Clássico Fernandão

Ele permanece vivo em nossas memórias | Foto: Reprodução/Sportv

Tentei adiar, tentei não me pronunciar sobre. Quando recebi a notícia da morte de Fernandão, meu mundo caiu. Escrevi muitas linhas sem sentido e resolvi me silenciar perante a essa dor. Assisti a todas as homenagens com o coração chorando, mas nunca encontrei palavras para descrever o que sentia. No jogo entre Goiás e INTER eu sabia que tinha que falar, dizer ao menos que eu “sentia muito” – como os que não sentem dizem. Só que eu não sinto esse “sinto muito” de quem não sente nada, eu sinto um vazio que não será tão cedo preenchido. Sinto que minha vida perdeu um pouco do brilho. Tinha certeza que em algum dia eu abraçaria Fernandão e o agradeceria por tudo que fez pelo Inter, pelos colorados e por mim. Mas esse sonho se foi com ele para o céu e aqui permaneço silenciada pela perda que inexplicável se tornou.

Jogadores como Fernandão fazem o futebol valer a pena. Ele era um cara que representava os torcedores fanáticos que beijam o escudo e rezam ave-maria na hora do pênalti. Ele transpôs a força das arquibancadas para o campo, transformou o grito dos torcedores em garra para vencer. Ele foi o capitão que elevou o nome do Sport Club Internacional para o topo do mundo. Nós perdemos o capitão que enalteceu o orgulho que se vive quando se torce para o colorado.

Bom, o jogo, que agora se tornou um clássico simbólico por conta da idolatria de Fernandão nos dois clubes, foi muito movimentado. A posse de bola era maior do lado colorado, mas o Goiás marcava de forma contundente, deixando poucos espaços para uma passe caprichado do INTER . Tanto que no primeiro tempo, o campeão de tudo pouco finalizou. O lado direito da defesa do Inter, mais uma vez, foi onde o adversário achou seu jogo.

Na segunda etapa, Dida assistiu à partida em posição privilegiada – mal trabalhou e viu o colorado pressionar o esmeraldino em busca da vitória. E ela veio com um gol contra, mas após infinitas finalizações que deixaram o INTER melhor no jogo com a participação ativa de D’alessandro, Aránguiz e Alex. Ernando foi o destaque por anular as chegadas do Goiás com precisão.

Não consigo mais olhar a camisa nove de outra forma. Nem se Nilmar voltasse a usá-la no colorado. Para mim, ela é de Fernandão, carrega a história e a garra dele.

Peço desculpas, não encontro as palavras certas para fingir que sei lidar com a morte. De fato Fernando Lúcio da Costa levou com ele uma parte de mim. Desejo que o INTER continue honrando o nome do maior camisa nove de nossa história – que as homenagens não cessem. E que os gremistas que cantaram infâmias no último grenal, morram de vergonha.

E o INTER dorme hoje como líder. Líder como era Fernandão.

Jéssica Loures

3 thoughts on “Clássico Fernandão

  1. Alô Você Jessica!
    F9 definitivamente saiu do nosso convívio para entrar para a galeria dos “eternos”. Quanto ao jogo , sintetizo utilizando uma máxima do famoso ” Barão do Itararé ” : Truvisca no fedor que o beque faz contra”.
    Coloradamente.
    Paulo Melo

  2. A to4rcida colorada vem reclamando muito do time, Jéssica. Só ve defeitos e credita a vice liderança do Inter a uma boa fase de sorte. Mas por favor, não pode um time de futebol ganhar 5 partidas segidas, no campeonato brasileiro, apenas na sorte. Tem a competência da defesa que melhorou consideravelmente. Tem os cruzamentos de Fabrício que melhoraram e começaram a produzir efeito. (A bola só entra no gol se ela chegar alí na frente de algum jeito) E tem o fato de Abel entender, ao que parece, que com um volante não vamos até a esquina. Com dois melhoramos muito, principalmente se for Aranguiz, as vezes escapando lá pra frente. Contra o São Paulo teremos um termometro.Se vencermos, não tenho mais duvida sobre o G4.Para o título falta um atacante (diferente de centroavante como Moura) com velocidade….Você disse bem.O Inter dominou o Goiás, e as chances criadas de alguma forma não se tornaram gols, mas nos levaram para a vitoria!

  3. Bom dia, Jéssica. Feliz em conhecer jovem amante de um dos maiores clubes do País. Clube que sempre que foi chamado, soube representar muito bem o Brasil, conforme se verifica em sua História. E não é a toa que o Celeiro sempre oferece seus Ases para nossa alegria, essa que te invadiu e que conhecemos de há muito tempo. E enorme também foi a tristeza, do tamanho do Colosso da Beira Rio pela precoce perda do nosso maior ídolo do maior feito rubro. Foi-se o Homem, mas fica o Exemplo. E nós, ao longo dos tempos, para vivificá-lo a todo o momento. Assim, menina Jéssica, temos mais para comemorar, até mesmo a perda, semelhante a Grandes na História da Humanidade que foram guindados às hostes celestes em carruagens de fogo como Elias… E assim sendo, temos mais a comemorar, mais uma vitória, mais um degrau da longa escada do Campeonato Brasileiro. Vamos acreditando sempre. Parabéns pela coluna. Grande abraço.

Deixe um comentário para Paulo Melo. Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.