Postura das Organizadas

Olá pessoal, voltei de férias e alguns dos nossos colaboradores estarão saindo, então “vocês vão ter que me aturar”… hahaha

Respeito as Mulheres e Crianças

Pegando carona no belo e último Post da Simone (12/02/2012) com o título  “Mulheres e crianças nos Estádios“, quero fazer um acréscimo. Na semana passada após o jogo com o Juan Aurich no Beira-Rio, enviei pelo site do  INTER, uma sugestão para a Ouvidoria, que várias vezes já me respondeu a contento. Nesta vez, vamos ver.

Não vou falar tudo novamente, então replico abaixo o e-mail que enviei.

“Há tempos que uma coisa me incomoda e a diversas pessoas que já comentei. Antes como havia um Marginal comandando a maior organizada (Popular), sabia-se que era quase impossível pedir qualquer coisa a eles. Agora, até onde se sabe, o INTER tem o controle das torcidas Organizadas e pode pedir o que desejar, então, me incomoda demais, duas músicas que fazem menção ao co-irmão com palavras baixas. Me perdoem os termos, mas as músicas são públicas e dizem entra várias coisas “Filha da Puta” , “vai tomar no ..”, “chupa …. e dá o…”.  Quem vai ao estádio sabe de que músicas estou falando.

Ora, quero mais é que o Grêmio se exploda e caia para a quinta divisão, mas também quero levar a minha esposa e filha de 9 anos aos jogos, sem que elas tenham que passar por este contrangimento, pois as Organizadas é que puxam as músicas sempre e no embalo do momento, muitos acompanham.  Hoje quase 25 % dos sócios do INTER são mulheres, fora todas as crianças menores que vão ao estádio e não são computadas, portanto já está na hora do INTER pensar neste público com o devido respeito e não apenas como mais um valor que cai no caixa.

No jogo contra o Juan Aurich, acho que ficaram uns 15 minutos cantando a mesma porcaria, o que várias pessoas comentavam nas sociais, que não tinha cabimento, pois além das bandalheiras que dizem, ficam lembrando “deles” nos nossos momentos de alegria. Espero sinceramente uma atitude, já que isto não é um desconforto só meu.
Obrigado.”

Bem acho que todos entenderam. O que incomoda é a baixaria a que as mulheres e crianças estão expostas ao terem que ouvir as músicas que as organizadas impõem ao resto do estádio. Estádio de Futebol não é mais lugar só de homem há muito tempo, portanto, assim como tudo evolui, o ambiente deve acompanhar os tempos. Diversas pessoas concordam comigo, também se acham incomodadas por este tipo de música.

O INTER é conhecido por ter diversos cantos legais, que a torcida sempre vai junto, então porque lembrar o Grêmio dento do Beira-Rio e ainda com palavras baixas. Assisti a um pai ao meu lado, passar por um momento difícil, onde o filho de aproximadamente uns 7 anos, lhe perguntava o que era “chupa a rola“, convenhamos, isto é um absurdo. O pai disse para ele que era “rolha” e ele na sua inocência aceitou, porque em seguida o pai chamou o picole.

Então é isto pessoal, sou muito Colorado e vou em todos os jogos no Beira-Rio, mas gostaria sinceramente que este tipo de coisa fosse banida de lá. INTER, reforme o estádio e as organizadas também. Queremos eles cantando e puxando toda a torcida com músicas legais para animar o ambiente e levantarmos a moral do time.

 Evandro Milani – Porto Alegre – RS 
 INTER – Nada vai nos separar!!! 

8 thoughts on “Postura das Organizadas

  1. Senhores Marco e Evandro:
    Não quero abrir mais polêmica, mas em nenhum momento quis escrever que menos elitizado é menos educado, pois no momento em que jogavam objetos variados em cima de nós eu queria demonstrar exatamente o contrário e também não quero generalizar, pois em todos os setores da sociedade existem os bons e os ruins. No ano passado, ainda vi objetos parecidos jogados em cima de colorados vindo dos camarotes e das cadeiras do Beira-Rio atingindo os setores da inferior e da social.
    Aproveito para explicar que em vários momentos, quando era conveniente, foi apoiada a iniciativa destes cantos, como, por exemplo, quando os autofalantes do Beira-Rio tocavam as músicas que geraram as melodias de duas das três músicas referidas, pois uma delas era de uma banda americana chamada “Creedence Clearwater Revival” e a outra era a inglesa “Queen” e no momento de xingar o nosso arquirrival a música era baixada para torcida cantar e decorar a letra. A terceira música, que é a mais referida, é utilizada para torcida indicar que falta menos de 5 minutos para terminar a partida (esta começou aos 41 minutos pelo meu relógio no jogo contra o Juan Aurich) e isto era combinado com o elenco do time (naquela época da Coréia em jogos importantes cantávamos uma Valsa do Adeus, que eu achava mais bonita, mas agora está em desuso). A prova disto é o comentário realizado por alguns atletas do elenco colorado em um DVD de uma das torcidas. Claro que em Gre-Nais ou jogos aonde aparece um torcedor com a camisa do Portoalegrense esta música é cantada em outros períodos.
    Não estou justificando e nem defendendo. Este comentário é só para explicar que existe uma campanha velada para acabar e diminuir as torcidas organizadas e o que sobrar delas colocar no anel superior do estádio. A expulsão da “Guarda Popular” e a “Popular do Inter”, ao invés de punir os responsáveis pelas bandalheiras dentro e fora do estádio, é o resultado do que estou escrevendo, pois a campanha pelo fim delas já tem um bom tempo só que era díficil de ser concretizada. Estas informações, eu obtive através de uma das lideranças, quando ele me contou sobre a perda do espaço da social para as “Cadeiras VIP´s” (como não tem como o líder falar mais devido uma fatalidade do destino) e só olhar o projeto no site do Inter (no setor “Patrimônio” e depois entrar no setor “Modernização do Estádio” e rolar para baixo ) ou ir no site do “ZH Esportes” (entrar no desenho do estádio e procurar um icone de uma seta em cima do desenho da reforma e clicar na letra “B ”) encontrará as novas 5000 cadeiras em um setor já existente. E isto não é só para a Copa do Mundo de 2014.
    Por uma América TRI-Vermelha.
    Saudações Coloradas.
    Cláudio R. Vidal
    Observação: Tenho 43 anos e frequento o Beira-Rio à 30 anos (só em alguns momentos por problemas de saúde da minha esposa é que não pude ir aos jogos).

  2. Belo texto Evandro… concordo contigo. Em Dubai foi assim, apesar da nossa “dor”, era um momento histórico, 10/15 mil Colorados invadiram outro continente, outro país, lotaram ruas, fizeram a maior festa jamais vista por aquele povo e tínhamos um orgulho no peito de bi campeões da América, pois só chega lá quem fez um grande feito. E o que se cantava??? Justamente a música do “Grêmio vai tomar no…”. Pra que isso, o momento é de glória nossa, não precisamos lembrar deles em nenhum momento.

    Não vejo em cantar os cânticos sem palavrões como uma forma de eletizar ninguém, pois futebol é o esporte mais democrático que existe, une do mais rico ao mais pobre nas arquibancadas. Educação não tem nada haver com elite, mas sim vem de berço. Se o país está crescendo economicamente tanto, com o tempo a nossa cultura tb melhorará e nem por isso significará que seremos um país da elite. Sou do tempo em que mulher que ia ao estádia recebia cada “apelido carinhoso” que eu ia pro estádio vestida o mais masculino possível para não ter que ouvir nada que me aborrecesse. Hoje isso mudou, não existe mais, há respeito pela mulher, sendo assim, acredito que um dia esses cantos irão mudar sim! 🙂

    Abraço

  3. Falou tudo Milani, também penso assim… há anos que eu ouço esse coro nas organizadas no Beira Rio, nunca gostei, mas também achei dificil mudar a cabeça das pessoas. Espero que tenha sido ouvido por parte do diretor de torcidas…nos deixe á parte…

  4. Evandro:
    Desculpe, sou meio saudosista, mas a elitização dos estádios vem acabando com a graça do futebol. Tenho saudade do tempo que eu ia ao estádio com meus 18 anos, aonde na época trabalhava em uma empresa de secos e molhados carregando e descarregando caminhão e não tinha muito dinheiro, pois só dava para comprar o ingresso da coreia e para comer um lanche que era uma “morte lenta” (almôndega com molho), um pão cervejinha e uma Pepsi meio litro com 2 doses de conhaque no bar do lado da rampa em frente ao Gigantinho, neste tempo eu ía do centro ao Beira-Rio e voltava a pé para que o dinheiro desse. Neste período, nós sofriamos de tudo como aperto no setor, com um repórter ou um brigadiano na frente tentando impedir de ver o jogo, além dos objetos que muitas vezes eram jogados em cima de nós de outros setores do estádio, muitas vezes com raiva do time (faz parte), mas estava sempre feliz, pois gostava do ambiente pelo motivo de ali ser um lugar do povo e podiamos falar o que queriamos, pois diziam que nós não tinhamos cultura. Em todos os anos que fui ao Beira-Rio até hoje nunca briguei com ninguém e no máximo discuti com alguma pessoa que me fez até mudar de local dentro do estádio para evitar algum problema maior.
    A vida prega peças e tira muito das coisas que gostamos. Na questão da bebida tive que controlar para evitar algum problema mais sério com a minha saúde, agora lá de vez em quando em alguma comemoração bebo uma cervejinha ou um copo de vinho. No Beira-Rio acabaram com o local que eu frenquentava e começaram a elitizá-lo, conjuntamente criaram ações de marketing junto ao clube da elite da cidade e vimos crescer a torcida adversária nas camadas onde tinhamos supremacia. Hoje temos material para comprar do clube em abundância, mas para grupos que tem um poder aquisitivo maior e a preocupação dos dirigentes é de quanto vão lucrar para os cofres do clube sem na verdade pensar em como agradar e aumentar a torcida do “Clube do Povo” que fez ele ser o “Campeão de Tudo”. E agora, o politicamente correto quer transformar o lugar das emoções em um espetáculo de teatro, ou excluir o meu direito de ver a um jogo do meu clube por eu ser homem, ou o direito de chingar uma arbitragem, ou os meus adversários. Depois disso o que mais falta me tirarem?
    Por uma América TRI-Vermelha.
    Saudações Coloradas.
    Cláudio R. Vidal

    1. Claudio

      O direito de xingar o juiz ou algum jogador por erros cometidos é prerrogativa de todos pois cada um decide como agir nestas situações. Um FDP, vai t…no …., que sai espontaneamente é normal pois, como tu mesmo falou, estamos em um ambiente livre e do povo. O que questiono e concordo com o Evandro, além de músicas que lembram “das gazelas da Azenha” usar palavrões de forma deliberada e totalmente inapropriadas em cânticos que não dizem nada, só palavrões.

      Abraço

    2. Olá Claúdio, eu tenho 51 anos, portando frequento o Beira-Rio há muito e muito tempo e lembro desta época que tu falas, mas mesmo nela, NUNCA ouvimos músicas tão idiotas como estas duas que eles insistem em cantar.
      Digo mais, fora xingar o juiz, o “povo” que frequentava o Beira-Rio, era de longe muito mais educado. Não elitizado, não significa “mau educado”.
      Não levo a minha filha de 9 anos, porque ela não precisa ouvir isto e acho uma falta de respeito com as milhares de Mulheres e Crianças que vão torcer para o nosso INTER. É o meu ponto de vista.

  5. Evandro, concordo contigo em relação as palavras de “baixo calão” que são entoadas nestas músicas e reiterar uma situação que foi exposta pela Simone no post dela de que seria interessante o INter, em alguma oportunidade, fazer um jogo especialmente para torcida feminina e de crianças como foi realizado, se não me engano, na Turquia.

  6. Alô você Evandro!
    Sinceramente te invejei. Gostaria de ter tido a luz de escrever esse texto. Concordo na plenitude com tuas palavras. Em uma oportunidade saímos do estádio e fomos ao Montana Grill. em deerminado momento, já dentro do ambiente, alguns desequilibrados começaram a entoar a referida “maldita canção”, (que na verdade foi importada do RJ e por lá é cantada desde os anos 70), no momento seguinte várias pessoas abandonaram a churrascaria por não compactuarem com aquela barbárie. Estou contigo, vamos lá direção, atuem!

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