Incômoda incógnita

Estamos praticamente a um mês do inicio do Campeonato Brasileiro 2017, infelizmente, Série B e, ao menos até agora, a insegurança toma conta de todos os Colorados. Com certeza absoluta todos gostariam de ter agora um time titular, competitivo, com um padrão de jogo e com desempenhos confiáveis.

Como cada torcedor brasileiro, o Colorado não seria diferente, acredita que é um treinador nato e, mesmo com mil justificativas para explicar o que está acontecendo, não encontra explicações lógicas que justifiquem essa situação ou até quando ela vai perdurar.

Observando o plantel Colorado e comparando-o com outros, de clubes que oferecem condições de trabalho bem inferiores, com precárias condições para treinamento, com folhas salariais muito inferiores e que enfrentam grandes dificuldades para se mantiver, de forma digna e competitiva, nas competições oficiais do futebol brasileiro, chegamos à conclusão que o jogador de nosso Internacional é um privilegiado. Mesmo com todas as dificuldades citadas, esses clubes de menor expressão já possuem um time titular definidos e praticam um bom futebol.

Se admitirmos que tudo isso que foi citado acima espelhe a verdade, não há razão que justifique essa demora na definição do time titular Colorado, principalmente porque o clube apresenta excelentes condições de trabalho, pagando salários altos e compatíveis com as qualidades dos jogadores e sendo inquestionável que o plantel é formado por um numeroso elenco de jogadores que oferecem várias opções de jogo. Com tantos reforços contratados e pelo tempo decorrido desde o fim das férias dos jogadores, não dá para entender as razões que justifiquem essa indefinição.

Essa derrota no TAS (Tribunal Arbitral do Esporte), que decidiu não ter jurisprudência para fazer uma análise do conteúdo do processo e do mérito antes do julgamento no STJD no Brasil e com a recusa do Procurador Geral do STJD em investigar alegadas anomalias no registro do jogador do Esporte Clube Vitória, não pode fazer com que a torcida Colorada desanime e pare de acreditar na justiça e, muito menos, de apoiar o Sport Club Internacional. Nessas horas, mesmo que um sentimento de frustração tome conta da torcida Colorada, principalmente sobre as dúvidas que ficaram sem os devidos esclarecimentos, se houve ou não houve anomalias no registro do jogador e dos motivos da recusa do Procurador Geral do STJD, deve acatar o resultado na corte internacional que, infelizmente e lamentavelmente, não analisou o conteúdo do processo e o mérito em questão. Nesse momento cabe ao Internacional acatar a decisão do TAS, continuar lutando pela moralização do esporte brasileiro e buscar as causas da recusa do Procurador Geral do STJD e dos posicionamentos do Pleno. Sinceramente, gostaria muito de ver se os posicionamentos de agora seriam os mesmos se nesse caso estivesse um grande clube de Rio ou São Paulo.

O que me deixa mais triste é ler que o presidente de nosso Internacional acertadamente defende que se deve acatar essa decisão do TAS, mas ao mesmo tempo “esquece” que a Corte afirmou que o sistema judicial brasileiro precisa ser responsabilizado, assim como aceita sendo normal a recusa do Procurador Geral do STJD em investigar as anomalias no registro do jogador do Vitória e os custos e indenizações do processo no TAS.

Fica mais estranha ainda essa posição citada acima, quando na mesma notícia consta que “na manhã desta quinta-feira, o vice-jurídico do clube Gustavo Juchem está na sede do STJD para apresentar as provas, os laudos e as testemunhas do caso dos e–mails supostamente falsificados”. Acredito que se comprovado que as provas e os laudos  são verdadeiros e os e-mails não foram falsificados, o STJD e, principalmente, o Internacional, não darão como extinto o processo e se buscará a justiça nessa questão. Sinceramente, por todas as informações a que tive acesso, não consigo entender as razões do STJD não averiguar se há ou não anomalias no registro de um jogador, assim como não vi em nenhum lugar alguma manifestação da FGF de apoio ao Internacional, um dos seus filiados e algum tipo de questionamento dos meios de comunicação sobre a recusa. O que só se ouve e lê é que o Internacional vai ter que jogar a Série B, estranho, não?

Nesse momento, além dessa questão jurídica, a presidência deveria estar mais centrada em analisar onde, como e porque os erros foram cometidos em 2016, pois a maior consequência disso foi a queda à Série B e fazer as devidas correções, o mais rápido possível.  Resta à torcida Colorada exigir, com mais veemência, que as mudanças necessárias sejam efetuadas imediatamente, de forma a evitar mais frustrações em 2017.

É muito triste, mas infelizmente essas derrotas são o resultado da incompetência e da negligência em assuntos importantes do clube e do futebol Colorado em 2016 e que não podem ter continuidade. Uma das únicas lutas que ainda restam, a mais importante de todas e não pode ser encerrada, é a de exigir os devidos esclarecimentos, a identificação das responsabilidades nessas acusações de falsificação de documentos pelo Internacional e as punições exemplares .

Não resta nenhuma dúvida na cabeça de qualquer torcedor Colorado que o foco deva ser e sempre foi o campo, com bons desempenhos e vitórias nos jogos, pois se trata da única solução para voltar à elite do futebol brasileiro. Sem sombra de dúvida, essa incômoda incógnita sobre as reais posições da gestão Colorada, em sua competência para recolocar o nosso Internacional no rumo certo e essa situação ainda indefinida da equipe principal, provocam imensa inquietude na torcida Colorada e muita insegurança em relação ao futuro. Com a chegada dos últimos reforços, se bem aproveitados, com certeza, o desempenho do time Colorado deverá crescer muito. 

6 thoughts on “Incômoda incógnita

  1. Pauperio, tocas nas duas questões limítrofes do ano que recém iniciou: a questão jurídica no rebaixamento e o patinar do treinador em definir um time titular, antes com um grupo mediano e agora com um grupo de série A, salvo raras exceções.

    Sobre a questão jurídica, fomos derrotados por uma inexperiência gritante dos nossos advogados, muito bem explicada pelo amigo Wolfgang acima. O que me deixa um pouco tranquilo é que NÃO seremos rebaixados para a série C como queria a CBF, porque houve uma reação inesperada e oportuna de outros adversários, o Flamengo, Fluminense, São Paulo, Palmeiras, Corínthians e Cruzeiro foram muito claros na advertência às ratazanas: caso o Inter seja rebaixado para a série C, não jogaremos o CB 2017 e iremos tratar das nossas vidas. O Grêmio, no apagar das luzes, se associou ao grupo e corroborou o que o sexteto carioca, paulista e mineiro colocou na mesa para tomada de posição.
    Este foi o reconhecimento por tudo que o Inter representa e representou ao futebol brasileiro ao longo do tempo e não permitiram que o abuso se tornasse realidade. Seria demais para esta gente corrupta que come ova de peixe e arrota caviar e nos recoloca no trilho da normalidade, tendo ainda que passar este ano, pagando o que o nosso atual presidente e os dois últimos, com seus erros administrativos, nos fizeram passar, um rebaixamento para a série B.

    Só nos resta agora, diante do amadorismo todo, procurar se preparar para a disputa deste que é um Gauchão ao quadrado, o Brasileirão série B, onde concordo com o amigo vanderlei, somos um time grande e devemos ou deveríamos atropelar quem vier pela frente e não tomar conhecimento(como fizeram os pijamas ontem), voltando célere para a série A ano que vem, escaldado pela humilhação sofrida este ano por todas razões conhecidas.

    Sobre o patinar do treinador, já escrevi aqui à respeito do que se observa nas entrelinhas. Um treinador que se curva à imposições vindas de cima, temperadas por empresários de jogadores que defendem o seu negócio e a direção, numa cumplicidade odiosa, se submete à força do dinheiro fácil, apequena o Inter e os sintomas disto é que homens que são treinadores e confiam no seu trabalho, ou melhor, tem uma metodologia para ser obedecida e por isso os títulos e taças mais cedo ou mais tarde, vem para o armário, dividem os mesmos( treinadores) em bons e ruins ou medianos.

    ACZago eu diria que é mediano. Ele vai bem num clube pequeno onde a pressão é menor e a convivência com a direção é pacífica, pois os objetivos são mais simples e o universo de dificuldades bem menor de conviver. Quando viemos para a esfera dos clubes grandes, e o que se vê: indecisão na formatação do time titular, substituições erradas demonstrando insegurança no próprio trabalho e dando ouvidos à assopros da direção, jogadores que explicitamente não jogam com o mesmo empenho de outros, ou por serem piores do que as opções à disposição, ou por serem um cheque visado à caminho do caixa rubro e por isso, precisam aparecer, minam e modificam tudo para pior.

    E se entre os nosso dirigentes há um gringo bufão, um administrador de rodoviária ou um ex-surfista pegador, estamos suplicando para ter problemas no futuro, em vez de um expert em assuntos do futebol profissional que muda todos os anos seus meios de injeção de recursos, seja de marketing seja logísticos e isso inclui material humano ( jogadores) e instituição ( clube grande de futebol profissional) que tornaria tudo isso mais simples, à ter-se que seguir apenas a receita de quem sabe o que faz, e não de quem nos faz de cobaias e cobra um peço alto pelos erros que destroem tudo que foi construído à duras penas em 108 anos de vida.

    Um profissional de sucesso comprovado( treinador) esbarra no muro que esta anomalia destrutiva, impõe. Ficam como opções os medianos ou ruins, como queiram. E é exatamente isso que vivemos atualmente, talvez porque jogaremos a série B( cada vez mais certo de acontecer isso) ou quem decide a vinda do profissional não entende nada do riscado e fica dando tiros no pé à torto e à direito.Pobre de nós torcedores que apenas podemos vaiar ou aplaudir os acertos e os erros ( que são muitos)e rezar para que o mal seja extinto tão logo seja possível.
    Grande abraço

  2. Ainda sobre o time, há algum tempo o Inter não mete medo em ninguém. Qualquer time que joga contra o Inter ataca sem medo. Eles descobriram que o Inter tem duas saídas de bola – (1) inheco-inheco entre zagueiros e laterais, sem nenhuma objetividade: (2) argelística dar um bico na bola, que passa pelos meios campistas, que ficam torcicolo de tanto olhar a bola voando sobre suas cabeças até o zagueiro adversário dominar e sair jogando. Estes dois métodos estão arraigados no Inter e pioraram muito com o Argel, que ficou muito tempo treinando o balonismo. Os zagueiros eram fracos e melhoraram um pouquinho, nosso volante principal foi estragado, mas sempre foi lento na saída (saudades do Aranguiz que saia rápido e aparecia na frente), combinados com a falta de movimentação, intensidade e compactação resulta em um time previsível, sai técnico, entra técnico, e o cacoete está instalado. Estou mais otimista agora com a chegada do Edenilson e espero que o Gutierrez ajude também. Pelo que ouvi falar, este chileno é canhoto técnico, mas não tem na força de marcação sua principal característica. Bom, Aranguiz também não era grande marcador, mas era muito técnico e rápido e por isso compensava muito a falta de desarmes e combatividade.

    Uma explicação – quando menciono que o Inter precisa de um substituto do D’Alessandro não estou me referindo a tirá-lo do time. Atualmente é titular incontestável. Refiro-me à necessidade de ter um substituto porque não vai aguentar a temporada toda, jogando todos os jogos e sem ele o time fica ainda mais previsível, porque não há ninguém capaz de pensar uma jogada. O substituto deve ser alguém que vai assumir o lugar dele no futuro também.

    1. Alô você WW!
      Especificamente quanto ao substituto do D’Ale, eu indicaria o Cajá que está na Ponte Preta. É do ramo, experiente, rodado, saberia que vindo seria reserva e não vai tremer quando entrar é importante, é baratinho em relação ao mercado.
      Coloradamente,
      Melo

  3. Acho eu sobre o assunto do clube nos tribunais, é que o clube deve dar nome aos bois, ou seja, quem deu esses documentos ao inter, isso não é dedurar, é tirar da reta. Quanto ao time, continuo achando o treinador insuficiente o Zago, já teve tempo mesmo sem os reforços de fazer o time jogar melhor, como vc disse Pauperio, times com elenco e folhas salários muito inferiores tem padrão técnico e jogam melhor que o inter. COMO EU DISSE E DIGO SEMPRE, HOJE ACONTECEU, O CO-IRMÃO NÃO TOMOU CONHECIMENTO DO VEC; É ISSO AÍ, TIME GRANDE TEM QUE ATROPELAR ESTES TIMES DO INTERIOR, AINDA MAIS JOGANDO EM CASA.

  4. Pauperio parabéns pelo texto e por expor com clareza sua opinião sobre vários aspectos do nosso Inter atual.

    Quanto ao time estou 100% contigo. Parece-me que, finalmente vamos ter um time repetido neste fim de semana. Para os outros campeonatos teremos Gutierrez, Pottker e Danilo Silva, que acredito assumirão a titularidade. Em termos de reforços só estamos pendentes em alguém para substituir D’Alessandro, o que é uma insistência minha. Em termos de padrão de jogo ainda não estou convencido de que ACZ dará conta do recado. Em termos de conceito, nosso time ainda está atrasado no tempo, achando que manter a posse de bola a maior parte do tempo no seu campo defensivo é algo moderno. Falta compactação e intensidade. Acredito que vamos subir para a Série A mais pela fraqueza dos adversários do que pela alta performance nossa.

    Quanto aos aspectos legais, você sabe minha posição há algum tempo. Sempre avalizei as medidas tomadas pelo Inter, mas, ressalvei sempre também que não via mérito na questão dentro do campo. Agora, vexatoriamente, vamos ajoelhar no milho. Acho que nossos advogados deram uma mancada gigantesca ao não considerar esta questão de foro. O advogado do Vitória nem se esforçou muito para colocar em dúvida a autoridade do CAS/TAS e levou. Como nossos advogados não se atentaram para o fato que este Comitê só re-julga o que foi julgado e como nosso STJD não julgou ficamos expostos completamente. Além disso, o argumento do STJD desde o começo foi forte. O que o Inter pedia era o mesmo que o Bahia tinha pedido e o STJD tinha julgado e indeferido. Apesar de usar fatos novos, o Inter ficou enfraquecido junto ao CAS/TAS. Se fosse o Bahia que tivesse levado o assunto ao TAS/CAS, o caso teria sido julgado, porque seu pedido fora julgado pelo STJD. Agora o máximo que vai acontecer é o Inter aceitar o fato e de alguma maneira o STJD vai dizer que não houve fraude e todos morrem abraçados.

  5. Olá pessoal!
    Não sei qual a posição dos parças do blog.
    Mas eu continuo muito preocupado ainda com o caso Vitor Ramos. Há rumores de represálias por parte da CBF e do STJD, até de queda do Inter para a Série C.
    Um entidade corrupta com a CBF não dá para enfrentar sozinho. Toda vez que houver uma reivindicação de qualquer tipo, ou todos os clubes se reúnem contra ela, ou então não se faz nada.
    Corruptos com poder é o maior perigo de se enfrentar.
    E não é de hoje que falo isso. Os parças daqui sabem que lá em janeiro eu já temia que o confronto do Inter com a CBF era no mínimo perigoso.
    Escrevi dia 21 de janeiro o texto abaixo:

    josé
    21/01/2017 at 11:07
    Espero que o Inter tenha todo o cuidado em evitar bater de frente contra a CBF.
    Todos sabes que essa entidade que administra o esporte brasileiro é um ninho de corrupção e negociatas. Mas que tem todo o poder, conferido pelas federações e clubes, para fazer e desfazer o que quiser. Não adianta um clube sozinho querer enfrentá-la. É dar socos em pontas de faca! Em 2005 o Inter já foi ameaçado de desfiliação. Ainda bem que nosso clube teve o bom senso de evitar o confronto. A pior coisa é o poder supremo em mãos de corruptos! Não adianta querer argumentar que a entidade está sob investigações e que seu presidente não pode sair do pais sob pena de ser preso. Aqui dentro ele manda e desmanda. Infelizmente essa é a dura realidade do futebol brasileiro.
    O Inter que se cuide! ”

    Abraços a todos do blog!

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