Desabafo de um colorado que esteve em Goiânia

Os colorados fora de Porto Alegre costumam aguardar com muito interesse a presença do Internacional em suas cidades, para poderem ver de perto o time do coração e obviamente presenciar, se não uma grande exibição futebolística, pelo menos uma sempre agradável vitória.

E neste final de semana não foi diferente, particularmente para a valorosa torcida colorada de Goiânia, Brasília e interior de Goiás, que se mobilizou, confraternizou e foi ao Serra Dourada para, ao menos, testemunhar uma vitória colorada sobre o adversário goianiense, que a par de ser o último colocado no Brasileirão, nada mais aspira neste ano, nem mesmo a permanência na Série A.

Malgrado da realidade, o que se viu em campo – e eu vi atônito, como quase todos os colorados que lá estiveram – foi um apanhado de jogadores em campo, desorganizados, sem orientação e sem comando, de fraquíssimas atuações e algumas até bisonhas, a exemplo de Bolati e Rafael Moura, mas sem excluir os demais.

É muito triste a realidade do nosso clube, que sem dúvida repercute no time, e por demais preocupante o futuro próximo (refiro-me a 2013).

Perder ou ganhar faz parte do jogo. Mas perder sem hombridade, sem honrar as mais nobres tradições do Inter, sem fazer jus aos caríssimos recursos investidos no futebol, é simplesmente assombroso.

Sem nenhum demérito ao Atlético Goianiense, o mínimo que se esperava no último sábado era uma vitória do Internacional, ainda que simples, diante de um oponente notoriamente fragilizado e sem objetivos quaisquer na competição.

Não só perdemos, como perdemos feio, sem poder algum de reação, não obstante termos iniciado em vantagem no placar.

Ou o estado de coisas muda drasticamente no Internacional, ou muito em breve vamos ter que comemorar a mera permanência na primeira divisão do futebol brasileiro. Em outras palavras, nos restará torcer para não cair para a série B, o que jamais passa pelo pensamento de qualquer torcedor, como eu, mas que não é impossível de acontecer em razão dos recorrentes desacertos por que vem passando a nossa grandiosa Sport Club Internacional.

A gestão de um clube da grandeza do Internacional não é para amadores ou, muito menos, para aproveitadores e oportunistas. Colorados – na mais justa e verdadeira acepção da palavra: unamo-nos, exijamos da direção e dos atletas maior profissionalismo em face dos vultosos investimentos e custos de manutenção do futebol,    defendamos o nosso clube do malfeito enquanto é tempo. Ao contrário, até quando conseguiremos (ou queremos) lamentar os revezes do presente?



José Carlos Benia

5 thoughts on “Desabafo de um colorado que esteve em Goiânia

  1. José Carlos,
    É parece que os ídolos no INTER não dão certo, conforme citou o Melo, mas a história mostra que em outros clubes até funcionou, a exemplo do Andrade do Flamengo, pegou o time e foi Campeão Brasileiro. O Cristóvão no Vasco também levantou títulos, o Muricy que jogou muito tempo no S.Paulo e levantou alguns brasileirões.
    Minha esperança seria o Dunga que, embora tivesse jogado no INTER, não chegou a ser ídolo por aqui e o foi somente depois na Seleção Brasileira com a conquista do TETRA.
    Saudações Coloradas

  2. Alô você Benia!
    Em alguns momentos nós cuidamos para não nos pronunciarmos para não influenciar (se é que temos esse poder), mas por ocasião da escolha de Fernandão, eu postei o seguinte: “Não se faz isso (contratação) com um ídolo. Não deu certo em lugar algum, porque daria certo aqui”
    Fiz essa declaração não por sentimento meu, foi a história que me disse. Gainete, Bráulio, Figueroa, Falcão, todos pessoas honradas e acima de tudo colorados. Nenhum deu certo pois o trabalho foi mal conduzido em todos os casos. Não olhar para a história é no m[inimo falta de infrmação.
    SC

  3. José Carlos, concordo plenamente com tudo e assino embaixo dos teus comentários. Residindo na Bahia, lendo teu comentário, voltei a enxergar as vindas do nosso INTERNACIONAL aqui Salvador. Quanta esperança, quanto orgulho e quanta frustração… É muito triste para nós, os verdadeiros torcedores COLORADOS, assistir o que está acontecendo em 2012, sem se envergonhar e ficar, de certo modo, revoltado com a situação. Não irei salientar nenhuma parte do teu excelente texto, pois espelha plenamente o que sinto e tenho externado em todos os meus comentários no BAC. Parabéns pela tua coragem, pela lealdade ao clube que nos une e ao sentimento de verdadeiro COLORADO, colocando cr[iticas construtivas e clamando pela união da MASSA COLORADA.

  4. Jose Carlos, a tua indignação é totalmente compreensível. Estamos vendo a derrocada de nosso time e de nosso clube pela acomodação de alguns e pelo amadorismo de outros. Do Presidente, ao Vice de Futebol, treinador de vários jogadores, podemos perceber essa acomodação, conformismo, displicência ou apenas falta de experiência, sem querer dizer, neste último caso, falta de vontade de vencer ou fazer certo. Infelizmente continuo não acreditando em mudanças necessárias e radicais. Sempre vem aquele discurso de que temos uma boa base, que são jogadores vitoriosos, que são ídolos, etc, etc, etc. De vez em quando se escolhe um para servir de exemplo, geralmente não os medalhões, como Jajá, Wilson Matias e outros, para treinar em separado ou ser afastado. Enquanto isso, os outros passam batido (Nei, Kleber, Bolivar, Dalessandro, Rafael Moura, Forlan, entre outros). Assim, perdemos todos, o INTER e sua imensa e apaixonada torcida.

  5. Vergonha foi o que senti vendo o jogo pela TV. E ao me colocar no lugar do torcedor colorado presente no estádio, a vergonha passa a ser ainda maior. Não é possível continuar assim como está. Os jogadores estão desmotivados e divididos, e dentro do campo parecem completamente perdidos, desorientados. No intervalo do jogo estávamos vencendo por 1 x 0, apesar da apresentação fraquíssima. Cabia ao Treinador sacudir o time no vestiário, reforçar a marcação, falar coisas como as que foram ditas pelo José Carlos Benia neste depoimento, lembrar a força, a história e o que representa vestir a camisa Colorada! Manter o Dátolo, jogador experiente, que marca, que corre, que luta, e sacar imediatamente o Hi-Man (ridículo). Poderia entra D’Ale no lugar desse Hi-Man, ou o Dagoberto. Mas o Fernandão, pelo que se viu no segundo tempo, ainda tem muito a aprender até se tornar um bom treinador. SC

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