A chamada “cultura do futebol brasileiro” não suporta a derrota em campo e a primeira vítima é o técnico de futebol, que por aqui não vive do seu trabalho, empenho, estudo ou dedicação, pois basta uma derrota para ser questionado, muitas vezes se esquece que do outro lado também tem um treinador, um grupo de jogadores, um clube com o mesmo objetivo que é a vitória.
Não existe planejamento no futebol brasileiro, o suposto projeto de uma diretoria vai até o momento em que o torcedor começa a cobrar os maus resultados e a mudança ocorre com a saída do técnico, sendo demitido como forma de justificativa que o clube terá um novo projeto a partir daquele momento.
O técnico de futebol é passivel de erro, mas muitas vezes é esquecido o contexto no geral, como um grupo novo que esta sendo formado, falta de qualidade na equipe, desfalques durante a competição, problemas internos de relacionamento, interesses em jogo e em alguns casos interferência de diretores e empresários.
Poucos são os clubes que investiram em técnicos a longo prazo e na maioria deles foram mantidos pois os resultados foram positivos nos primeiros momentos permitindo assim a continuidade.
É um conceito que temos que mudar pois é prejudicial ao futebol brasileiro, aos profissionais da área e para os próprios clubes que ao mandar embora os técnicos pagam multas gigantescas.
É certo que em alguns casos a troca de técnico se faz necessário, principalmente quando existem problemas de relacionamento, mas se este não mudar os jogadores, dificilmente melhora o desempenho. A explicação para muitos está na cultura esportiva, o futebol de resultados. A matemática é simples, o time joga mal, a torcida reclama, a direção para não parecer omissa, troca o técnico, seguindo a lógica: melhor trocar um do que todo o time.
O fato é que as grandes conquistas são feitas de maneira geral por técnicos com mais de um ano de clube, tempo suficiente para elaboração de uma boa equipe competitiva. E nem precisamos exagerar como sir Alex Ferguson, a 30 anos no comando do Manchester United, mas um pouco de bom senso dos dirigentes seria extremamente salutar, aos cofres dos clubes, e principalmente para a paciência dos torcedores.
É isso…beijocas…
Simone Bonfante – Criciúma/SANTA CATARINA
Inter: no campeonato das paixões és líder invicto e isolado!
Veja bem, o Dorival não pode ser crucificado. Ele errou nos 3×1 contra o Santos, mas veja o jogo contra o Flu: terminamos com Sandro Silva, Jô, Fabricio e Jajá no time…muitos desfalques e agora tem o grenal sem 5 titulares….
O Inter foi mal no primeiro tempo, mas nada está definido. Se não passar pelo Flu, o Dorival pode encaminhar uns currículos…
Olha só minhas previsões: Inter 2 x 1 Fluminense (Damião 2x e Deco)
Inter 1 (5) x 1 (4) Grêmio (Dátolo) Campeão do Turno
Fluminense 0x1 Inter (Tinga) Vai pegar o Boca
Caxias 1 x 3 Inter (Damião,Dagoberto e Jô)
Inter 2 x 2 Caxias (Damião e Dátolo) Campeão Gaúcho
Já erraste o primeiro jogo; ai ai ai que dureza este resultado do segundo, hein?
O Inter de Dorival ainda não disse a que veio contra um grande do futebol brasileiro: duas contra o Santos e 1 ponto. Se bem q….só jogou com o Santos né e teve todos aqueles problemas…
Sim, temos que avaliar a falta do meio campo durante um longo tempo, mas acho que apenas atenua.
Será que já devemos questionar o trabalho do Dorival????
Acho que sim, por 3 motivos;
Inter 1 x 2 Gremio, Santos 3 x 1 Inter e Inter 0x0 Fluminense
Alô você Simone!
É bem verdade que Sir Alex é uma exceção, mas que o ideal é que os treinadores fiquem por tyempo suficiente para desenvolver se trabalho e poder ter seus produtos avaliados. Tens razão quanto a cultura brasileira e diria também sulamericana. Um exemplo contemporâneo de longevid foi Telê Santana que ficou à frente do São Paulo FC de 90 a 96 e nesse período o tricolor paulista obteve os seguintes títulos: 03 campeonatos paulistas; 02 Libertadores da Américae; 02 campeonatos intercontinentais; 02 Recopas Sulamericanas; 01 Supercopa e 01 Master Comebol. São argumentos suficientes, não?
Telê é Telê, o resto é Celso Roth….
Simone,
Nem tanto ao mar nem tanto à terra.
Os clubes paulistas parece que já captaram esta política ou conceito como disseste de manutenção de treinadores.
Vejamos o caso do Corinthians que, após os primeiros fracassos, manteve Tite e os resultados passaram a ser alcançados. O São Paulo manteve Muricy por anos a fio e conquistou 3 (três) Brasileiros. O Palmeiras continua apostando em Felipão, mesmo sem conquistas e, tomara que aconteça (ao invés deles), tem a expectativa de vencer a Copa do Brasil.
Aqui já houve esta política de conservar treinadores por longo tempo. O próprio INTER nos anos setenta, durante 8 (oito) anos seguidos teve somente três treinadores: Daltro Menezes, Dino Sani e Rubens Minelli, conquistando o OCTA Campeonato Gaúcho e o BI Brasileiro. Só depois mudou.
Mas, para que esta política tenha sucesso, tem que se investir em treinadores imbuídos numa filosofia de trabalho a longo prazo, tão comum em treinadores europeus. Não se pode apostar num Celso Roth que vem para arrumar a casa em curto espaço de tempo e levar a grana por longos e longos meses.
O Falcão, pelo que manifestava, tinha este propósito mas, apesar de ganhar o Gauchão, seu insucesso na Libertadores e mau início do Brasileiro foram fatais.
A começar principalmente pela Direção, deve haver um espírito engajado de planejamento de trabalho a longo prazo, que combine com esse propósito, senão continuaremos num rodízio de treinadores como tem acontecido até aqui.
Pero, mas no mucho: o Felipão só está no Palmeiras pois a multa é alta. O Tite perdeu pra ponte e tão “fando muito, muito…” e acredito que essas permanências são fantasiosas.