre ouvi de todos que conviviam com ele as melhores referências possíveis. Era um grande Colorado, sempre se dou por um único amor chamado Sport Club Internacional.
Alô você, Adr!
Em uma oprtunidade, meu filho vejo me pedir para integrar a FICO.Minha reação foi de negar pois o que sempre vi e ouvi não era recomendável. Troquei par ialmente de opinião quando o Marcelo primeiramente me ligou provocando um encontro e durante esse se voluntariou como responsável dizendo que eu ficasse tranquilo pois tudo estava no pleno controle e responsabilidade dele. Vi nele um homem íntegro e responsável. Durante o tempo em que meu filho foi integrante da FICOera dele que partia o convite ou satisfação por algo já feito. Exemplo de chefe e lider. Grande Marcelo, todos nós lamentamos muito sua falta. Vá com Deus!
Oi Adri, realmente foi uma tristeza ouvir aquela notícia no intervalo do jogo. A FICO recolheu as faixas e a torcida aplaudiu, foi emocionante.
O Bruno, meu sobrinho que tu conhece da FICO, encontrei-o em um aniversário depois do jogo e ele chorava e lamentava muito a morte do Marcelo, dizendo que ele era um Colorado de verdade como poucos que ele conhecia, era o paizão da torcida, o cara que dava guarida até para as torcidas adiversárias, um cara Feliz e apaixonado pelo INTER. Foi uma perda lamentável.
Abç.