“Gre-Nal é Gre-Nal, e vice-versa”

Hoje, o Rio Grande vive um momento diferenciado com o maior clássico do sul, e umas das maiores rivalidades do futebol. Clássico com mais de um século de história. Mais de um século de jogos pegados, jogos que deixam o estado todo em alerta, com foguetes e cornetas a postos, e muita, mas muita discussão em cada esquina de qualquer cidade onde estiver  colorados e gremistas.

No geral o Gre-Nal é um jogo feio, de muita marcação, poucos gols e invariavelmente deixa quase metade do estado de mal humor no dia seguinte. O Gre-Nal tem efeito arrasador no time que perde, mas também costuma recuperar o time que anda pior, e ganha o clássico. O Gre-Nal tem pancadaria, mas também tem muita magia. A mesma torcida que vê um jogo feio, também grandes jogadores, vê banheiros incendiados, e muita briga na rua. O Gre-Nal é intenso, é vida, é colorido. Em nenhum outro momento os ânimos ficam tão alterados para tanta gente ao mesmo tempo na terra de maragatos e chimangos.

Espero nada de novo no GreNal de hoje

É claro que o mundo todo é recheado de rivalidades. Cada estado, cidade tem seus times que se degladiam em uma disputa sem fim. Aí dois fatores tornam o clássico dos pampas um pouco mais evidente: O primeiro é a polarização em apenas dois clubes. Que excluem outras rivalidades mais diluídas. E o segundo é a importância dos clubes, naturalmente traduzida em títulos, porque é assim que se mede futebol. Não de outra forma. Só com títulos.

Em recente pesquisa, entre as maiores rivalidades do mundo apareceram times da Escócia, Egito, Turquia, Marrocos, Sérvia, enfim. Times sem expressão internacional, sem querer tirar seus méritos, mas nada de muitos títulos importantes. Na lista também tem Boca e River, uma grande rivalidade também. Mesmo assim a supremacia do Boca tem sido tão grande, que o equilíbrio não permite mais tanta rivalidade. Basta caminhar pelas ruas de Buenos Aires para ver isso. Já no Gre-Nal, não há duvidas. É amor, é ódio. O primeiro time de um colorado é o Inter. O segundo é a derrota do time azul, seja contra quem for. E não há um terceiro. Jamais haverá um terceiro time. O inverso naturalmente é verdadeiro, e por isso o Gre-Nal é Gre-Nal.

Tudo com muito equilíbrio. Até mesmo as vitórias coloradas a mais: equilíbrio em torno do número 20. Dois times de nível internacional. Dois times temidos e respeitados em qualquer cenário. E isso tudo, de uma cidade fora do eixo  Rio-São Paulo. Sem patrocínios milionários e sem apoio incondicional da imprensa nacional. Assim são esses dois co-irmãos, que ficam no sobe e desce de uma equilibrada gangorra, deixando as cornetas e bandeiras de lado a lado sempre alerta, nesse clássico que ninguém sabe o que vai acontecer. Afinal de contas, “Gre-Nal é Gre-Nal, e vice-versa” (By Jardel).

Beijocas…

Simone Bonfante – Criciúma/SANTA CATARINA
Inter: no campeonato das paixões és líder invicto e isolado!

4 thoughts on ““Gre-Nal é Gre-Nal, e vice-versa”

  1. A supremacia Colorada é esmagadora! Isso não é mais paternidade, pois os mais de 65 anos liderando os números positivos no confronto contra o co-irmão nos transformaram em avós deles! Portanto, a paterrnidade precisa ser substituída pelo neologismo AVORNIDADE! Gre-Nal era Gre-Nal… @_nikoduarte

  2. Alô você Simone!
    O enfoque é perfeito, quanto mais não seja pelo estabelecimento da relação de comparação com os maiores clássicos do mundo. Se é verdade que talvez esteja seguramente incluída entre asa maiores do mundo da bola não é menos verdade que em termos de números entre ambos a paridade deixou de existir desde 1945 quanto abrimos uma frente que hoje se apresenta com seis títulos gaúchos a mais evidenciados por um placar de 42 x 36 em campeonatos, 149 x 125 em número de vitórias em clássicos e por fim 563 x 524 em número de gols marcados. Não há dúvidas de que aquele que foi um um dia nosso grande adversário, hoje não passa de “NOSSO CLIENTE PREFERENCIAL!”

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