Bons tempos eram aqueles, disputávamos grandes competições, fomos campeão do 40º Campeonato Gaúcho, não estávamos na nossa melhor fase, porém, um ano antes conquistamos nossa segunda Libertadores da América, era uma época que nos importávamos em ter grandes jogadores no elenco, diferente de hoje, onde qualquer um veste a camisa colorada e “tudo bem”. Não tínhamos a melhor zaga da história, mas tínhamos Índio, Bolivar, Rodrigo Moledo, Sorondo. Nossos laterais eram Nei e o excelente Kleber, no meio tínhamos Guiñazu, Tinga, Oscar, D’Alessandro, Andrezinho. No ataque Sasha surgia, Ricardo Goulart também, tínhamos o Jô, em fase irregular é verdade, mas era o Jô, não qualquer um, como muito aconteceu entre 2015 e 2016 e muitas vezes (e ainda) em 2017.
Mas talvez ninguém tenha se destacada tanto naquele ano como um tal de Leandro Damião, artilheiro do Inter no Brasileirão com 14 gols e um total de 40 gols na temporada (39 pelo Inter e 1 pela seleção brasileira). E foi em 11 de setembro daquele ano, pela 23ª rodada, que o atacante colorado marcou seu primeiro Hat-Trick pelo Internacional, calando um Pacaembu lotado. O Inter que empatou com a equipe de Luiz Felipe Scolari no primeiro turno, dava o troco fora de casa, com 3 gols do artilheiro Leandro Damião (veja o vídeo abaixo), sendo o último um verdadeiro golaço.
Hoje temos Damião de volta ao Internacional, mas a tradição de termos grandes jogadores no elenco colorado como tínhamos naquele ano (Kleber, Oscar e Damião serviram a seleção, por exemplo) e anos anteriores, foi e vem se perdendo a cada ano, hoje a direção sucumbe aos favores devidos a empresários e a torcida parece ter se acostumado com os “legais do Instagram”, os poka bola, poko sangue, poko amor pela camisa colorada.
Oi Fabiano, gostei da “sessão nostalgia”, é bom relembrar momentos felizes com vitórias e ter um plantel que passava confiança. Sobre o Damião, é um jogador tecnicamente mediano, agora, aquele time que recordavas, jogava para o Damião. Hoje quantas bolas durante 90′ chegam ao Damião, poucas. atacante faz gols, mas durante um jogo recebe seis sete talvez oito bolas em condições de marcar e uma ou duas ele consegue fazer, mas a bola tem chegar até ele. O Problema do INTER continua sendo o meio de campo, sem o DAle perdemos a referência. Edenilson, seria bom na lateral direita, para tirar de vez o sofrível Claudio Winck. Abraço.
Leandro Godoy
Fabiano, sabe-se que nada acontece por acaso. O estado das coisas de hoje é perfeitamente compatível com o declínio de ambições do Clube nos últimos anos. Em geral, estamos nos contentando com a simplicidade como sendo nosso destino ou única opção. A direção e muitos torcedores e jornalistas encarnaram a ideia do retorno à serie A como sendo a principal meta do ano. Não importa Copa do Brasil e outras opções de título que poderiam demonstrar uma grandeza inafastável na trajetória do SCI. Não vai nada pessoal contra profissionais que hoje trabalham no clube, mas Damião, Ernando, Sasha, Edenilson, Gutierrez, enfim, não é qualidade satisfatória. E exageros do tipo chamar um jovem promissor (Charles) de príncipe complicam ainda mais as coisas. É um período complicado que ainda vai levar um tempo considerável para passar. Tenho dito que se confirmarmos nas próximas semanas e meses o retorno à elite iremos nos deparar com uma realidade indigesta que é não ter segurança que teremos estrutura para se manter em alto nível.
Alô você Fabiano!
O assunto é interessante. Considerando a divisão em que estamos, entendo que independentemente de jogadores temos que ter é o entendimento de COMO SE JOGAR A SÉRIE B. Parece que o Inter como um todo entendeu isso finalmente. Se olharmos a trajetória dos grandes clubes que visitaram a “B” antes da gente, veremos que em nenhum haviam super craques só alguns protótipos , entretanto isso não desobriga a procura e o preparo para a competição do próximo ano que queremos que seja a série “A”. Mas que esse 11 de setembro da saudades de um time com a estima em alta e com adversário ficando desconfortável ao enxergar a “jaqueta colorada”, isso dá.
Coloradamente,
Melo
Fabiano, excelentes colocações e uma postagem inteligente. É triste comparar o que nosso Internacional era com o que transformaram. Concordo contigo, principalmente quando citas onde qualquer um veste a camisa colorada e “tudo bem”. Sinceramente, mesmo discordando de algumas opiniões, acredito que o plantel Colorado tem excelentes jogadores que em outras condições poderiam despontar para o estrelato. Basta olhar para os jogadores Colorados que por não haver recursos financeiros para mantê-los ou por não haver inteligência para o reconhecimento e valorização de seus potenciais, saíram e são titulares e até expoentes em outros clubes, enquanto outros, são mantidos no plantel e até hoje não trouxeram ou irão trazer retorno algum ao clube. Esse paternalismo ou filantropia existente no clube na relação trabalho/salário não é mais coerente e compatível com os tempos modernos. Venho sempre salientando e alertando, como em 2016, sobre a perda de receitas pela não participação em grandes competições e que isso resultaria no comprometimento das aquisições e manutenções de excelentes jogadores. Olhando o time Colorado de hoje, sinceramente, sem querer desmerecer ninguém, somos o retrato do conformismo com o mediano e um clube que parece ter perdido o foco de sua história. Aprendemos a aceitar a mediocridade de desempenhos e nos contentamos com alguns bons momentos, mas sem protagonismo algum, como sendo a normalidade de um clube da grandeza de nosso Internacional e isso me traz muita tristeza. Essa queda de patamar de excelência e essa passagem pela Série B deveria trazer ensinamentos que jamais fossem esquecidos e para trazer à realidade os homens que fazem a gestão de nosso clube, mas para isso se torna necessário reconhecer e corrigir erros. A queda à Série B foi o resultado dessa omissão de responsabilidades com o destino do clube e falta de visão de futuro. Acredito que o maior problema atual está na falta de humildade, até soberba, para reconhecer a necessidade da execução de um planejamento estratégico de qualidade, com a ajuda de especialistas no assunto, para a implantação de um projeto moderno, primeiro na busca da identidade perdida e, depois, para transformar o Internacional no clube que a torcida Colorada merece. Não posso deixar de reconhecer que o Internacional de 2017 é muito superior ao de 2016, em todos os sentidos, mas também entendo que ainda falta muito.