Bandidos. Marginais. Não os chame de torcedores. Não confunda. Não erre.

No último dia 29, estréia do Inter em Veranópolis pelo Gauchão 2017 – a busca do hepta – os amantes do colorado foram “agraciados” com uma demonstração de violência gratuita dentro de um estádio. A Brigada Militar de Veranópolis deteve 46 torcedores após a briga na arquibancada do estádio. Eles foram identificados e liberados após assinar Termo Circunstanciado de Ocorrência. Os baderneiros, segundo consta, seriam ligados às torcidas do Inter. O chefe da operação da BM no estádio destacou ainda que objetos (pedras e pedaços de paus) usa dos na briga foram apreendidos com eles.

Segundo o colunista de ZH, Luiz Zini Pires: “Bandidos. Marginais. Não os chame de torcedores. Não confunda. Não erre. Quem brigou nas arquibancadas do Estádio Antônio David Farina, em Veranópolis, neste domingo de verão, não pode ser classificado como fã de futebol ou colorados de verdade” E eu concordo com ele.

A briga na arquibancada causou a paralisação por 17 minutos da partida durante o primeiro tempo. Ainda na noite deste domingo, o Inter anunciou por meio de nota oficial a suspensão das torcidas organizadas envolvidas na briga.  Muito embora essa decisão tenha sido alvo de várias críticas, eu concordo integralmente com a sua lógica.

É essencial para o desenvolvimento do futebol brasileiro que se resolva esse problema que vem prejudicando o esporte mais praticado no Brasil e afastando as famílias dos estádios de futebol. Aliás, é bom que se diga que a briga entre torcidas não é exclusividade desta modalidade esportiva. No passado já vimos confusões envolvendo torcedores de outros esportes, tais como basquete, vôlei e até no MMA. Como consequência dessas brigas, jornalistas e palpiteiros de plantão sempre procuram encontrar uma solução para o problema, não sem antes criticar as autoridades e instituições responsáveis pela segurança pública.

Não podemos perder de vista, todavia, o fato de que vivemos em um Estado Democrático de Direito, onde as leis devem sem respeitadas pelo povo, mas também pelo próprio Estado. Se a lei é boa ou ruim é outra discussão, cabendo às autoridades.

O que não se pode é imputar às polícias e ao Poder Judiciário a impunidade dos brigões, Apenas de maneira a imaginar um desdobramento penal para o caso, ouso sugerir a criação de um novo tipo penal incriminador a ser inserido no Código Penal para punir adequadamente este tipo de delito. Tendo em vista que o caso se assemelha com o crime de rixa, o novo delito poderia figurar no artigo 137-A, nos seguintes termos:

Art. 137-A. Participar de briga generalizada em decorrência de eventos esportivos, dentro ou fora de estádios, ginásios ou outros locais utilizados na prática esportiva. Pena – Reclusão, de dois a quatro anos.

Em se concretizando esta inovação legislativa seria punida a conduta daquele que simplesmente tomasse parte em uma briga relacionada com eventos esportivos, ainda que fora de estádios, ginásios ou outros locais utilizados na prática esportiva. Assim, qualquer pessoa que fosse identificada participando de uma briga (46 idiotas no caso), poderia responder pelo crime sugerido, independentemente da individualização de suas condutas.

Tendo em vista que o preceito secundário do crime em questão determina uma pena máxima de até quatro anos de prisão, seria possível a prisão em flagrante dos seus autores, ficando ressalvada, todavia, a possibilidade de concessão de liberdade provisória mediante fiança (bem alta) em benefício dos presos. Outro ponto importante é o fato do tipo penal punir as brigas ocorridas fora dos estádios, haja vista que os confrontos entre torcidas nas ruas também são muito comuns.

Creio que medidas pesadas contra esses idiotas seria mais justo, afinal, agredir aqueles que são responsáveis pela manutenção da segurança e da paz pública e o torcedor que vai ao estádio apenas para torcer pelo seu time denota um total menosprezo pelos valores sociais e legais.

A solução para conter a violência nos estádios passa, necessariamente, por uma mudança legislativa. São diversas as situações em que a solução para os mais diversos problemas que afligem a sociedade poderia ser alcançada com a simples aplicação das leis já vigentes. Entendo que problemas específicos exigem legislações específicas e compatíveis com a gravidade de cada situação. É o que os amantes do futebol esperam dos nossos representantes legislativos, mas, infelizmente, eles estão mais preocupados em salvar a própria pele.

Beijocas…

Simone Bonfante – Criciúma/SANTA CATARINA

Inter: no campeonato das paixões és líder invicto e isolado!

8 thoughts on “Bandidos. Marginais. Não os chame de torcedores. Não confunda. Não erre.

  1. CULPA ÚNICA E EXCLUSIVA DOS CLUBES QUE SUSTENTAM ESSE VAGABUNDOS. Enquanto o sócio torcedor que move o clube financeiramente pagando mensalidade todo o mes e inclusive pagando o a mais pra assitir os jogos, ESSES VAGABUNDOS RECEBEM, TRANSPORTE, INGRESSO, PARA IR BAGUNÇAR???? Quer dizer, o ARTISTA TEM QUE PAGAR A PLATEIA PARA IR ASSISTÍ-LO ??? Se a moda pega, vai ter artistas pedindo esmolas nas esquinas kkkkkkkkkkkkk Mas sério, será que um clube com mais de cem mil sócios como o clube propaga aso quatro cantos do mundo precisa pagar para um bando de maconheiros (desculpe-me os fumadores) ir denigrir a imagem do clube ???? TÁ TUDO ERRADO, DESDE DENTRO DO CAMPO ATÉ NAS ARQUIBANCADAS, Sr Presidente chega de pagar esses caras, QUEM REALMENTE É COLORADO vai ao estádio e paga pra entrar, vai elitizar??? AZAR.

  2. Buenas

    Lamentável !! … É por causa destes marginais que as famílias se afastam das arquibancadas de um estádio de futebol.
    E o pior .. esses marginais conseguem denegrir a imagem do clube .. pois todos os veículos de comunicação mostram as imagens e/ou falam sobre o incidente lamentável.
    A torcida do Inter é muito maior do que esse bando de marginais … Vamos mostrar na arquibancada incentivando .. cantando .. torcendo pelo nosso Inter que a nossa torcida é muito maior e melhor do que foi visto no último domingo !!

    Saudações

  3. Alô você Simone!
    Em dezembro portaria ocasião de nosso evento, entregamos a FFC (Força Feminina Colorada) o troféu Arquibancada Colorada, por ser exemplo de fidelidade e comportamento. Quando a direção toma essa medida simplista está punindo quem nada fez para
    merece-la. Porque?
    Coloradamente,
    Melo

  4. Iniciamos a trajetória de tentativa para retornar à primeira divisão do futebol brasileiro domingo passado e meia dúzia de energúmenos, não satisfeitos com a sua limitação cerebral e reflexos comparáveis à antepassados na pré-história, estragaram aquele que poderia ser o passo inicial nesta dolorosa caminhada.

    Quem jogou bola ou joga, sabe disto. Você aquece, coloca a musculatura em ponto de bala, revisa o emocional se está tudo em ordem para iniciar a contenda e começa o jogo. Se passados 10,15 minutos há uma parada de mais de 10minutos, você trava, tanto físicamente quanto emocionalmente. Nunca mais será a disposição de quando saiu do vestiário e entrou no gramado para jogar. Porque?

    Somos máquinas. Um conjunto de fibras, estímulos nervosos, percepções e disposição que precisam estar em ponto de bala para uma disputa onde há milhões em jogo ( integridade física de jogadores, torcedores, investimentos de patrocinadores e uma competição à nível estadual, que coloca em jogo o prestígio da nossa agremiação, na busca do Hepta)e que ao menor desvio do que foi planejado e exaustivamente explanado nas reuniões com os jogadores, se esvai no ralo da desatenção e desmobilização.

    Foi exatamente isso que aconteceu. Meia dúzia causaram um prejuízo enorme ao clube. Os jogadores ficaram pasmos com o que viam e D’Ale ainda tentou contemporizar, mas também foi agredido verbalmente. Resultado: o Veranópolis dominou as ações no primeiro tempo e quase virou no intervalo ganhando, não fosse o nosso excelente goleiro ter feito 2 grandes defesas. Só recuperamos para o jogo no emocional e no físico depois do intervalo quando igualamos as ações.

    Simone cita a punição legal para estes idiotas que estragaram o trabalho de reconstrução do Inter no cenário gaúcho e nacional, 4 anos. Eu penso ser pouco. O agressor se vale da fiança e sai pela porta da frente dando risada, enquanto que o clube amarga um empate que poderia ter sido uma boa vitória fora de casa contra um dos melhores times do interior do estado. Simples assim. Agora, se tiver dez anos de encarceramento com trabalhos forçados, pegando na enxada todo dia, estes vagabundos irão pensar três vezes antes de cometerem o desatino que fizeram. E dê-lhe bom comportamento.
    Grande abraço

  5. Simone, desculpe discordar em alguns pontos. Leis apropriadas existem, em ambiente público ou privado, pois agressão, apedrejamento, destruição de patrimônio e outras situações de violência, tem tratamento igual em qualquer lugar. O que está faltando é exigir o devido cumprimento das mesmas e punir conforme previsto a quem desrespeitá-las. Sinceramente, de coração aberto, sem misturar “alhos com bugalhos”, futebol com política, mas essas demonstrações de desrespeito à ordem e à civilidade se observa hoje em todas as áreas da vida brasileira. O futebol, ao meu ver, é só uma dessas áreas. Se observarmos o passado, esses atos de violência vem se repetindo e suas causas não são devidamente tratados, apesar de difícil (mas não impossível) solução, por serem grande reflexo da realidade brasileira. No futebol, acabar definitivamente a existência de torcidas organizadas me parece a melhor solução e de implantação imediata, pois devolveria a real democracia e igualdade a todos os torcedores. Esse negócio de juntar torcedores para ir ao jogo é muito bom quando se trata de amigos e que ao chegarem ao estádio perdem totalmente suas identidades próprias e passam, simplesmente a ser torcedores de uma só e mesma torcida. Esse custo com torcidas organizadas poderia ser muito melhor utilizado, proporcionando a felicidade de gente de baixa renda pudesse ter a oportunidade de ir ao estádio e ver seu time do coração jogar.

  6. Simone, perfeito. Infelizmente a legislação atual protege estes marginais por aquilo que acontece dentro do estádio e coloca tudo na conta dos clubes, afinal é um evento considerado privado. Portanto, é preciso uma mudança na legislação. Mas, porém, contudo, todavia, os clubes podem ajudar começando por acabar com esta relação promíscua com estes marginais porque sabemos são subsidiados pelos os clubes ou alguém acha que esta cambada de vagabundos viaja com dinheiro deles? Os clubes financiam isso direta ou indiretamente, por isso, o Presidente MM tem que fazer o que o Paulo Nobre fez quando Presidente do Palmeiras. Acabou com a folia. Por isso, o estádio do Palmeiras hoje leva grandes públicos, entre eles famílias inteiras.

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