Maldita e persistente sina!

Prezado(a)s Colorado(a)s,

Devido à pandemia do coronavírus-19 eu atualmente compareço à empresa onde trabalho entre terça-feira e quinta-feira somente e trabalho diretamente de casa nas segundas e sexta-feiras. Entretanto, com o objetivo de ver o Gre-NAL 427 ao vivo pela Internet esta semana, eu fui trabalhar em Yokohama entre segunda e quarta-feira para poder ver a partida nesta quinta-feira de tempo bom (temperatura por volta de 25 graus Celsius) e muito vento (devido a um tufão que passou aqui perto pelo mar) a partir das 09h30min da manhã. A expectativa, não poderia ser diferente, era ver se conseguiríamos voltar a vencer mais um clássico Gre-NAL depois de 2 anos somente perdendo e empatando..

Os primeiros vinte minutos foram preocupantes pois mal conseguíamos sair da defesa para o ataque já que o Grêmio fazia marcação alta no nosso campo. Tudo bem que eles também não chegavam com muito perigo perto da nossa meta, mas estavam sempre à espreita de um erro nosso para atacar. E aos 27 minutos isso aconteceu: numa saída errada do lateral-direito Colorado Saravia que tinha a bola dominada, o atacante Pepê passa para o atacante Alisson que chuta com muito perigo por cima do nosso gol. Só fomos chegar com perigo à meta deles aos 36 minutos numa “tabela” entre o centroavante Colorado Abel Hernández e o meio-de-campo Colorado Thiago Galhardo quando este chocou-se (ou foi derrubado pelo) com o zagueiro Rodrigues dentro da área do Grêmio. Infelizmente na fase de classificação da Taça Libertadores da América 2020 não há a presença dos AAVs, mas tenho certeza que este lance seria no mínimo revisto pela arbitragem.. Aos 42 minutos num rebote na frente da nossa área o lateral-direito Orejuela chuta com força perto da nossa goleira. Foi um primeiro tempo muito fraco em termos de emoção, mas o que nos deixava muito preocupado era que praticamente não conseguimos jogar com qualidade e somente jogávamos em ligação “direta” entre a defesa e o ataque.

Ao menos o segundo tempo começou diferente, ou seja, o nosso time tentou e até conseguiu um certo predomínio nos primeiros quinze minutos. Aos 12 minutos quase que abrimos o marcador numa cabeçada fulminante do meio-de-campo Colorado Thiago Galhardo que foi defendida espetacularmente pelo goleiro Vanderlei para escanteio. Aos 22 minutos eles deram o “troco” e por muito pouco não marcaram através do atacante Pepê após este receber um excelente passe do centroavante Diego Souza, mas a bola passou por cima da meta do goleiro Colorado Marcelo Lomba. Aos 27 minutos, novamente pelo nosso lado esquerdo, o atacante Alisson entra na área livremente e quase que marca o gol deles. Entretanto, aos 28 minutos eles conseguiram marcar mais um gol na gente este ano: o atacante Pepê chuta de fora da área a “la Cebolinha” e deixa o goleiro Colorado Marcelo Lomba deitado no chão.. 🙁 Com o placar adverso o nosso time resolveu atacar com mais intensidade. Aos 30 minutos o centroavante Colorado Abel Hernández dá um belo chute de voleio, mas a bola é defendida pelo goleiro Vanderlei. Aos 34 minutos quase que empatamos o jogo numa bela cabeçada do meio-de-campo Colorado Musto após cobrança de falta do “Maestro” Colorado D’Alessandro, mas a bola passou “tirando tinta” do poste esquerdo. Jogando novamente contra o “relógio” e uma equipe que não ganhamos há mais de dois anos somente fazia que ficássemos mais estressados e por isso perdemos novamente para eles este ano. 🙁

Segue abaixo a minha análise sobre o desempenho dos jogadores Colorados em mais uma derrota para o nosso arqui-rival.. 🙁 :

  • Marcelo Lomba: não teve muita culpa no gol deles já que ficou com a visão prejudicada na hora do chute do atacante Pepê (nota 6)
  • Saravia: perdeu algumas bolas fáceis na defesa e também não apoiou, por isso foi mal tecnicamente (nota 5)
  • Zé Gabriel: mais uma vez errando passes na saída da defesa para o meio-de-campo, principalmente quando passa para o lado (nota 5)
  • Víctor Cuesta: foi o único defensor que jogou com qualidade e segurança (nota 7)
  • Matheus Jussa: jogou improvisado e passou dificuldades com os atacantes gremistas (nota 5)
  • Musto: até que não comprometeu e quase que faz um lindo gol de cabeça (nota 6)
  • Rodrigo Lindoso: atuação apenas regular, abaixo da sua média habitual (nota 5)
  • Marcos Guilherme: atuação muito discreta, só conseguiu ganhar um lance no ataque (nota 4)
  • Gabriel Boschilia: se esforçou bastante, sempre tentando chutar e cruzar para os companheiros mais bem posicionados (nota 6)
  • Thiago Galhardo: criou a melhor (e única) situação de gol na primeira etapa e quase faz um golaço de cabeça na segunda etapa (nota 7)
  • Abel Hernández: isolado na primeira etapa, mas conseguiu incomodar um pouco na segunda etapa (nota 5)
  • D’Alessandro: entrou aos 31 minutos da segunda etapa no lugar do meio-de-campo Colorado Rodrigo Lindoso e deu mais consistência ao meio-de-campo Colorado, mas não o suficiente para empatarmos a partida (nota 6)
  • Leandro Fernández: entrou aos 31 minutos da segunda etapa no lugar do meia-atacante Colorado Marcos Guilherme, mas não conseguiu ser efetivo e levar perigo ao gol adversário (nota 5)

Pois é, meu(minha)s amigo(a)s Colorado(a)s: esta foi a nossa quarta derrota em Gre-NAIS neste ano! 🙁 Agora já são dez Gre-NAIS sem vitória e seis clássicos sem marcar um único gol! 🙁 É MUITA HUMILHAÇÃO! 🙁 🙁 🙁 🙁

A única coisa que eu gostei ontem foi a entrevista do meio-de-campo Colorado Thiago Galhardo depois da partida, ele foi categórico em dizer que apesar desta derrota (já são três nos últimos quatro jogos), temos que “mudar a chave” rápidamente pois já temos mais uma partida difícil pelo Brasileirão 2020 no próximo sábado. Ou seja, apesar dos pesares, “bola pra frente” e “vamô que vamô”! 😉 

Até breve,

Saudações Coloradas da Terra do Sol Nascente,

Wilson Pardi Junior
Cônsul do Sport Club Internacional no Japão

6 thoughts on “Maldita e persistente sina!

  1. Prezado Wilson,

    Para mim não é sina perder clássico, mas sim convicção, motivação, nada como um couch para lavar as mentes dos jogadores! Lembro da imersão que Abel fazia na mente dos jogadores em 2006. Colocava todos numa sala e todos assistiam as partidas dos adversários e analisavam esquema tático, erros dos adversários e todas as provocações que a imprensa fazia na época. Um método tão óbvio e simples, mas com 100% de êxito!
    Também lembrei de vídeos e áudios de Falcão, Carpegiani, Escurinho, Caçapava, Dario, jair , Minelli,todos faziam o exercício acima com maestria, numa época em que não se falava em endomarketing, psicologia ou métodos de competências humanas!

    Falta um pouco de viés de sensibilidade e insight de visão além do campo!

    1. Prezada Colorada “Claudinha” Loch,

      MUITO OBRIGADO pelo teu comentário acima! 🙂

      Concordo contigo que falta um pouco mais de sensibilidade e discernimento de visão para além das quatro linhas. Fico pensando se não seria interessante agregar ao grupo atual um ex-jogador do clube que pudesse dar essas dicas..

      A única ressalva que faço ao teu comentário é que eu não quis dizer que sina é perder um clássico, mas sim que sina neste caso é ficar MUITO TEMPO (mais de dois anos E dez jogos) sem ganhar um clássico.. 😉

      Saudações Coloradas da Terra do Sol Nascente,

      Wilson

  2. [five_sixth_last]Wilson, a abordagem da tua postagem foi muito boa. Parabéns. Gostaria de colocar mais algumas observações construtivas. No meu tempo de vivência dentro do nosso Internacional, presenciei várias reuniões que foram feitas no vestiário com as portas fechadas. As reuniões mais importantes foram aquelas efetuadas em três partes. Em uma, a direção dava seu recado e saía, depois o treinador fazia a sua avaliação e dava a sua mensagem e finalmente, o grupo sozinho “quebrava o pau”, no bom sentido. A “roupa suja” era lavada com honestidade, sem ressentimentos futuros e os compromissos era assumidos entre eles. Havia uma liderança, o que não vemos hoje, nem na direção, nem entre os atletas. Não consigo enxergar espírito crítico, pulso e firmeza nessa direção. As derrotas são encaradas como ocorrências normais e não causam constrangimentos e indignação, o que, em passado recente, era percebido, bastava olhar para os jogadores. Não consigo ver isso hoje. Algo está errado. Vencer, ser derrotado ou empatar, em futebol ou qualquer outro esporte competitivo, é normal, mas essas oscilações tão grandes de desempenho tem causas, correções e precisam ser corrigidas urgentemente.

    1. Prezado Colorado Antonio Carlos Pauperio,

      MUITO INTERESSANTE e ilustrativo o teu comentário acima!

      De fato, já faz MUITO TEMPO (no mínimo desde 2016 quando caímos para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro) que como bem escrevestes acima “as derrotas são encaradas como ocorrências normais e não causam constrangimentos e indignação”. 🙁

      Posso estar enganado, mas entre várias possíveis causas, acho que uma delas é o fato de haver muitos jogadores contratados que não se formaram na base do clube e portanto não conhecem a fundo a história do clube. Soma-se a isso o fato da “fotografia” do time estar mudando com uma frequência muito maior do que antigamente (é como se a maioria dos empregados de uma empresa tradicional fossem terceirizados..).

      Um grande abraço,

      Wilson

  3. Alô, WILSON!

    Mais uma vez nosso Inter foi vítima de uma atrapalhada monumental do seu treineiro. O homem que só tem um esquema de jogo: Musto enfiado entre os zagueiros mais o Lindoso (exercendo a função que seria do Musto) como volante de marcação e sem meias armadores. E a tal saída de bola com jogadores da zaga. Aí, perde-se a meia cancha e, mais uma vez, dê-lhe balão dos zagueiros, para tentar armar jogadas tendo seus atacantes de costas contra defensores de frente. Deu no que deu. Mais um grenal, em casa, perdido para o tradicional adversário. E a prova que o treineiro, pelo menos até agora, só tem um esquema, é que em todo time que foi contratado ele levou o Musto como seu jogador de confiança. Inter é lento e previsível. E se toma um gol já se sabe de antemão que no máximo pode lutar é por um empate, pois não vira jogo. E se fora de casa faz um gol, não segura o resultado e logo toma o empate. Venho dizendo aqui neste blog que infelizmente nosso Inter, repetindo anos anteriores, está indo celeremente do nada a lugar nenhum. Basta estar atento ao que está acontecendo ultimamente para se chegar a esta triste conclusão. Empate em cassa contra o fraco Bahia. É derrotado pelos dez homens do péssimo Goiás. E perde para o modestíssimo Fortaleza. Mas o pior de tudo é que nessas duas últimas partidas citadas, o Inter não chutou uma bola sequer no gol adversário! E segue a insistência do treineiro como esse esquema maluco que não tem dado certo.

    Alô, JALDEMIR!

    Numa resposta que deste sobre uma postagem do nosso grande Pauperio, dizes que: “Somos torcedores da antiga, não de ocasião”. Pois eu, modestamente, pretendo me alinhar nessa posição de vocês por não ser também marinheiro de primeira viagem. Sou torcedor colorado desde 1959. Isso quando o nosso Inter se encontrava numa má fase, com o tradicional adversário vivendo um período vitorioso. Sofri com muitos momentos de dor, mas também vibrei de alegria incontida de lá para cá. Vi o Inter perder um bi campeonato gaúcho em 1962 em que nas ultimas 3 rodadas estava a seis pontos na frente do Grêmio ( naquele tempo cada vitória valia 2 pontos) e bastava apenas empatar um desses jogos para ser campeão. Pois conseguimos perder esses jogos para fracos times do interior e fomos perder o título numa decisão de supercampeonato para o maior rival. Vivi glórias com o Inter sendo octacampeão gaúcho, feito inédito até hoje. Vibrei com o primeiro título de campeão brasileiro em 1975. E mais ainda com o bicampeonato em 1976. O título invicto do brasileiro de 1979 (também inédito) me deixou eufórico. Sofri ao perder o titulo nacional para o Bahia em pleno Beira-Rio. Sofri com a derrota em casa contra o Olímpia na semifinal de uma Libertadores. Também padeci muito ao perdermos a final de Libertadores para o Nacional do Uruguai, onde apenas um gol nos teria dado o caneco. Vibrei com o título da Libertadores em 2006 e mais ainda com a vitória no mundial sobre o Barcelona do Ronaldinho. Me alegrei muito com o bi da Libertadores em 2010. E sofri demais na derrota contra o Mazembe. ( Essa foi a grande chance que tivemos de ser bi campeão mundial. A Inter de Milão estava em franca decadência, tanto que após esse mundial não vencer mais nenhum título expressivo). Vibrei com a Copa do Brasil, vencida com gol de pênalti no fim do jogo. Vi o Inter vencer Recopa e Copa Sul Americana, tornando-se Campeão de Tudo. Vi jogadores fantásticos em nosso time. Bráulio, Manga, Figueroa, Falcão, Carpegiani, Lula, Valdomiro, Gamarra, Índio, Mário Sérgio, Mauro Galvão, Iarley, Fernandão, D’Alessandro e tantos outros… Mas nunca tinha vivido uma sequência de 10 grenais sem vitória. Pior, nos ultimas cinco, empatar um e perder 4, sem fazer um gol sequer! E dizer que este ano não fomos nem finalistas do campeonato gaúcho! E por isso sofro muito com esses atuais fracassos do Inter, desde a queda de 2016 que foi a gota d’água.
    Grande abraço!

    1. Prezado Colorado José,

      MUITO COMOVENTE este teu belo comentário em que narra com tantos detalhes a tua jornada como TORCEDOR COLORADO APAIXONADO que és! 🙂

      Eu comecei a jornada oficialmente em 1971 aos 8 anos de idade influenciado pelo meu querido avô materno (sinto uma SAUDADE IMENSA dele 🙁 ) e até hoje sigo fiel ao nosso amado SPORT CLUB INTERNACIONAL! 😉

      Fico extremamente honrado em dividir este espaço tão nobre contigo e o(a)s demais Colorado(a)s! 🙂

      Saudações Coloradas da Terra do Sol Nascente,

      Wilson

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.