Vendo essa maravilhosa imagem retratando o final de mais um dia de luta, meus pensamentos me levam a pensar que representa o recolher das últimas horas de 2016, um ano de muito sofrimento, muitas decepções, frustrações, poucas alegrias, mas também na oportunidade que surge para a gestão que assumiu agora em 2017. Quando inicia o enfrentamento desse grande desafio de conduzir nosso Internacional deve estar preparada e não pode esquecer que nessa trajetória, como na vida de cada um de nós, sempre se tropeça nas pedras pequenas, porque as grandes, sempre são possíveis de enxergar de longe. A atenção deve ser redobrada nas pequenas coisas, nos detalhes e nos pequenos alertas, para que os problemas não se avolumem e se tornem intransponíveis. Devem estar atentos a tudo que se refere ao clube e ter a humildade necessária para aceitar as ofertas de ajuda, quando necessárias, e estar abertos às críticas construtivas. Também devem ter a coragem de, com a seriedade e o rigor devido, se impor às provocações, às tentativas de criar e fomentar crises internas e reagir aos posicionamentos que tentam humilhar e menosprezar o clube e sua torcida.
Acredito que dentro da análise dos últimos anos, essa gestão deve considerar as razões que levam a existir essa disparidade de apoio de empresas de comunicação e que resultam em grandes investimentos em clubes do centro do país, principalmente São Paulo e Rio. Não se trata de bairrismo, acredito que deveria haver imparcialidade e isenção da imprensa no trato da informação pública e esportiva, pois atinge um número expressivo da população brasileira, de forma a deixar mais clara a função da imprensa no meio esportivo, principalmente por sua influência na existência dos clubes e no comportamento de torcedores. Por outro lado, buscar uma discussão com os demais clubes, locais e nacionais, sobre a forma atual de atuação das federações regionais e da confederação sobre se essa é a real utilidade de suas existências, atribuições, responsabilidades e se está havendo trato imparcial em decisões que envolvem o futebol brasileiro, local e regional, de interesse dos clubes ou de questões entre eles.
O pensamento reinante no nosso Internacional, nessa nova jornada, deve ser de uma postura mais adequada à grandeza do clube e a um futuro voltado à frente e para cima (“rise and shine”). O primeiro grande cuidado é com a solidez do alicerce do que está sendo construído, lembrando que o sucesso está atrelado a um planejamento criterioso e à qualidade do trabalho realizado em cada degrau para atingir as metas e o objetivo almejado.
Depois de um período de aceitação de uma inexplicável mediocridade de desempenhos em algumas áreas, principalmente na atividade fim, o futebol, a nova gestão que assumiu deve considerar que com o aprendizado vindo da análise criteriosa das causas do fracasso no último ano, uma nova gestão é apenas uma oportunidade para recomeçar com mais perseverança, mais determinação, mais atenção aos detalhes, mais qualidade nas ações e mais inteligência nas escolhas e decisões.
As forças internas devem entender que nesse momento não existem mais vencedores e perdedores, mas sim uma responsabilidade Colorada na união incondicional e irrestrita, de forma a buscar o equilíbrio e o entendimento entre todos, aceitando com mais tolerância às diferenças de pensamentos e opiniões, resolvendo conflitos internos com serenidade através do diálogo e do respeito mútuo.
O pensamento dominante deve ser de acreditar que não há mais espaço para a inexplicável mediocridade aceita em nosso Internacional e que é muito melhor pensar grande, na mudança radical de atitude, de ousar mais, lógico com as devidas precauções, à formação de uma grande equipe, capaz de jogar um futebol de qualidade, de voltar a alcançar vitórias e grandes conquistas. Sempre será melhor sonhar por dias melhores, de ousar, de tentar ser o clube que sempre sonhamos, mesmo se expondo às falhas e às derrotas, do que pertencer ao grupo dos que se contentam com pouco e em não ser protagonistas. É preferível lamber as feridas dos tombos (nada mais que aprendizados) das tentativas para alcançar um objetivo, do que não tentar e ficar se lamentando a perda do que poderia ter sido feito. A hora é de ter coragem de ousar mais, de fazer melhor e de acreditar mais na energia e no potencial de nosso clube. Não se trata de arrogância, de presunção, se trata de inconformismo com o momento, pois a história, a grandeza e a torcida desse clube exigem isso.
O apoio irrestrito e incondicional de nossa exigente e maravilhosa torcida se torna um imperativo para o sucesso dessa arrancada com a nova gestão, principalmente nesse recomeço difícil, em busca da reconquista do lugar de onde o nosso Internacional nunca deveria ter saído. Vamos continuar atentos e exigentes, mais ainda, entretanto vamos agir com a mesma paixão que nos une ao clube, mas com coerência, lucidez e compreensão das dificuldades iniciais para eliminar os resquícios do fracasso de 2016. Hora de aparar as arestas, acreditar que é possível reverter essa situação desagradável o mais rápido possível e reiniciar com tudo.
O BAC – Blog Arquibancada Colorada, esse tipo de canal aberto à participação, sem discriminações e puro, que colhe o sentimento vindo das arquibancadas, de leigos em gestão e futebol, mas formado por torcedores apaixonados pelo nosso Internacional, é caso de um estudo e análise mais profunda. As gestões Coloradas, pelas mais diversas razões, não conseguem entender e valorizar um dos mais interessantes e valiosos canais de comunicação, pois todas as participações são movidas apenas pela visão do sentimento real de torcedores, o pulsar de corações Colorados nas arquibancadas, frutos de uma paixão imensurável a um clube e que só querem o seu bem. Acredito que seja um “feedback” importante e imprescindível para ouvir e enxergar como o trabalho que está sendo executado está chegando ao seio da torcida, pois se trata da expressão do sentimento real dos torcedores.
Alô você Pauperio!
Importante salientar que se tropeça nas pequenas pedras porque não as enxergamos. Quanto a imprensa, ainda estamos vendo e vamos ver ainda um tratamento “diferenciado” especialmente por parte dá rede Globo fruto de “mais uma monografia inteligente” dá direção que saiu ao fazer um acordo comercial com a EI , a resposta já estamos vendo agora com a copinha em SP, onde ainda não tivemos transmissão de jogos do INTER. Coincidência?
Coloradamente,
Melo
Melo, em Porto Alegre e no Rio Grande do Sul, ninho da torcida Colorada, se percebe isso, mas ninguém imagina a “maquina avassaladora” que atua em outros Estados sobre a pretensão dos demais clubes brasileiros. Não consigo entender como ninguém ainda não canalizou esse descontentamento generalizado, pois é uma vergonha, uma verdadeira lavagem cerebral nos torcedores locais, prejudicando muito os clubes da região. Como aceitar que uma criança, desde o início de sua vida, só ouça falar e veja jogos de clubes de |Rio e São Paulo e querer que mais tarde formem uma torcida para o clube local. Infelizmente, no Sul não é diferente, pois existe uma tosca rivalidade entre as duas maiores forças do futebol gaúcho, alimentada por parte da imprensa local e nacional, que de mentalidades tão tacanhas, ficam um prejudicando o outro, quando na verdade deveria cerrar fileiras juntos.
Pauperio, parabéns, belo texto.
Santos, obrigado. Fica sempre a certeza de estarmos fazendo a nossa parte, o máximo que podemos, mesmo que não ouvidos.