Foi uma noite diferente. Pensar que este poderia estar sendo o último jogo de Dalessandro no INTER, impacientava e comovia a todos no Gigante, ou onde quer que estivessem E ele foi escolhido para ser o capitão, estava à frente do time quando entrou em campo. Significativa e merecida homenagem e quem sabe mais uma cutucada emocional para o gringo repensar…
Havia tambem a expectativa de um Once Caldas com muita mobilidade e poder de ataque, com qualidade. E o Inter, todos sabiam, está chegando das férias.Era possível reconhecer nos torcedores colorados o medo de que a preparação física pudesse colocar fim as chances de passar efetivamente para a fase de grupo da Liberadores.
Quando a imagem do Dale apareceu no placar, o Beira Rio se incendiou. E não teve quem não notasse as caretas do gringo na tentativa de endurecer e evitar uma ou outra lágrima. A Padre Cacique estremeceu. Do lado de fora do Beira Rio se ouvia apenas o grito de “Fica Dalessandro”! Foi tão forte aquele momento, tão cheio de energia, que cheguei a pensar que tudo poderia comprometer o equilibrio do craque. Mas não. Como homem e profissional sério que é, Dalessandro ( nota 9) se entregou à partida e nos primeiros quarenta minutos de jogo o INTER amassou o Once. Poderia, deveria ter marcado mais gols. Mas o um que fez, foi suficiente para chegar na colombia com 3 pontos na bagagem. Damião (nota 7) recebeu um lançamento primoroso do Dale e só encostou para as redes. A bola foi entrando de mansinho e venceu o goleiro de camisa “rosa choque” !
A troca de passes entre Dale, Dagoberto ( nota 7), Oscar e Damião era perfeita. A movimentação de Bolati( nota 7)e Guina (nota 8) com Nei ( nota 7) e Kleber(nota 7)está funcionando. Destes nomes, penso que o que menos se sobressaiu na noite desta quarta foi o de Oscar (Nota 6). Pareceu tímido.Talvez não seja para menos, já que está alí enfiado no ataque 3D do Internacional. A defesa trabalhou com segurança.Lembro de um ataque do Once, realmente mais incisivo, onde Muriel(Nota 8)espalmou para o lado. O Once não foi o tigre esfomeado que dizia ser e o primeiro tempo terminou com o apoio da torcida e mais gritos de “Dale não se vá”. Nas transmissões televisivas, o momento do Dalessandro apagou completamente a estréia de Dagoberto no Beira Rio e as homenagens da torcida eram constantemente registradas.
Na volta para o segundo tempo, com a certeza de que o time fora bem arquitetado por Dorival, sem dúvidas de que poderá dar muito certo, a torcida voltou a cantar. No primeiro minuto um lance bisonho em que pelo menos dois jogadores colorados poderiam ter marcado. Chance pro azar? O canto foi esmorecendo na medida em que a torcida notava que os jogadores perdiam força. O gol não vinha. Medo. O Inter parou em campo. Não havia sequer como disfarçar. Ficou mais lento e começaram os erros de passes principalmente de Kleber. Mesmo assim o Once não chegava a ameaçar, mas teve mais posse de bola a partir dos 10 minutos do segundo tempo. Alguem na rádio perguntou: estou ouvindo bem ou a social está puxando o canto da torcida? Era a social. Que grande boa notícia era esta. Na ausencia dos instrumentos das organizadas, o sócio faz o seu papel sim. Aliás, sempre fez! É com o sócio e o torcedor tradicional, mais as organizadas e quem puder estar junto, todos unidos que o INTER vai buscar os melhores resultados. Por isso é que o Indio (Nota 9) fez a sua parte na defesa, surpreendendo quem o chama de vovô. Moledo foi seguro no jogo (Nota 8)
O Um a zero pode ter sido magro. Mas depois de ver Dagoberto mancando ao sair de campo, substituído por Marco Aurélio (Nota 3)que ainda desintrosado, mas com muita vontade, errou todos os passes que tentou fazer; depois de ver Damião sair de maca e ver Jo(Nota 0-não tocou na bola) entrando para os dois minutos restantes da partida, que se concentrou no meio campo nos 45 minutos finais, a torcida aplaudiu o esquema, o time, o placar e gritou mais uma vez “Fica Dalessandro”.
Não me aprece que ele va ficar. Dalessandro não se despediu, mas deu pistas de que além do coloradismo evidente que leva consigo, tem as preocupações de qualquer profissional que pensa na carreira, no momento de uma vida com responsabildiades familiares e enfim: Assim é. Uns vãos, outros vem e o INTER continua no páreo. Terá que buscar quem possa ser a referência do time, como Dale o é, terá que modificar um pouco do esquema, pois não temos dois Dales no mundo, terá que se reestruturar da perda de forma rápida.Terá que acelerar bastante o processo de condicionamento físico. Mas o desenho do time está pronto. A altitude passa a ser nosso principal adversário para o próximo jogo. Precisaremos marcar ainda no primeiro tempo e segurar o Once, que lá, será diferente, podem ter certeza.
Grande Adriana!
Que belíssima análise! Gostaria de acrescentar, o que me parece, no pensamento de todos, uma unanimidade: se repetíssemos o rendimento do primeiro tempo durante toda a partida, certamente a classificação é garantida. Fico meio receoso com relação a falta que o Dale fará caso ele não jogue e também uma possível lesão do Dagoberto! Mas vamos torcer muito pois é a principal disputa para este primeiro semestre! Vamo Inter! Rumo ao Tri! Abração a todos! Claudiio Saldanha
Realmente Luciano, é a minha maior preocupação. Temos que vencer o cansaço normal de quem está fora de forma, além da altitude….
Me preocupa muito a queda de rendimento motivada pela questão física. O Once Caldas pareceu bem mais inteiro e vai fazer pressão no jogo da volta. O ponto chave vai ser a segurança (sem retranca) defensiva, especialmente a bola alta. Além disso, por mais óbvio que seja, tem que ter aproveitamento nas chances de gol. Perdemos algumas no primeiro tempo e se o Damião (como o resto do time) estivesse em forma, teria colocado pra dentro aquela pelota que ficou pingando na pequena área no segundo tempo. Acho que dá, mas vai ser sofrido até o final.
Brilhante o 1º tempo COLORADO, se mantivermos o ritmo nos próximos jogos seremos tri da América!
Que Deus (que não é o Dale) nos ouça!!!!
O Oscar parecia muito preocupado com funções defensivas, provavelmente com orientações de vestiário. E ainda perdeu dois gols feitos no incio de cada etapa.
Concordo Simone. E se foi isso ele cumpriu o que pediram. Duas ou tres vezes ele deu cobertura ao Nei e ao Bolatti lá atrás.
Adriana:
Concordo plenamente com a sua análise do jogo. Também queria acrescentar um detalhe que me chamou atenção que foi alternância na subida dos laterais, que não acontecia o ano passado mantendo o sistema defensivo mais equilibrado.
Saudações Coloradas.
Cláudio R. Vidal
Pois sabes que isso me chamou atenção. É que o movimento do Kleber e do Nei está muito sincronizado com o Guina e o Bolatti. Gostei e realemnte me surpreendeu, antes é claro de faltar o folego.
Se este time dos primeiros 40 minutos jogar 5 partidas sem modificações, engrena e ninguem segura.
Com ou sem D’Ale, vamos passar para a fase de grupos na Libertadores. O elenco terá uma semana inteira (tá certo, com a viagem) para recuperar as feridas nas canelas e, principalmente, o fôlego. Ao final do jogo de ontem, não sei porque, pensei naquele 2 x 1 que levamos do Estudiantes em 2010. Com o gol de Giuliano (Dnipro) derrotamos o time argentino e, ao final, fomos Bicampeões! SC
Melhor seria sem todo este sofrimento. Mas seja como for, vamos torcer muito…
Alô você Adri!
Sempre muito bom ler teu texto. Tudo absolutamente real, corroboro tuas osbservações em relação ao M.aurélio (não acertou praticamente nada a excessão de uma bola em que “pifou o Damião que demorou para o arremate). So te achei muito dura com o Jô, o cara não teve tempo de nada, só entrou em campo e o jogo terminou. Zero foi forte, mas respeito o teu conceito , embora nesse caso, só nesse, não concorde.
SC
Me expressei mal. Deveria quem sabe ter escrito (Sem Nota). Foi o que quis fazer entender.
Adriana,
Sem retoques no teu comentário.
Apenas a acrescentar que o preparo físico do INTER está mal. Nos três jogos do ano, o time morreu no 2º tempo. É claro que o início de temporada ameniza um pouco a situação. Mas o que dizer do Once Caldas que iniciou sua temporada uma semana depois do INTER e esbanjou preparo no 2º tempo. Algo me diz que não está a contento nossa preparação. A esta altura já deveria estar melhor.
O Damião continua sem aqueles reflexos que o consagraram e levaram à Seleção. Está como terminou o ano. Alguns momentos parece inseguro sem saber o que fazer. Veja aquele lançamento, parece que foi do Marco Aurélio, e ele ficou parado na frente do gol sem ir na jogada. Imaginava, creio eu, estar impedido. Era só ir e tocar na bola e fazer o 2º gol.
Quanto ao Oscar, parece que não entrou no jogo.
Era isso