Considerações Iniciais: O INTER continua o mesmo. Qualquer time faz frente ao colorado e vence. Mesmo os candidatos ao rebaixamento. E no jogo de hoje não poderia ser diferente, até para esse Vasco, que é tão ruim. Com uma defesa velha e ineficaz, nada de bom a esperar. E os atacantes perdendo gols praticamente feitos por pura perturbação. Mais uma derrota, a 4ª consecutiva. Como diz o dito popular: A vaca está indo pro brejo.
O Brasileiro deste ano acabou para nós, com minguadas possibilidades de ainda disputarmos a Libertadores no próximo ano, mas, para tanto, precisaríamos de um milagre, quer entrando no G4 ou vencendo a Copa do Brasil. Sim, considero um milagre com esse parco (pode até ser dito porco) futebol que estamos apresentando. Triste ver a possibilidade de não disputarmos o título da América, justamente no ano da reinauguração do Gigante Para Sempre.
É, meus amigos, depois de assistir um Cruzeiro jogar, ver o INTER tornou-se um martírio. Os 22 (vinte e dois) pontos de diferença já dizem tudo.
É duro dizer que chegamos no 10º mês do ano e só vemos indefinições, sem um time formado, com uma escalação diferente a cada jogo. Sem padrão de jogo e quase ninguém está jogando um futebol convincente, especialmente no setor defensivo, que vaza como água. A manutenção de alguns medalhões é uma das causas principais. E lá na frente, setor que ainda salvava a lavoura até pouco tempo, parece ter entrado no mesmo trilho. Faz-se um golzinho, mas leva três.
Confesso que até então sempre nutri admiração pelo nosso treinador Dunga, especialmente pelo seu caráter e seriedade no trabalho. Mas, a esta altura encontra-se perdido. O pior é que está ladeado por Dirigentes na mesma situação. Desculpem, mas a decepção é grande!
Bem, vamos ao jogo de hoje.
1º Tempo: Os minutos iniciais até foram animadores, com as equipes apresentando boa disposição, embora com pouca qualidade.
Aí chegamos aos 9’ e presenciamos o mesmo filme de sempre. Bobeada da defesa, justo na primeira jogada de velocidade pela sua esquerda, tendo o vetusto Juninho tocado para Marlone, que deixa Kleber no caminho, cruza para a boca da pequena área e Edmilson se antecipa a Índio à gol do Vasco.
Na verdade todos os times já sabem que é só aplicar velocidade em cima da defesa colorada, que colabora e deixa o adversário à vontade.
Aos 18’, grande jogada de D’Alessandro que serve a Kleber pela esquerda, este cruza e Jorge Henrique de cabeça à gol do INTER
Aos 19’, D’Alessandro serve a Caio que na cara do goleiro perde gol certo.
Aos 20’, D’Ale cobra falta e Caio de cabeça quase faz, mas vai para fora.
Aos 27’, substituição no Vasco, sai Dakson entra André
Aos 28’ D’Ale serve Jorge Henrique que bate de fora da área com grande defesa de Diogo Silva.
Até os 30’ o INTER mantinha o controle da partida, mas a partir daí o Vasco voltou a jogar melhor.
Como D’Alessandro era quem armava as jogadas, o negócio do adversário seria neutralizá-lo, irritando-o através de faltas sucessivas. Em conseqüência, o capitão não conseguiu mais articular as jogadas, passando só a reclamar até receber o cartão amarelo.
Dos 30’ até o final do 1º tempo, praticamente só o Vasco teve as chances de marcar e aos 42’, em gritante falha defensiva, Ygor faz um verdadeiro passe para o vascaíno Marlone, que entra tabelando à vontade com André no meio da zaga, este só teve o trabalho de desviar de Muriel à 2º gol do Vasco.
No final do 1º tempo D’Ale teve chance numa falta cobrada, encontrando grande defesa de Diogo Silva. Por parte do INTER, salvo algumas jogadas do D’Alessandro e Jorge Henrique, nenhum destaque a fazer. A entrada dos garotos Otávio e Caio deu movimentação na frente, mas sem maior efetividade.
2º Tempo: Entra Forlán no lugar de Otávio, que não fazia boa partida.
Aos 8’, em boa jogada de Forlán para Kleber e este para Jorge Henrique, que bate de fora da área, e lá estava o goleiro Diogo Silva para salvar. Depois o INTER não mais se encontrou na partida. Os laterais sem recuperação passaram a ser envolvidos. Na zaga, Índio embora toda a categoria que ainda ostenta, está em final de carreira, sem vigor e velocidade, comprometendo no 1º e 3º gol.
O Vasco, encontrando presa fácil pela frente, passou a dominar inteiramente a partida. Via-se um INTER perturbado, desorganizado e sem atitude. O meio de campo era envolvido facilmente. E a defesa pedindo para levar o 3º.
Neste cenário, aos 13’, André deixa Índio no caminho e mesmo sem ângulo quase faz o gol. E nos minutos seguintes continuou só dando Vasco.
Aos 16’, substituição providencial pelo lado vascaíno: sai Edmilson e entra Willie.
As coisas estavam tão toscas para o nosso lado, que D’Alessandro, na tentativa de cruzamento, chuta nas costas do próprio companheiro (Kleber) e Juan perde a cabeça e derruba infantilmente Willie. Cartão amarelo.
Aos 23’, em ato de desespero Dunga retirou o volante Ygor para a entrada de Damião, que parece ter desistido de jogar, para não dizer estar apanhando da bola. Nos últimos jogos fez apenas um gol (Atlético Paranaense), mas contra. Em todo o Brasileiro (25 partidas), somente 3 (três). Esse centroavante não serve mais. Saudades daquele Leandro Damião de 2011, que fazia gols a torto e direito.
Com a retirada do volante Ygor, o jogo ficou mais aberto, a mercê do adversário. Nosso meio de campo era envolvido facilmente. O INTER não conseguia concatenar nenhuma jogada e os contra-ataques vascaínos eram perigosos. Como estávamos mal! Era sintomático que o adversário faria mais gols.
Aos 26’, sai Juninho para entrada de Sandro Silva pelo lado vascaíno.
Aos 27’, o técnico Dunga parecendo perdido, inverte o que fizera pouco tempo antes, agora substitui um atacante (Caio) por um volante (Airton).
Aos 29’, Cris dá um balão para o campo colorado e Índio salta com um atacante, erra a cabeçada, ficando a ver navios. A bola sobra para Willie que desloca de Muriel e faz o à 3º gol do Vasco.
Antes de terminar a partida, surgem três chances de gol para o colorado, todas desperdiçadas por Forlán, sendo duas na cara do goleiro Diogo Silva (36’ e 42’). Incrível como esse INTER perde gols feitos. Ao que tudo indica, fruto de puro nervosismo e afobação ou da desarticulação geral do time.
Partida segue até os 49’ e fim de jogo.
Nada mais a acrescentar, ficando um sentimento de pura frustração.
Perder é do jogo, mas jogar a bolinha que estamos jogando, é demais!
As rádios dão como certa a queda de Dunga.
Até a edição deste comentário, ainda estava no cargo.
Oremos!
Tristes Saudações Coloradas
Heleno Costi
Melo,
A desarrumação era tamanha, que me fez lembrar o “Samba do Crioulo Doido”.
Esses dirigentes misturaram tudo, a ponto de incluir no pacote de dispensas, aquele que é tido como o melhor preparador físico do País. Corroborando tua preocupação manifestada no facebook, também não entendi a saída do nosso grande homenageado – Paulo Paixão.
Ah o Ipsen Pinheiro seria uma grande tacada. O homem entende de futebol como poucos. Pelo que me consta, não faz parte desse grupo que está no poder, muito embora recorde que o Luigi tenha sido um dos que mostrou interesse para seu ingresso na Presidência do Conselho Deliberativo (ao menos foi o que me pareceu).
SC
Ione,
Pelo visto, o BAC passa a contar com nova colaboradora.
Somente li teu comentário, hoje 2ª feira.
É verdade, depois de tantos contratempos, péssimos jogos e resultados, que culminou com a triste jornada de 5ª contra o Vasco, a vitória de ontem contra o FLU deu algum alento, embora entenda que seja tardia para alguma pretensão no corrente ano.
Porém, sempre fica uma tênue esperança.
SC
Alô você Heleno!
É duro de admitir, mas não é possível que um dirigente de futebol possa cometer tantos desatinos, equívocos que acabem resultando euménide uma confusão tal que seja absolutamente impossível diagnosticar com precisão o que realmente acontece. No campo nosso treinador (hoje, ex), perdeu a convicção , o rumo e a confiança e isso se transmitiu para o grupo. Fora , dirigentes sem experiência apesar de boa vontade não dão o respaldo necessário? De há muito defendo a “escola de dirigentes”, isso é uma coisa a longo e médio prazo. agora é hora de Ibsen Pinheiro. ele está ali. É emergencial, É só. Chamar e literalmente entregar o futebol pra ele. Ah esqueci, ele não é do partido, digo, grupo. Maldita política!
Aquidaban,
Conforme escrevi há pouco no post apresentado pelo Evandro sobre o desempenho até a 25ª rodada, entendo que o próprio Dunga acabou cavando sua cova. É claro que não dá para isentar a Direção, especialmente os assessores que não souberam montar um time adequado para o treinador.
Quanto ao restante do Campeonato, ainda daria para dar uma virada e chegar no G4, pois só depende do INTER. É só pontuar bastante (bota bastante nisso!) nos 13 jogos que faltam. Mas para tanto, precisa de comando e mobilização. Um Abelão, que julgo mais motivador que treinador, poderia dar a sacudida necessária.
Há ainda a possibilidade da Copa do Brasil. Veja bem, faltam somente 5 (cinco) jogos para conquistá-la. Neste caso considerando que sempre irá em frente. O grande problema, porém, é passar pelo Atlético lá em Curitiba. Difícil? Sim, mas dá!
Abraço
Heleno, você está certo, vi o mesmo jogo que você e, depois de uma noite mal dormida, depois de “aguentar” muita gozação, ficou uma certeza, de que nunca estivemos tão mal. Mal na direção, mal no comando técnico e mal dentro de campo. Como qualquer outro torcedor me sinto frustrado e traído pelos sonhos alimentados por essa direção e por ter acreditado tanto nessa comissão técnica. Não sei o que houve, mas em um determinado momento, fica a impressão que todo o pessoal envolvido como futebol “encheu o saco” e desistiu. Ninguém pode dizer ou colocar em dúvida que faltou dedicação, qualidade e trabalho durante o período de seus serviços ao clube. O que falou foi acertar e acertar era e é o principal em um clube como o nosso Internacional. Infelizmente, não acertaram e as razões reais existem. Nunca fui partidário de “terra arrasada”, mas o trabalho de reconstrução vai ser “duro”, mas é importante que se analise o que aconteceu novamente, pois não é a primeira vez. Sinceramente, não pertenço a grupo político algum, nem sou admirador de algum grupo dentro do nosso Internacional, sou só Internacional, Sou Colorado de coração e alma, e penso que os maiores responsáveis pelo novo fracasso, mais uma vez, são os atuais dirigentes do clube, pois era e é deles a responsabilidade de dirigir, com a capacidade administrativa necessária, os destinos do clube. A omissão, as “desculpas esfarrapadas” e a enrolação em várias oportunidades criaram o caos e esse lamentável momento no clube. No mínimo, que cada um dos envolvidos, dentro e fora do campo, antes de criticar ou tecer falsos elogios, procure se olhar no espelho e tente enxergar onde falhou. Queira que o Patrão lá de cima nos ajude, nos proteja e permita uma recuperação digna ainda em 2013, pois agora é hora de juntarmos os “cacos”, ajudarmos na reconstrução e defendermos nosso Internacional, como nunca.
É muito triste, Heleno, ver nosso INTER tão desmoralizado. Uma frase dita pelo jogador André, centroavante do Vasco, no intervalo do jogo me atingiu profundamente e resume esse INTER de Dunga: “Temos que ganhar hoje, não podemos deixar passar essa oportunidade”, disse André. Ou seja, o adversário é o INTER, que vem perdendo todos os jogos… Nós torcedores, que sempre nos orgulhamos do INTER que impunha respeito e até medo aos seus adversários, nos últimos tempos temos sido humilhados, todos nos chutando como a um cachorro morto. Para mim, não há somente um culpado, mas vários fatores, e isso pode ser constatado facilmente aqui no Blog, quando aumentei o tom das críticas ao Dunga, mas sem isentar a diretoria e certos jogadores, o que também fizeram outros colorados. Porém, o principal culpado penso ter sido o Dunga, agora demitido. Deus queira que o novo treinador, seja interino ou permanente, consiga arrumar a casa para disputarmos o que resta do campeonato com dignidade. E quem sabe possamos alcançar algo maior. Sonhar ainda não é proibido. SC
Heleno,
Melhor descrição da triste atuação do INTER que, aliás, está se tornando rotina, seria impossível… Parabéns pela maneira lúcida com que escreves!
Em Tempo: Em cada gol foi colocada uma seta indicativa, mas na inserção do comentário, saiu convertida como: à.