Foi lançado recentemente o filme A Invenção de Hugo Cabret. O filme é lindo e cheio de efeitos especiais. Falo do filme para citar uma cena: Hugo conversa com Isabelle e diz que as coisas têm um propósito. Por exemplo, um relógio só existe para mostrar as horas e, se está quebrado, precisa ser consertado para que possa “cumprir” seu destino. E completa dizendo que com as pessoas é a mesma coisa. Todos temos um propósito, uma razão de existir e, se ainda não o estamos realizando, provavelmente também estamos precisando de conserto.
Chegamos então ao time do Barcelona, de sonho e fantasia. Seus propósitos foram cumpridos a risca. Mesmo perdendo o título do Campeonato Espanhol e sendo eliminado da Liga dos Campeões, Messi e sua orquestra, em momento algum abdicou de suas convicções. Perder e ganhar são faces de uma mesma moeda; fazem parte da vida. A questão aqui nem é a recorrente Futebol-Arte x Futebol de Resultados, uma falsa discussão; também não é encantar a platéia; mera consequência. O ponto é cumprir seu destino, seguir seus valores e não se apequenar diante das dificuldades da vida.
Tem sido assim também com o nosso Inter, de D’Alessandro, Oscar, Damião e companhia. Sabado passado, por exemplo, a bola devolveu as agressões que sofreu com derrota para o Botafogo. Nesses últimos jogos, o time do Luigi não cumpriu seus própósitos e se deixou dominar pelo medo e trocou vocação por “estratégia”. É certo que, as vezes, é necessário fechar-se na defesa e tentar se recompor para retomar com mais força o ataque. Mas estamos falando aqui de um momento, um recuo estratégico, e não de uma vida de retranca e medo.
E então chegamos a Van Gogh, um dos maiores pintores de todos os tempos. Atualmente, suas obras valem milhões, mas durante sua vida, vendeu apenas um quadro e, ao que consta, para seu irmão Theo. Provavelmente, ao longo da vida, o artista deve ter escutado muitos conselhos para que fizesse algo mais rentável, mais seguro, que garantisse com mais segurança o sustento da família, talvez que prestasse um concurso…
Muitos são os que abrem mão de viver, para apenas sobreviver. Se é verdade que a vida não pode ser feita apenas de sonhos, é ainda mais verdade que sem eles não há vida alguma. E mesmo que você não tenha o talento de Messi, Neymar ou Van Gogh, lembre-se da mensagem de Hugo Cabret: não abra mão de seus propósitos.
Sacou Dorival?
A propósito: Parabéns Palmeiras e Coritiba (rsrsrsr) e beijocas…
Simone Bonfante – Criciúma/SANTA CATARINA
Inter: no campeonato das paixões és líder invicto e isolado!
Muito legal, Simone! É que a vida é feita de muitas circunstâncias que muitas vezes interferem em nossos propósitos, provocando mudanças de rumo. Penso que no caso do Dorival o medo é essa circunstância: enquanto Dorival não perder o medo o INTER só irá se impor perante os adversários em certas circunstâncias. Parabéns pela forma e pelo conteúdo. SC
Valeu Aquidaban…
Parabéns, Simone, mais uma postagem lúcida e de nuita profundidade. Gostaria apenas de salientar que no jogo contra o Botafogo, o que mais me chateou foi o jogar a não jogar”. O nosso INTERNACIONAL paracia um time de baixa categoria, com os jogadores com a cabeça fora do jogo e o treinador omisso e confuso. Posso estar redondamente enganado, mas na arte, como na vida, é preciso querer e ter competência para isso. Salvo engano, há um descompasso entre quem está em campo e fora dele. Nesse último jogo, foi evidente o descontentamento do D´Alessandro quando foi substituído e, novamente, substituições muito longe das necessidades. Como existe a tela, ou está faltando tinta, ou faltando pintor, ou os dois… Mais um jogo e as carências conhecidas “jogadas para a frente” e mais demonstrações de soberba pela imprensa…
Pois é, como diria a calopsita de Santos: falta ousadia e alegria srsrsrsrsrsrsr
Isso mesmo Heleno… temos que perseverar…
Oi Simone,
Realmente, o filme é uma maravilha. Captaste bem a mensagem do conserto do relógio, necessária para que poder cumprir o seu destino, valendo a analogia para as pessoas. O filme contém outras facetas como a homenagem prestada ao 1º grande produtor cinematográfico de filmes mudos de mais de um século atrás – Georges Méliès. E quanto a Van Gogh, se não fosse seu mano certamente teria morrido de fome, embora em momentos de desespero, como o corte da própria orelha, nunca deixou sua obstinação pela pintura de lado, produzindo mais de 400 telas, que, como disseste, não valeram nada na vida e sim depois de sua morte. Valeu o exemplo de sua obstinação de propósitos. Espero que simbolizem o mesmo para o nosso INTER na busca do Tetra Brasileiro. Hoje, na boa apresentação e vitória sobre o Sport renasceram as esperanças, mas precisamos reforçar o grupo para chegar lá.
Saudações Coloradas
Alo você Simone!
Quando falas de Barcelona exemplificando o título de teu post fostes extremamente feliz, pois aí está um exemplo de grupo que, muito embora tenha alguns insucessos não muda sua essência, pois a cúpula tem consciência de seus propósitos. Outra grande redação tua. Parabéns!
SC
É o que penso..é tudo uma questão de convicção…
Belo post, parabéns! Concordo 100%.
Valeu Mauren, obrigada por teus comentários!!!