Como não se lembram mais da felicidade proporcionada pela conquista de um grande título, a tônica deles é a inauguração do novo estádio. Fazem até comparações, afirmando que será melhor e mais moderno do que o nosso, mas esquecem do detalhe de que viverão de empréstimos e favores já que o registro de propriedade do estádio nos próximos 20 anos será de terceiros, ao passo que o GRANDE RIVAL terá uma casa própria e remodelada aos padrões da FIFA, e não se restringe somente a um mero estádio de futebol, mas a um extenso complexo esportivo, o maior do Sul do País, porque a ele estará agregado um ginásio de esportes (Gigantinho) que hoje, antes de remodelado, ocupa o 3º lugar do país em tamanho e ainda uma invejável estrutura (Parque Gigante) de quadras de tênis, piscinas, academia de ginástica e áreas de lazer, sem falar no extenso aparato comercial previsto no entorno do estádio, com hotéis, garagens, restaurantes e shoppings.
Mas, deixando de lado ditas comparações, nosso objetivo maior neste comentário é abordar o cenário da inauguração do estádio em si, lembrando que em situações anteriores sempre houve a disputa do clássico Grenal, fato que não irá acontecer desta feita, por motivos que nos parecem óbvios.
Fazendo um retrospecto histórico a respeito, verifica-se que o 1º estádio inaugurado com a existência da dupla foi o dos Eucaliptos em 1931, haja vista que na fundação do INTER o rival azulado já existia e possuía o Estádio da Baixada. Até o ano citado o colorado como “Clube do Povo” carecia de recursos, fazendo uso de campos alugados em terrenos de terceiros.
Para inauguração de seu 1º estádio próprio, os Eucaliptos, convidou o rival da então Baixada, aplicando-lhe 3 x 0 nas paletas, tendo em Javel a figura máxima do jogo com autoria dos três gols em cima do mito deles, o goleiro Eurico Lara. E de lambuja o colorado também ganhou o troféu Bataclã, que tinha este nome em homenagem ao clube de Quarai que presenteou a taça, a qual se encontra exposta no Museu do INTER.
Relatos da época dão conta que os colorados encontravam-se eufóricos, ao passarem a ter o maior estádio gaúcho e provocavam os rivais dizendo que aquele ano de 1931 estava destinado às maiores obras, lembrando que também foram inaugurados a majestosa estátua do Cristo Redentor no Rio de Janeiro e o mais alto prédio do mundo, o famoso Empire Sates Building de Nova Iorque, com 102 andares.
Anos depois (1944), os rivais insatisfeitos e dispostos a dar o troco da derrota sofrida resolveram fazê-lo com a inauguração do novo pavilhão e bandeira, porquanto ainda não havia previsão do surgimento de outro estádio de futebol. E assim convidaram o INTER para a festa na Baixada. Pediram pra levar. Imaginem, no auge do Rolo Compressor, sem dó nem piedade tomaram uma retumbante goleada de 7x 3, com Tesourinha e companhia fazendo a festa. Eram chamados na época pela crônica esportiva de “diabos rubros”.
Uma década depois (1954) inauguraram o Estádio Olímpico. Ainda esperançosos de devolverem as goleadas anteriores, convidaram o colorado e mais o Liverpool do Uruguai no denominado Torneio Relógios Eska que acabou vencido pelo INTER. Mais uma vez esqueceram-se do poderio vermelho, que possuía o também conhecido 2º Rolo Compressor, comandado por Tetê, tendo no ataque a dupla infernal de Larry e Bodinho. Foram humilhados, tomando 6 x 2, com 4 gols de Larry. Em seu livro “Dicionário Colorado” o escritor Luis Augusto Fischer descreve o seguinte: “contam que o goleiro do GFBPA, Sérgio Moacir saiu de campo antes de terminar a partida, envergonhado com o desempenho de seu time – e olha que ele jogou, dizem, um bolão naquele jogo… Mas voltou, homem de brio que era, para encarar o destino.”
Com o surgimento do Gigante da Beira-Rio 15 (quinze) anos depois (1969), entre os espetáculos programados o INTER trocou gentilezas e convidou o coirmão da Azenha para um Grenal amistoso, cujo resultado ficou em 0 x 0, devido à pancadaria e não término da partida. Tudo parecia programado pelo rival, eis que durante a semana foi gerado um grande clima de tensão, mais por parte do adversário que não queria perder o jogo de forma alguma, lembrando as experiências anteriores. O INTER, por sua vez, queria manter a invencibilidade advinda das outras inaugurações. Ainda a destacar que o técnico da Azenha era o mesmo Sérgio Moacir, que defendia o gol na inauguração do Olímpico e que naquela oportunidade, visto acima, ameaçou abandonar o gramado diante do fiasco de seu time nos 6 x 2.
Em síntese, o saldo em matéria de grenais jogados em inaugurações de estádios (pavilhões e bandeiras) só nos favoreceu em goleadas frente o adversário. O máximo que ele conseguiu foi o empate de 0 x 0, onde prevaleceu a preocupação de denegrir a nossa festa, contribuindo para que não terminasse a partida.
E voltando-se ao ponto inicial do comentário, não são necessários maiores esforços de raciocínio para buscar os reais motivos pelos quais não mantiveram a praxe de nos convidar à inauguração da nova casa.
Parecem claros e resumem-se numa palavra de quatro letras: MEDO.
Sim, medo de nova derrota, novo vexame e por que não de nova goleada.
Saudações Coloradas
Heleno Costi
Casa deles? mas a casa será deles realmente em 20 anos, ou menos? por enquanto é ALUGUEL
Certamente será mais um salão de festas para nós todos! Saudações Coloradas!
cONCORDO, E UM SALÃO POR ENQUANTO ALUGADO, VAMOS FAZER A FESTA POR LÁ
Melo,
Já que não há mais nada a inaugurar, só espero que tenhamos uma gloriosa despedida na casa deles. E no 1º Grenal na nova casa também.
Abraço
Alô você Heleno!
Mais uma joia sua presenteada ao BAC. Retro da melhor qulidade como sempre.
Um abraço