O REI DOS EMPATES

É o novo título que está sendo atribuído ao INTER.

Bem pessoal, não me iludo mais. Para mim foi o jogo do adeus a qualquer pretensão no corrente ano. Uma vitória era a tênue esperança que ainda restava. Coisas estranhas continuam acontecendo no vestiário do INTER e o inexplicável desconforto de D’Alessandro de última hora é mais um fato que vem a somar. Mais uma vez o argentino nos deixa na mão.

Torcedor fez a sua parte (Imagem- site Inter)

A propalada sacudida de Fernandão durou apenas um jogo. Até acho que houve empenho dos jogadores principalmente no 2º tempo. Era jogo para ganhar, mas faltou futebol. Não entendo como deixam o Dátolo em POA e colocam o Elton na armação. Não se podia esperar grande coisa, jogando com 3 (três) volantes, quando era vital uma vitória para qualquer pretensão que ainda se mantinha. Ouvir do capitão (Nei quem diria) e do treinador que apesar de tudo somamos um ponto fora de casa é de doer. E ainda a escutar a mesma ladainha desde o começo do campeonato: “Se tivermos uma boa seqüência de jogos” é conversa para iludir o torcedor, cujo discurso só irá terminar quando não houver mais jogos pela frente. E olha que esse time do Cruzeiro não passa de mediano, ainda mais com a ausência de titulares como Tinga e Wellington Paulista. Faltou ousadia, Fernandão.

Bem, vamos ao jogo.

1º Tempo: Equilibrado, tanto que cada time teve 50% de posse de bola. O INTER com excesso de cuidados defensivos segurou o time mineiro. Afora o pênalti inventado aos 11’ (mais uma aplicada do Juiz Paulo Cesar de Oliveira) os cruzeirenses não ofereciam maiores perigos ao arco colorado e a maioria das jogadas se deram em frustrados cruzamentos por ambos os lados de nossa defesa, que segurava as investidas mineiras, tendo Ygor e Guiñazu na frente da zaga com boa consistência defensiva. Por isso, afora o pênalti cavado e desperdiçado por Borges, Muriel só foi fazer a 1ª defesa aos 26’ num chute de Montillo de fora da área e depois aos 37’ num cruzamento da esquerda de nossa defesa em que Índio quase fez contra, mas Muriel salvou espetacularmente. No mais foram intervenções.

Enquanto isso, o INTER fazia boa retenção defensiva com destaque de

Fred outra vez destaque, desta vez foi insuficiente (Imagem- Site do Inter)

nossos volantes, mas não tinha criatividade do meio para frente. Sem D’Alessandro fica difícil, pois somente contava na articulação com a figura  incansável de Fred por todo os lados do campo (lembra muito o Tinga de outrora) já que Elton, em que pesem algumas tentativas, não é o cara de sair jogando lá na frente. O próprio Forlán passou despercebido no 1º tempo, melhorou no 2º com duas jogadas perigosas, mas continua devendo.

Assim, nos primeiros 30’ o INTER somente apresentou algumas estocadas de contra-ataque, tentativas de ligação direta da defesa para o ataque e minguados cruzamentos de Fabrício, já que Nei não vai à linha de fundo. Afora um lançamento de Nei aos 8’, em que Damião chegou a tocar de leve na bola na frente de Fábio, que fez a defesa, somente no final do 1º tempo é que tivemos duas chances de gol. Uma aos 42’, numa boa cobrança feita por Fabrício em jogada ensaiada que Ygor em frente do gol tocou de cabeça, tendo em Fábio uma grande defesa e logo depois, aos 44’, Damião vencendo o zagueiro e chutando fraco nas mãos do goleiro.

Em suma, INTER e Cruzeiro fizeram equilibrado 1º tempo, de pouco futebol, cujo resultado de 0x0 ficou de bom tamanho para ambos.

2º Tempo: Nosso técnico consertou o equívoco do 1º tempo ao fazer o ingresso de Lucas Lima no lugar de Elton. O time melhorou no aspecto ofensivo. Agora se via melhor toque de bola, ficando a pelota mais com nossos jogadores lá na frente. Os dois times estavam mais abertos, tendo em vista que a essa altura o empate não serviria a ninguém.  Destacamos que o INTER insiste no abuso de toques para os lados e recuos de bolas (dias atrás li que somos o time que mais joga para trás no brasileirão).

Forlan , segue devendo (Imagem, site Inter)

Não fazíamos grande jogo e aí pelos 7’ veio a 1ª grande jogada de Damião pelo lado direito, vencendo dois zagueiros e sem ângulo tentou chutar ou cruzar para Forlán, porém o goleiro Fábio interceptou bem. O Inter mantinha-se melhor, mas sem um futebol convincente e novamente aos 18’ Damião recebeu de Guiñazu, limpou a jogada, chutando a meia altura no canto esquerdo de Fábio que fez grande defesa. Damião era o destaque na frente.

O Cruzeiro pouco chegava, salvo em algumas jogadas pela direita de ataque, especialmente por Montillo o melhor deles. E aí nos 21’ chegamos ao lance polêmico de disputa de Everton com Lucas Lima, tendo este tocado duas vezes com a mão na bola dentro da área. Era pênalti claro que o juiz não marcou para nosso alívio, compensando aquele pênalti que só ele viu no 1º tempo.

E o jogo continuou com um INTER sem grande futebol, mas melhor até pelos 30’, quando, a partir daí, coincidentemente com a saída de Índio por lesão, o Cruzeiro equilibrou e até passou a jogar melhor nos minutos finais. Praticamente só os mineiros atacavam, quase sem chances é verdade, exceção aos 31’ quando tiveram a única grande oportunidade do 2º tempo em que Diego Renan fez o cruzamento da direita de ataque e Borges sozinho (Nei só ficou observando) perdeu o gol ao cabecear para fora.

Nos minutos derradeiros da partida praticamente só se via o Cruzeiro a atacar com cruzamentos e algumas jogadas de penetração, que acabaram no nosso sistema defensivo. A impressão que se tinha era que o INTER já estaria satisfeito com o empate que, convenhamos, a esta altura do campeonato não serve mais para nada. Outro aspecto a considerar é a impressão dada pela falta de fôlego de alguns jogadores no final. Preparo físico? Talvez. A saudar a entrega de alguns jogadores, mas sem organização e futebol suficiente para ganhar.

E chegados aos 49’(incluídos 4’ de acréscimos), houve o término da partida.

Pelas condições, jogo fora com o Cruzeiro, com pênalti desperdiçado pelo adversário, seria até considerado bom resultado, mas diante das atuais circunstâncias na tabela, nada a comemorar.

Finalizando: Com 11 jogos empatados passamos a receber o título de “Reis do Empate”. Titulo nada louvável para quem sonhava no início da competição em conquistar o Campeonato Brasileiro.

O sonho mais uma vez foi por água abaixo.

Heleno Costi

10 thoughts on “O REI DOS EMPATES

  1. Calma, Colorados! Estou com um palpite de que aquele tabu será quebrado no sábado. Já houve um sinal (Neymar está fora). De todo modo, convém esperar a escalação. Se jogar o Elton como meia-armador, podem esquecer a quebra de tabu. Mas de repente o D’Ale volta a encantar! Ou, se não puder jogar, acredito que lá estará o Dátolo, pois a Diretoria já se deu conta da falha cometida. SC

  2. Roberto,
    É verdade, estamos jogando dinheiro pela janela. Uma folha dessas, meu amigo, é de causar inveja até para time europeu.
    Pela bagunça que estamos presenciando em nosso departamento de futebol, resumiria em duas palavras que estão faltando: PLANEJAMENTO e DISCIPLINA.
    Depois do insucesso de Abu Dhabi, foi cogitado o nome de Dunga para treinador e desde então é sempre lembrado. Penso que o cara tem o perfil adequado para por ordem na casa, ou melhor dizendo, no vestiário.
    Com as eleições, esperemos que mudanças aconteçam para o próximo ano.
    Abraço

  3. Grande Saldanha,
    Além dos dois novatos: Fred e Lucas Lima, também acho que o Cassiano tem bom potencial, mas tem que botar o cara para jogar e não só nos minutos finais como tem acontecido. Vi o Otavinho só uma vez, parece contra o Atlético Go, e o cara infernizou a defesa adversária. Tem coisas que não dá para entender como no caso do Ricardo Goulart, o qual foi dispensado e está contribuindo com o retorno do Goiás à 1ª Divisão, fazendo gols a torto e direito. Recebeu algumas oportunidades do Falcão e só. Depois mandaram embora.
    Como bem disseste, as renovações tem que ser feitas com calma e sem precipitação, para que tenhamos um 2013 mais promissor.
    Saudações Coloradas

  4. Prezado Heleno
    Concordo com tudo o que você diz e também com os comentários que seguiram, é inadmissível o que esta Diretoria tem feito com o nosso Internacional, esta uma Torre de Babel, ninguém fala a mesma língua e ninguém comanda ninguém dentro do Clube. Não se houve uma palavra forte, nada de indignação, só desculpas e promessa de luta pela Libertadores e blá, blá, blá … Tentando vender para a torcida uma ilusão que ainda dá. Dá, para começar a pensar em 2013 que será um ano muito difícil sem o Beira Rio. Dá, para providenciar urgente um treinador. Dá, para começar a reestruturar o time, e a folha de pagamento, (dizem que esta em NOVE milhões, mas vamos deixar por SETE … vezes 12 meses, igual a 84 MILHÕES), é muito dinheiro para disputar e ganhar um gauchão, e é muito pouco para esta imensa torcida
    Abraços a todos
    Roberto Luiz Vianna
    Sócio Patrimonial

  5. Marco,
    Conforme comentei para o Melo, o Fernandão perdeu o vestiário e os demais componentes da Comissão Técnica, ou estão perdidos, ou perderam totalmente o comando.
    Sem desmerecer o futebol de nosso camisa 10, volto a afirmar o que citei tempos atrás. O mesmo terminou seu ciclo no INTER. Não adianta ter um craque que quase sempre nos deixa na mão. O INTER está necessitando de grandes mudanças para 2013, a começar com a dispensa de alguns medalhões que, ao invés e jogarem, estão prejudicando o nosso colorado.
    Saudações Coloradas

    1. Infelizmente, Heleno e demais amigos do BAC, foi o último sopro de esperança para este ano. Até porque, para os próximos jogos mais uma vez teremos desfalques importantes e os suplentes não dão conta do recado! Acho que o feitiço virou contra o feiticeiro, era o que eu temia com relaçao a sacudida do Fernandão! É preciso renovação para o ano que vem, só discordo que tenha de começar com os medalhões e já ficou mais do que provado que tentar montar um time a cada temporada nunca deu e nunca dará certo. Dos garotos que vem sendo experimentados no time principal só aprovo o Fred e Lucas Lima, o restante é fraco, ou no mínimo mediano. As mudanças tem que ser pensadas com muita calma para não retrocedermos no tempo. Antes se providencie jogadores de reposição a altura depois sim, liberar cada um a seu tempo! Demais, vida que segue, fazer o que? Agora só um milagre! Saudações Coloradas!

  6. Melo,
    É doloroso admitir, mas Fernandão perdeu completamente o vestiário. Lamento porque mais um ídolo está sendo queimado. Os jogadores estão senhores da situação e o exemplo que citaste do passeio no Shopping é prova disso. O tratamento de choque tentado dias atrás parece ter piorado a situação. E sem comando da Direção de futebol o que se pode esperar? Que termine o ano e seja empossada a nova Diretoria, mas se Luigi continuar deve tomar medidas drásticas, a começar com nomes de fibra e ação no futebol, senão em 2013 corremos o risco de repetir 2012.
    Realmente, o Borges subiu sozinho e não foi culpa só do Nei, pois toda defesa ficou parada.
    Lembrando tuas recomendações: Oremos!

  7. Time sem sangue !!! A começar pelo nosso “camisa 10” . Esse nós não podemos confiar !!! Quando dependemos dele não temos a resposta !!! Desconforto eu tenho quando vejo o nosso time passar mais um ano perdendo pontos imperdíveis, fora e dentro de casa. Nesse grupo do Inter está ficando famoso ter DESCONFORTO !!! Desconforto é ter uma direção/comissão técnica paternalista que aceita que jogadores escolham quando querem jogar ou quando vão ficar no banco de reservas.

  8. Alô você Heleno!
    Concordo contigo, desta vez eu também joguei a toalha. Time sem alma, sem ambição e com o F9 tendo ataque de CJR e escalando tres volantes. Mas doeu foi a explicação do treinador: ” Se eu precisasse concertar, como fiz, eu tinha o L.Lima no banco”, é duro amigo! Enquanto isso o Adversário levou seus quatro gringos e os manteve concentrados enquanto os do Inter foram ao Shoping. Discordo apenas de uma colocação. Quando o centroavante aparece sozinho ná área cabeceando, já dizia o seu Alvarino lá em Viamão, a culpa é do 3, é ele que tem de marcar o 9 adversário, onde ele andava? Nem na foto aparece.
    SC

    1. mas o 4 tu viu, tomando um suco do lado do Borges

      alias o NEI é o aprendiz de jogador mais tosco da historia do inter, só o fato dele estar de CAPITÃO mostra o quando o tal de FERNANDÃO tem de técnico

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