Chance desperdiçada

Dia de ir ao Parque da Harmonia, visitar os CTGs e Piquetes. Saboreamos um gostoso churrasco com amigos Colorados e rumamos para o Beira-Rio.

A novidade no Inter era Delatorre que entrava no lugar do D’Alessandro, suspenso. De resto o time era o que vem sendo repetido.

O jogo

Inicia-se o primeiro tempo e, um minuto e quinze depois a defesa do Coxa bobeou, Damião tomou a bola cruzou para a área e Oscar guardou, 1 x 0. Esse início fulminante nos deu a impressão que o jogo se tornaria fácil. Ledo engano, o Coritiba é um time ajustado, joga um futebol razoável e tem pretensões também.

Oscar festeja gol de abertura do placar (Imagem: Site Terra)

Por esta razão, passou a rondar a área Colorada. O Inter bem ajustado em sua defesa não permitiu maiores liberdades e em estocadas fazia bons contra-ataques, alternando ora pela direita com Andrezinho e Nei, ora pela esquerda com Oscar e Kleber. Assim as situações de gol foram se sucedendo. Damião teve um gol anulado por suposta participação de Delatorre em alegada situação de impedimento. Kleber fez um extraordinário lançamento e deixou Damião na cara do gol. O artilheiro escolheu o canto e colocou para fora. Delatorre em jogada individual também “pifou” nosso número “9” que arrematou na trave.

O segundo tempo começou como o primeiro só que para o lado contrário. Há um minuto e vinte em uma falta da meia esquerda, foi feito o levantamento para a área e a defesa do Inter (Moledo), impecável até então permitiu que o zagueiro do Coxa se antecipasse empatasse o jogo. 1 x 1. Mais uma vez o Inter foi vítima da bola aérea. Aí ficou evidente algo que em virtude do gol Colorado, muito cedo, ficou escondido. Com dois volantes de contenção dividindo as tarefas defensivas o Inter tinha como articuladores Oscar e Andrezinho. Nenhum dos dois usou o meio para articular. As jogadas ou tentativas eram iniciadas pelos lados do campo, Oscar pela esquerda e Andrezinho pela direita. Daí se originaram diversos ataques mal concebidos que não levaram muito perigo ao arco alviverde.  Nos únicos lances em que houve ameaça, Damião sofreu um pênalti, que mal cobrado por Kleber (a meia altura) propiciou a defesa do Goleiro do Coritiba e Oscar em jogada de Andrezinho cabeceou no travessão. Foi isso.

As Individualidades

Muriel, sem comprometer, fez boas intervenções, não teve culpa no gol. Nei, mais uma grande atuação, o melhor do Inter. Na ausência de articulação, foi quem mais procurou a criação de jogadas pela direita ou mesmo infiltrando pelo meio. Moledo, um só erro. Permitiu que Emerson se antecipasse e marcasse o de empate. Foi fatal. Juan, boa partida. Seguro simplificou as jogadas e mostrou vigor. Elton , atuação no seu nível das últimas atuações. Combativo e bom de cobertura. Precisa melhorar o passe. Kleber teve um pecado capital, ao cobrar o pênalti a meia altura, facilitando as coisas para o goleiro adversário.

Desta vez a bola não quiz entrar (Imagem:SiteTerra)

No apoio fez excelente jogada servindo para Damião que desperdiçou. Guina, o velho Guina de sempre. Um bárbaro para combater e perseguir o adversário. Teve oportunidade de arremate no segundo tempo e não o fez, nenhuma novidade. Oscar teve a melhor atuação desde que voltou da seleção. Faltou esperteza para ir eventualmente para o meio dominar a articulação por ali. De boa presença na área marcou um gol e acertou o travessão em outra oportunidade. Andrezinho articulou bem pelo lado direito e em boas combinações com o Nei. Da mesma forma que Oscar, faltou o discernimento para enxergar que alguém precisava ir para o miolo, articular, foi substituído por que nada produziu.  Delatorre teve altos e baixos. No primeiro tempo deu algumas escapadas pela esquerda e participou ativamente do trabalho defensivo. No segundo tempo teve participação muito discreta, pouco produzindo, foi substituído por Ilsinho que também não luziu. Damião teve o mérito de ser o autor da jogada do gol do Inter. Teve duas oportunidades de ampliar o marcador, mas estava de mal com a bola. Uma na trave e outra tirou do goleiro e também do arco arrematando para fora. Ativo ainda sofreu o pênalti.

Resumo: a bola aérea mais uma vez nos tira o embalo da aproximação dos líderes.

Quarta-feira tem mais. Todos ao Major Orlando Scarpelli. Se possível de corpo presente.

Paulo Melo – Porto Alegre/RIO GRANDE DO SUL
Vamo, Vamo INTER

14 thoughts on “Chance desperdiçada

  1. Concordo em parte com o comentário do amigo! Penso que o gol que levamos do coxa tem uma grande parcela de colaboração do Muriel que montou uma barreira, “numa falta frontal”, com apenas 3 jogadores, o que facilitou para o desfecho da jogada0, Já pensaram nisto? fiz este comentário na arquibancada do Gigante no momento do lance! SC

  2. Alô você Luciano!
    El Cabezon, faz uma falta tremenda porque ele é o homem que dá o ritmo e que centraliza a jogada chamando também a marcação. Domingo ele volta e aí o Oscar pode fazer. como dizes, parceria para o Damião.
    SC

  3. Eu complementaria o teu título, Melo, com “Mais uma” chance desperdiçada. Não estamos conseguindo, ainda, aquele desempenho diferenciado que nos permitiria avançar de forma decisiva e irremediável aos calcanhares dos líderes. Hoje comentei com um amigo colorado que o Delatorre me lembra o início vacilante do Taison. Definitivamente não dá para desperdiçar 45 minutos com ele no momento. Como não temos o segundo atacante e Delatorre também não é esse homem, prefiro aquela formação com Oscar mais liberado ainda para se juntar ao Damião. Neste caso, sem o Dalessandro, seria a vez do Ilsinho. Mas isso deveria ser TREINADO durante a semana e se manteria o esquema do jogo contra o Palmeiras. Essas mudanças repentinas de esquema confundem mais a nós mesmos do que a nossos adversários. Certamente, com a volta do Cabezón que sai é o Delatorre. Mas e no próximo jogo? E no próximo?

  4. Melo
    Achei o Andrezinho muito burocratico e mais uma vez me convenceu que nao pode iniciar como titular no nosso time (nao e a toa q todos treinadores mantiveram ele no banco na maior parte do tempo). Raramente corresponde nos 90 minutos, nao marcou nem armou com qualidade. Delatorre nao esta pronto, e deve ser usado aos poucos, talvez no segundo tempo p fazer uma correria e tirar vantagem de um time mais cansado. Faltou sorte, mas tbm imposicao, pois a maior posse de bola foi do Coritiba. Tbm acho q nao foi gol de bola aerea, mas sim um desvio na forte cobranca de falta, que podia ter sido com o peito, ombro, perna, dependendo de como a bola viesse. Infelizemente, perdemos mais uma vez pontos que nao poderiamos desperdicar!

    1. Alô você Mauren!
      Tua opinião em forma de comentário é sempre acompanhada de argumentação com consistência, entretanto me permita divergir em dois pontos. O Andrezinho está longe de ser um craque, mas entendi que nesse jogo sua participação coletiva foi muito interessante. Por exemplo fechou o lado direito, defensivamente junto com o Nei não dando espaço ao Rafinha que foi buscar do outro lado a vida boa que não tinha ali . e veja que o jogo foi contra o time cujo ataque é o mais produtivo do brasil na atualidade e o mais competente dessta competição, junto com o Inter. Quanto ao Delatorre vi também com os teus olhos, só que o nosso titular é o Zé Roberto, como ele está impossibilitado, o jogador cujas características mais se assemelham é ele, o reserva.
      Um abraço e…
      SC

  5. Buenas professor!

    Lamentável deixarmos mais uma vez de fazer três pontos em casa. Parece a mesma história de anos anteriores. Se não tívessemos deixado o Santos empatar, se não tivéssemos deixado o Coritiba empatar, se não tivéssemos deixado Ceará empatar…e assim vai. Mas, como diria Ênio Andrade, “futebeol se perde, se empata e se ganha!” Bom feriado a todos e quarta vamos recuperar esses pontos perdidos em casa, lá em Floripa!

    Abração!

    1. Alô você Fábio!
      Apesar de dar razão ao grande Enio que corrobou a frase de Dino Sani, achando que isso é coisa do “esporte Bretão”, acho que alguma coisa se pode concertar com treino, treino e mais treino, como as bolas aéreas defensivas por exemplo.
      SC

  6. Paulo, mais uma vez o nosso Internacional mostrou que não tem força. É um time que não mostra superioridade no Beira Rio, muitas vezes alguns jogadores parecem que “nada está contecendo”, desligados da realidade do jogo, hora combativos, hora não. Não vejo o Internacional crescer na dificuldade. Minha opinião é que o meio de campo com aquele jogador que se negou a jogar, fica pouco combativo, disperso, com lançamentos prá lá de manjados para o Damião ou para o Nei. Afinal de contas qual é a função desse jogador? Marcar, não marca. Um ou outro lançamento, até eu posso fazer, é só treinar um pouco, pois é típico da várzea. A recompensa é poder assistir o jogo no próprio campo… A entrada do Ilsinho, melhorou bastante, mas lá na frente, desculpe, Jô é reserva de Damião, não de Delatorre. O Damião precisa de um “ajudante” rápido que possa também preocupar a defesa adversária. Tem horas que sinto pena do Damião, vendo ele defendendo bolas altas na nossa defesa e, ao mesmo tempo, lutando contra toda a defesa adversária e só recebendo “bolas quadradas” e só divididas com dois ou mais zagueiros. Que falta estão fazendo o D´Alessandro e o Zé Roberto. Mais dois pontos perdidos e não adianta lamentar… Cada vez mais me convenço que estamos continuamos novamente no processo de manutenção de comportamento e rendimento de um clube mediano. É muito difícil ver o nosso Internacional como gostaríamos de ver. Imaginem quando venderem o Oscar e o Damião…

    1. Alô você, Pauperio!
      assim como tu, também aguardo com muita expectativa o retorno do Zé. Que seje breve para dar tempo de recuçperação.
      SC

  7. Paulo:
    Análise correta da partida e eu resumo o jogo em uma frase: Não era o dia.
    A explicação começa no Damião, para mim, mesmo não fazendo gol foi um dos melhores em campo, teve duas bolas para fazer no primeiro tempo e não conseguiu matar o jogo, pois caprichosamente uma bateu na trave e a outra tirou tinta da trave (como mencionaste), além de fazer um gol (o juíz foi muito rigoroso ao anular o nosso gol em que se o Delatorre estava impedido ao rever o gol do Coxa fiquei com a mesma sensação de quem cabeceia a bola, mas aí o juiz validou) e no segundo tempo ainda sofreu o penalti aonde se o juiz tivesse dado cartão amarelo no final do primeiro tempo ao goleiro quando impediu uma cobrança de lateral ele teria sido expulso. No segundo tempo a bola que o Óscar bota na trave e o penalti que apesar do Kléber ter batido mal e errado, este vinha acertando. Volto a escrever, não existe azar em futebol, pois a bola não entra por acaso, mas acho que não era o nosso dia e tomará que quarta-feira contra o Figueirense seja o troco e aí rumar a vaga da Libertadores e quem sabe para o título.
    Saudações Coloradas!!!
    Cláudio R. Vidal

    1. Alô você Vidal!
      Preciosa tua observação do cartão amarelo. É preciso que se saiba cobrar da arbitragem, mas não uma coisa acintosa. Lembro do Zinho que passava o jogo inteiro conversando com o árbitro, “numa boa” e via de regra conseguia a simpatia do” meretíssimo”. Isso também funciona, em uma competição tudo conta.
      SC

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