Existe todo um ramo da psicologia, chamado de psicologia positiva, que se dedica a estudar os casos em que as pessoas fazem esse tipo de coisa naturalmente. Elas são, de modo geral, mais felizes — e por consequência disso, mais bem-sucedidas. Veja o caso:
O Inter contrata o Jô que aluga a casa da ex-govenadora do Estado e começa a promover festas. No Beira Rio anda se arrastando, mas nas baladas pula mais que a Ivete Sangalo. O Inter o manda embora, ele toma jeito e se torna um bom atacante em um dos clubes que disputam o título. Sorte ou azar? Veja outro caso: você está vivendo a sua vida, normalmente, quando resolve entrar em um estádio de futebol. Para ver um jogo,cortar a grama, sei lá. Não importa. Junto com você, entra mais umas 50 pessoas no estádio. Entra um maluco com uma arma. No meio da gritaria e do tumulto, um tiro é disparado e te acerta no braço.
Agora: se essa situação tivesse acontecido realmente e você fosse contar a história para algum amigo ou familiar, você diria que deu sorte ou azar? Essa resposta é importantíssima, e de certa forma é indicativa da sua probabilidade de se dar bem na vida.
A e B
Há duas maneiras perfeitamente válidas e igualmente verdadeiras de relatar esse incidente.
A: “Real azar, cara. Agora o clube cedeu um atacante importante para um adversário em potencial. Poderia ter recuperado o jogador com trabalhos especiais. Ou, em outro caso: você poderia ter ido em qualquer outro estádio, mas não! Tive que ir justamente no que entraria o maluco atirando. Passei medo, quase morri, voltei pra casa de ambulância. Tomei um tiro, cara. Um tiro! Podia ter morrido sem essa.”
B: O atleta não foi profissional no clube. Os dirigentes estavam certos em manda-lo embora. No clube só joga quem quer e honra o escudo… Ou: “Eu tava no estádio hoje bem na hora que um maluco entrou atirando. Por sorte, só tomei um tiro no braço. Uma tala por uns dias e vou estar como novo. Imagina o que podia ter acontecido! Eu podia ter morrido. Várias pessoas podiam ter morrido. Felizmente foi só um susto.”
Aprenda que você pode escolher o melhor contrafato
Nós, humanos, somos seres explicadores. Nós realmente precisamos encontrar explicação para tudo. Tudo precisa ter uma história. Os fatos não podem ser fatos isolados (“aconteceu uma loucura no estádio onde eu estava”, só isso), senão nós não conseguimos lidar com eles. Quase tudo precisa ter um por quê, um motivo, uma história. Repórteres esportivos que o digam.
Como muitas coisas não têm, a gente inventa. E a melhor forma de entender o que aconteceu é contrastar com algo que poderia ter acontecido. Esta versão fictícia dos acontecimentos apenas para efeito de comparação e entendimento é o que eu estou chamando de contrafato.
Nos exemplos acima os dois contrafatos são perfeitamente válidos. Só que, além disso, ambos são completamente fictícios. Inventados e construídas para contar a história. Isso significa que temos total liberdade para escolher contar de um jeito ou de outro. Cada uma das 50 pessoas do estádio vai pra casa e escolhe qual história contar.
Se você escolhe algo parecido com a opção A (de Azar), começa a se descrever como azarado. Começa a falar, pensar ou acreditar, em alguma medida, que você “só se ferra”. E aí, meu amigo, a coisa da profecia autorealizada entra em ação para, de fato, te ferrar.
Pode parecer autoajuda barata, mas o fato é que nós podemos conscientemente escolher contrafatos que expliquem os acontecimentos da vida a partir de uma perspectiva de “sorte”. De que as coisas poderiam ser piores, e às vezes até são, mas isso que aconteceu? Ah, isso foi só um contratempo. Ou seja, espero um contrafato que me dê a vitória contra o Náutico hoje as 19:30 e marque uma virada para o Inter antes da virada de ano novo.
Do contrário, explicamos (a nós mesmos) os acontecimentos de forma que o mundo pareça muito mais opressor do que é. Começamos a achar que não tem jeito, o mundo é assim mesmo. Escolhemos pintar o mundo nessas cores.
Mas é uma escolha. Boa Sorte Inter!
Beijocas…
Simone Bonfante – Criciúma/SANTA CATARINA
Inter: no campeonato das paixões és líder invicto e isolado!
Caraca Simone, tu tava fumada para escrever tudo isto….. profundo demais para um blog de futebol…..hahahaha…brincadeira.
Realmente, tudo tem 2 angulos, o otimista e o pessimista.
Tento ver sempre lado otimista, mas as vezes parece que o destino conspira contra e ai, simplesmente não temos explicação.
Nem para o Jô, nem para perder para o Atlético-GO e Figueirense.
Vai entender.
Grande abraço.
Simone,
Dentro de teus pendões na área da Psicologia parece-me que és uma seguidora de Carl Jung em suas teorias das “coincidências significativas” entre o que vai na mente do observador com os acontecimentos do mundo exterior. Eu particularmente penso mais na linha citada pelo Roberto, quando se trata de atividade humana, em competência ao invés de sorte e incompetência ao invés de azar. Dentro deste princípio penso que o pênalti perdido pelo jogador foi fruto de sua incompetência. E o defendido pelo goleiro decorre mais de sua competência ao evitar o gol.
A sorte ou azar para mim existe dentro da teoria das probabilidades estatísticas. Por exemplo quando se lança uma moedinha no ar, o mesmo que faz o juiz para definir o lado do campo ao capitão, com 50% de probabilidade de dar cara e 50% de dar coroa.
Prezada Simone
Sorte é igual à competência + oportunidade
Azar é igual à oportunidade + incompetência
Desnecessário discutir a tese. No caso do Jô é o típico caso de quem não gostou da cidade, do clube, etc. e não se comprometeu com a causa, já aconteceu diversas vezes com bons jogadores que por aqui passaram e não deram certo e em outras praças foram muito bem, assim como diversos que em sua origem não jogaram e por aqui foram craques, estes nós preferimos lembrar sempre, dos que se engajaram e aqui fizeram fama e fortuna e até hoje são nossos ídolos. Acerto e erro em contratação de jogador de futebol é comum, o importante é errar o menos possível. E de certo mesmo é o FATO que vamos torcer muito por uma vitória contra o Nautico.
Grande abraço
Garota, tu és psicologa? o clube tá precisando de uma mesmo. Belo texto, muito bom…pouco entendi rsrsrs mas pquando eu não entendo é que deve ser muito bom! blz
ô simone..pq vc me excluiu? se fiz um comentário infeliz me desculpa…me add no face de novo vai…quem nunca fez um comentário infeliz..tu é blogueira, deves saber…
Alô você Simone!
Perfeito, tudo depende do ângulo. Olhar contra o sol não nos possibilita uma boa visão e o contrário é quase sempre verdadeiro.
Mais um brilhante texto. Já se tornou lugar comum ter leitura de qualidade nos findi.
SC