Eu acredito no “Cholo” (há oito anos atrás)

BAC

Um Blog que tem memória

CONFORME NOSSA PROPOSTA, seguimos publicando a seção ” há oito anos atrás”.

Vamos republicar nas terças-feiras e nos domingos durante os meses de janeiro e fevereiro as  postagens  publicadas naquele período.  

Guiñazu chegou para defender o Inter em 2007 como um jogador praticamente desconhecido da torcida e da imprensa local. Era apenas um volante que havia enfrentado o time Colorado pela Taça Libertadores de 2006, pelas semifinais da competição, quando defendera o Libertad, do Paraguai. Se daria certo, se supriria as necessidades do time alvirrubro, tudo era uma incógnita.

Com o passar do tempo e, principalmente, dos jogos, “El Cholo” foi adquirindo a confiança e a admiração da torcida. Passou a mostrar seu futebol, cheio de raça e competência. A cada grande desarme, a vibração da massa nas arquibancadas do Beira Rio. Os comentários mais recorrentes entre os torcedores nas arquibancadas em dias de jogos eram “esse cara joga muito!”, ou “ver o Guina jogar já paga o ingresso!”.

A torcida, que havia ficado carente de um novo ídolo (após a saída de Fernandão, lamentada até hoje por muitos, e com o desejo de que voltasse para defender o time no novo embate para a conquista do Bi da América), finalmente ia encontrando seu substituto. Até seu corte de cabelo, no estilo “moicano”, foi tomando conta das cabeças de jovens meninos Colorados. No início de 2009, ganhou a braçadeira de capitão, em mais uma prova da confiança e admiração de todos por ele no Beira Rio.

O ápice do sucesso aconteceu no fim do ano passado, quando recebeu o prêmio Bola de Prata, por ter sido eleito o melhor da sua posição de volante no campeonato brasileiro. Ao agradecer a distinção, lembrou da família, dos companheiros de time e do INTER.

Ora, tudo se encaminhava para mais um ano de glórias e eterna lua-de-mel do argentino junto ao clube Colorado, em especial por 2010 ser um ano em que as esperanças Coloradas de voltar a conquistar a América se renovaram. Até que, um pouco antes do Natal, noticiou-se que Guina havia assinado uma procuração autorizando um empresário a negociá-lo com o São Paulo, time adversário do Inter na Copa Libertadores, e sempre um rival em disputas por grandes títulos. Houve muitos mal entendidos desde então, inclusive com afirmações de que sua transferência estava praticamente acertada. Guina não quis se pronunciar a respeito, e a diretoria Colorada afirma que não há mudanças, que a permanência do ídolo é a única certeza.

O saldo de todo o ocorrido até o momento são corações partidos: torcedores que se dizem profundamente decepcionados com o ídolo; outros, dizem não se importar, acreditam que um substituto à altura será encontrado, ou que Guina nem fará tanta falta assim…

A verdade é que nós, torcedores apaixonados, sempre acreditamos no “amor à camiseta”, achamos que um jogador como “El Cholo”, que chega como um desconhecido e passa a ídolo de uma grande nação e uns dos destaques do país do futebol, vai ser eternamente agradecido, tendo o desejo de continuar defendendo as cores do clube que o projetou, e mantendo-se fiel a ele, pelo menos dentro do país onde joga.

Na minha opinião, a única maneira de solucionar o problema criado está dentro das quatro linhas: Guina, se confirmar a permanência no nosso amado clube, terá de reconquistar os torcedores que se desiludiram com o guerreiro argentino através do futebol que mostrou desde que chegou. Terá de mostrar que continua “dando o sangue” pelo Colorado, correndo com energia inacabável pelo gramado, xingando o adversário, enfim, agindo como se nada tivesse tirado seu foco do Beira Rio.

Eu acredito no “Cholo”. E vocês, o que acham que acontecerá?

9 thoughts on “Eu acredito no “Cholo” (há oito anos atrás)

  1. E hoje pra variar CU RINTHIA na copinha, as duas tvs que estão passando irão passar os paulistas e os cariocas, que faaaase, se alguém aqui souber de algum canal que irá passar o jogo do internacional na copinha hoje informe por favor.

  2. Muito legal lembrar Guiñazu, que não era uma Brastemp em termos de técnica, mas era em termos de doação e raça. Ah se tivéssemos Guina e D’Ale no ano que passou – muito bunda de saúva que lá estiveram teriam sido expelidos.

    Notícias muito boas na terça feira – Marquinhos no Sport e Alex com contrato rescindido. Obrigado Alex por 2006, 2007, 2008 e 2009. Agora esperançoso para ver Ariel, Alan Costa, Gefferson, e outros partindo. Vamo, Vamo Inter….

  3. Silvia, concordo plenamente com as colocações no teu texto e respectivos comentários. Não tenho a menor sombra de dúvidas que o Guiñazu continuará atuando da mesma forma aguerrida que demonstrou desde a sua chegada.

    A corneta contra o seu próprio time é uma das ferramentas mais improdutivas no meio futebolístico. A idéia de que o torcedor tem direito de criticar e vaiar invariavelmente e sem subsídios adequados só traz instabilidade à equipe. Acredito que esse blog pode ser usado de maneira muito mais efetiva para demonstrar um desalinhamento de idéias com a diretoria ou comissão técnica.

    Ao mesmo tempo, neste caso específico a atitude do Guiñazu demonstra uma certa preocupação com possíveis desdobramentos e comportamento da direção no futuro. O passado recente mostra que o desligamento de jogadores fundamentais na história do clube nem sempre é feito com dignidade. E o fato do Guiñazu ter deixado uma procuração para um profissional cuidar dos seus interesses reflete isso.

    Se existe alguma atitude colorada que faz com que eu não me orgulhe em nada foi o tratamento dado a jogadores como Iarley, Fernandão e até mesmo o Gabirú. Faltou maturidade (ou talvez um pouco mais de profissionalismo) por parte da direção. Objetivamente, eu concordo que os serviços destes jogadores já não faziam mais tanta diferença para o grupo colorado quanto anteriormente. Entretanto, eles também foram responsáveis pela maior conquista do clube e mereciam certa consideração.

    Espero que daqui pra frente, um tratamento digno como o que está sendo dado ao Clemer seja a regra. Não quero que o clube vire cabide de empregos, mas que profissionais que deram o sangue pelo time não sejam descartados como produto com prazo validade vencido mas sim recolocados dignamente no mercado. E para isso, mais é preciso planejamento, o que esta direção já mostrou totais condições de em passar do papel para a execução.

    Grande abraço de AUSTIN, TEXAS
    Francisco Johnson
    Cônsul do SPORT CLUB INTERNACIONAL

  4. É impressionante como as pessoas esquecem os acontecimentos passados. Até hoje, quando falamos de das saídas do Sóbis, do Fernandão, do Iarley, muitos esquecem que estes jogadores já estavam sendo questionados por muitos torcedores. Quem nunca ouviu vaias para estes 3 grandes jogadores, que deram o sangue pelo Inter, que foram vencedores com o nosso manto sagrado? Pois muitos destes corneteiros de plantão, ao ouvirem da venda destes grandes jogadores, mudaram de opinião e passaram a criticar a Diretoria. Pois agora aconteceu o contrário. O jogador, que é profissional, recebeu, pela segunda vez, uma proposta muito vantajosa que o sacudiu. A Diretoria “fincou pé”e não o liberou. Ele aceitou, pois tem contrato firmado,e está treinando como sempre treinou. Na sexta-feira, para quem não sabe, o Guiña desmaiou ao chegar ao hotel. Sintomas: desidratação. Portanto, ele continua dando o sangue (no caso seu suor, seu sacrifício, sua entrega total). E continuará a ser o nosso EL CHOLO, Capitão do INTERNACIONAL. Eu acredito nele e no seu futebol, na sua garra. Quem o vaia, ou é azenhista infiltrado ou é um baita ingrato.

  5. Acredite Silvia, sábado em Bento vi gente xingando o Guina na saída do treino, o chamando de metido e palhaço. Acho que a imagem dele ficou abalada perante alguns torcedores, entretanto ninguém procura entender o lado do jogador, o pq ele resolveu fazer aquilo. Além do mais, tenho certeza que ele dará a volta por cima e saberá calar a boca dos críticos de plantão, demonstrando garra e empenho como sempre fez.

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