TOI, sim porque não?

O precurssor das Torcidas Organizadas
Vicente Rao o precurssor das Torcidas Organizadas

Toda a vez que se aborda problemas com torcidas organizadas, fico com a sensação de que quem quer resolver não tem força suficiente e o restante não quer por motivos diversos.

Vamos lá, porque o Inter, não ‘ORGANIZA” suas torcidas? Criem uma comissão de conselheiros, sócios, integrantes de torcidas, imprensa e outros interessados. Porque não normatizar o comportamento? Se o mundo inteiro sabe que as direções dão ingressos para as “organizadas” porque não tornar isso oficial ? Sabemos que existem segmentos masculinos (Camisa Doze, Popular, FICO, Nação etc) e feminino (FFC). Não há necessidade de acabar com nada, é só normatizar, isso passa por um grande entendimento, dá para manter os núcleos (para conservar os nomes). Viajens, recursos, comercialização, comportamento, aprovação, credenciamento, julgamento prévio, tudo com a chancela da direção , porque não? No início as torcidas eram dos clubes. Ao contrário do que muita gente pensa torcida organizada começou no SC Internacional.

Rao comandando a torcida colorada
Rao comandando a torcida colorada nos “Eucaliptos”

Não havia no Brasil o jeito “torcida organizada” de torcer. Buzinas faixas, serpentinas, confetes, foguetes tudo foi criação de um homem chamado Vicente Lomano Rao um ex jogador do Inter, ex sargento do Exército Brasileiro, ex bancário do Banco Nacional do Comércio. Em 1931 iniciou suas atividades carnavalescas e em 1940 resolveu levar parte daquela alegria para os estádios. Criou então no Inter o  DEP (Departamento de Cooperação e Propaganda) , a primeira torcida organizada do Inter. Só em 1945 um outro clube da capital se curvou ao ineditismo colorado e adotou essa maneira de torcer. Vale salientar que “eles” diziam que aquele jeito de torcer era “coisa de crioulo”. Em 1945 quando adotaram o jeito Inter de torcer, Rao não perdeu a oportunidade  e em um greNAL surpreendeu o “co-irmão” com uma faixa: “IMITANDO OS NEGRINHOS EIN? O Inter que além da torcida criou o sócio torcedor e foi o primeiro Clube de futebol no Brasil a ultrapassar a casa dos cem mil sócios poderia marcar mais um golaço e recriar oficialmente sua torcida verdadeiramente organizada. Sugestão de nome? TOI,  Torcida Organizada do Inter.

Tenho dito

3 thoughts on “TOI, sim porque não?

  1. Grande Melo! O tema é complexo, basta verificar os acontecimentos recentes de brigas entre torcidas organizadas até do mesmo time, muitas vezes com o uso de armas, brancas ou de fogo. A agressividade aumenta muito quando indivíduos juntam-se em uma organização para promover badernas. As mais tradicionais torcidas organizadas não agem desse forma, pois são torcidas pacíficas. Assim, vislumbro enormes dificuldades na tua proposta de regulamentação. Como separar o joio do trigo? Posso estar sendo simplista demais, mas em vez de incentivar esse tipo de torcida, vejo que é necessário banir dos estádios todos os indivíduos identificados com algum tipo de violência nos estádios, vinculados ou não a torcidas organizadas. Os verdadeiros torcedores passarão a se sentir mais seguros e assim aumentará o público nos estádios. Um público formado por pessoas que vão aos jogos para torcer, se divertir e dividir com seus iguais a alegria de vencer e comemorar. SC

  2. Alô você Pauperio!
    Tens razão o Vicente Rao foi Rei Momol do carnaval de Porto Alegre por 22 anos, não aludi ao assunto só para não tirar o foco. Foi ele também o mais notável “Papai Noel” que o PORTO DOS CASAIS conheceu. Quanto as torcidas organizadas, não me incluo entre aqueles que gostam de participar, mas desde os Eucaliptos ver a “organização”, cânticos, coreografias, confesso que mexe comigo, mas como escrevi, tem que O R G A N I Z A R, e isso só será possível se cairem mascaras, se dirigentes efetivamente assumirem e se fizer um grande ACORDÃO. Mas é preciso ter vontade de acabar com uma série de fatos desagradáveis (para ser leve) e sobretudo ter vontade.
    SC
    SC

  3. Melo, se a memória não me falha, a alegria desse maravilhoso Colorado inclusive comandou não só a torcida do nosso Internacional, mas também a folia carnavalesca como Rei Momo. Tuas sugestões são brilhantes, pois a melhor saída seria organizar o que hoje parece desorganizado. Existem fortes e boas intenções, mas o amadorismo em empreendimentos coletivos aparece de uma forma inegável. Mesmo assim , ainda penso que a maior torcida organizada é a Massa Colorada, aquela formada por todos os Colorados, de todos os credos, de todas as raças, ricos, pobres, de todas as tendências políticas e inimigos ferrenhos de qualquer tipo de descriminação. Penso, sinceramente, que não deveriam existir torcidas organizadas, pois sou um democrata nato, não gosto de nada que tolha a liberdade, sob pretexto algum, e penso que cada deve ter a oportunidade de externar seu amor ao clube da sua maneira. Como gosta, como sente, pode ser quieto, cantando, gritando, rindo, xingando (menos palavrões, se queremos a presença importante das mulheres e das crianças nos jogos), com as mãos nos bolsos (cada um pense segurando o que?) só torcendo ou de qualquer outra forma. É um pensamento meu, não é ser exclusivista ou egoísta, apenas não gosto de “cercas de comportamentos” ao meu redor, pois gosto de torcer junto com qualquer Colorado que estiver próximo de mim, sem escolhas ou sem distinção. O que nos torna únicos no mundo do futebol é que somos uma mistura feliz e homogenia. Como exemplo vivo do que estou dizendo, lembre do Mar Vermelho, no Parque Marinha do Brasil, se dirigindo ao Beira Rio. É de arrepiar…

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