Iniciamos, hoje, uma nova seção no Blog ARQUIBANCADA COLORADA. Conforme informamos, o Conselheiro do SPORT CLUB INTERNACIONAL, e nosso bloguista, Nolci Santos, estará, mensalmente, respondendo a questões feitas por Colorados. Esta sempre foi uma grande demanda da Nação Rubra, uma vez que não havia muitas oportunidades de esclarecer assuntos fundamentais de nosso clube, assim como de levar nossas demandas, como simples torcedores que somos, para dentro do INTERNACIONAL, para a nossa Diretoria.
Pois agora temos este espaço.
Muitas questões foram repetitivas ou muito similares. Resolvemos agrupá-las para melhorar o trabalho. Também, algumas questões demandarão uma maior pesquisa do nosso Conselheiro, razão pela qual suas respostas foram postergadas para a seção do mês de Fevereiro.
Participem!
PERGUNTEM AO CONSELHEIRO!
1. Como estão as obras para a Copa, visto que estão atrasadas conforme cronograma inicial? O que vai ser mantido do projeto Gigante para Sempre, visto que a venda dos Eucaliptos atrasou a obra? Temos prazo determinado para o empreendimento estar pronto antes da Copa e talvez algumas coisas não saiam?
De acordo com a Diretoria de Patrimônio, o cronograma não está em dia com a programação inicial, porém absolutamente dentro da viabilidade de conclusão das obras em tempo hábil para a inspeção da FIFA antes da Copa do Mundo. A razão deste atraso deve-se, basicamente, à falta de definição, por parte dos órgãos governamentais, em relação aos incentivos financeiros, taxas subsidiadas para o financiamento das obras e, principalmente, os subsídios fiscais, que estão, ainda, em negociações.
O objetivo primordial, e que certamente será concluído, será a melhoria no estádio, propriamente dito, assim como os serviços diretamente ligados aos jogos (estacionamento, praças de alimentações, lojas, etc…). No entanto, a Diretoria do Internacional trabalha com a evolução de todo o projeto GIGANTE PARA SEMPRE. A vitória obtida pela Diretoria do Internacional junto à Prefeitura de Porto Alegre, que viabilizou um maior aproveitamento da área dos Eucaliptos, permitirá a obtenção de um maior valor pelo terreno. Agora é questão de ajustes documentais e a venda, propriamente dita.
Portanto, o nosso estádio estará plenamente em condições para atender às demandas da FIFA para a realização de um jogo da Copa do Mundo. Mas a expectativa é a de que os demais investimentos no projeto integral tenham andamento.
2. O que você pode falar sobre o planejamento do Inter para os próximos 10 anos?
O Internacional vem se preparando para ganhar grandes títulos e para alcançar níveis mundiais há cerca de 10 anos. Sem querer ser injusto com as gestões anteriores, percebe-se o alto nível de profissionalismo com que todos os assuntos ligados à “instituição Internacional” vem sendo tratados, com destaque nos últimos anos. Percebe-se que, cada vez mais, grandes Colorados, com reconhecida capacidade profissional, têm se aproximado do clube para contribuir. E, quase na totalidade, são contribuições voluntárias, ou seja, não remuneradas. E isto demonstra o grande envolvimento visando elevar o nome do Internacional perante o universo futebolístico mundial.
Existe um planejamento estratégico, em andamento, no qual incluía a conquista da Libertadores. Esta meta foi atingida e superada. Não se ganha uma Copa como esta e, muito menos, a do Mundial FIFA, por acaso, ou na sorte, ou numa tentativa, no popular “se der, deu, se não der, não deu”. Tudo foi estudado. O ajuste financeiro do clube, a contratação de jogadores competitivos, a manutenção da estrutura do futebol, a arrecadação de novos sócios, pelo Brasil inteiro. Tudo isto foi planejado. Mas como todo planejamento, há que ser corrigir rotas, melhorar procedimentos que não foram bem-sucedidos. Não tenho todas as informações estratégicas do Internacional e sua Diretoria. No entanto, em conversas com diversos Diretores, percebo claramente a preocupação com o futuro do clube, sem se descuidar do presente.
3. O Inter está se preparando para a Libertadores da América de 2010, com o mesmo foco e preocupação que em 2006?
Estive em Bento Gonçalves neste fim-de-semana. Embora sabedor de que não é lá que o foco para a conquista do Bi da Libertadores começou a ser preparada, foi lá que pude perceber, ao conversar com o Fossati, com os Diretores de Futebol e, também, com alguns jogadores que considero chave no grupo, que estamos a caminho de uma grande temporada.
A experiência de 2006, não começou em 2006. Foram anos de preparação da instituição, para podermos enfrentar as dificuldades de uma Libertadores. Poderia dizer, até, que as duas derrotas para o Boca Juniors, na Bombonera, pela Copa Sul Americana, foram de grande ensinamento para o clube. Desta forma, afirmo que estamos muito melhor preparados para esta Libertadores. O grande peso de nunca termos conquistado-a, já foi afastado. Também já tivemos o desgosto de uma desclassificação prematura após voltarmos de Yokohama. Adicionalmente, tenho a confiança de que temos um ótimo grupo de jogadores, e jogadores vitoriosos. Mas salientaria, com base no que vi e senti em Bento Gonçalves neste fim-de-semana, que um grande diferencial está do nosso lado: TEMOS JOCKEY.
Portanto, com a instituição fortalecida, um grupo diferenciado, uma Direção experiente e vitoriosa e, agora, um treinador conhecedor e exigente, estamos melhor do que 2006.
4) Os números financeiros, que a mídia divulga, onde o Internacional é apontado como um dos poucos clubes brasileiros com lucro, são verdadeiros ou pode ter alguma “maracutaia”? E o GFPA, de fato está quebrado?
Primeiramente, gostaria de esclarecer que em nenhum momento, por questões de ética, falarei sobre o co-irmão. As demonstrações contábeis são publicadas, tanto o do Internacional quanto as do co-irmão, e cada um pode ter as informações completas.
Sobre a situação financeira do nosso clube, posso me aprofundar mais porque as recebo e as analiso trimestralmente, a fim de aprová-las ou não em reuniões do Conselho Deliberativo. Para quem gosta de contabilidade, sugiro olhar o nosso Balanço Patrimonial e demais documentos contábeis. Para os leigos, vou procurar esclarecer alguns pontos:
O Internacional, hoje, está com suas contas em dia. Aquelas contas que estão “em atraso”, são contas em que se está discutindo na justiça. As que demandam provisão, assim estão feitas. A grande maioria são questões junto à Receita, envolvendo incentivos fiscais em discussão.
A folha de pagamento de todos os colaboradores, não só de nossos jogadores, está em dia. Ela é alta, porém não poderia ser diferente, considerando que nosso clube atingiu níveis internacionais, fato que tem atraído a atenção de diversos jogadores que, pela experiência deles, já tiveram em clubes que atrasavam pagamentos de salário. Prometiam grandes montantes, porém não pagavam em dia. Isto não acontece no Internacional.
Nosso “estoque”, ou seja, nossos jogadores, constituem um grande valor financeiro, com altíssima liquidez. Não adianta uma empresa ter um grande estoque de produtos velhos, inacabados ou de desinteresse por parte do mercado, que ela nunca conseguirá vendê-los. O Internacional tem jogadores desejados por times no exterior e no Brasil. Isto tem sido bem administrado pela atual Diretoria. Muitas vezes pode até vir de encontro aos anseios da torcida, que é, e deve ser, apaixonada pelo clube. Mas as decisões, no sentido mais amplo, devem ser profissionais. Um exemplo clássico disto foi o Nilmar. É óbvio que eu gostaria que o Nilmar tivesse ficado até o final do ano. Mas devemos lembrar que parte do valor do passe pertencia a um investidor, para o qual o Internacional devia um valor significativo, graças à vinda do craque para Porto Alegre. O próprio Internacional havia investido na vinda dele, assim como, no ano passado, quando houve outra tentativa de levá-lo, o Internacional comprou toda a participação do próprio Nilmar no seu passe. Pela nova lei, terminado o contrato, o atleta está livre e o clube não recebe nenhum valor pela sua transferência. Faltava cerca de um ano e meio para o fim do contrato do Nilmar. A proposta estava na mesa da Diretoria e o valor era considerável. O craque estava sendo chamado pelo Dunga, embora não tivesse tido grande espaço (o que veio a ocorrer depois da venda), não nos dando absoluta certeza de que seria chamado para a Copa, o que significaria uma maior visibilidade e, consequentemente, maior valorização. Havia o risco de alguma lesão, de qualquer situação em que o prazo do contrato pudesse vir a vencer. Além de perdermos todo o valor do atleta, ainda teríamos que pagar o investidor, num valor muito significativo. Portanto, é difícil a situação de quem tem que decidir numa circunstância igual a esta. Como torcedor, nenhum Colorado gostaria de perder o Nilmar no meio do campeonato. No entanto, quem tem a responsabilidade pelo clube, como um todo, não poderia permitir que o Internacional corresse um grande risco de, além de não receber nenhum valor pelo Nilmar, caso alguma razão o fizesse permanecer aqui até o vencimento do seu contrato, mesmo que sem jogar, ainda originaria uma dívida enorme junto ao investidor.
Não concordo com as colocações que a mídia fez, chamando a nossa Diretoria de “mesa de negociações”. As transações com jogadores têm sido feitas de maneira que permitam as devidas substituições, ao seu tempo. Temos, hoje, um time sendo trabalhado para 2012, 2013. Também temos um grupo que é capaz de nos levar até aqueles prazos, nos dando diversos títulos. Daí teremos uma sequência vitoriosa, o que nos levará a ser e nos mantermos, entre os maiores times do mundo.
5) Em 2006 a torcida sempre acreditou e apoiou muito o time até a conquista da Libertadores. Entretanto, no ano passado vimos uma torcida muito impaciente, mesmo em algumas vitórias, vaiava o grupo. Você acha que a pressão para 2010 será pior? Você acha que o torcedor se acostumou mal com as conquistas recentes e tem menos paciência com os tropeços do time?
De fato, o Internacional passou a viver um outro nível de clube e consequentemente, um novo nível de cobrança. No entanto, antes de responder a questão, propriamente dita, gostaria de voltar aos anos 80 e 90. Anos terríveis para nós Colorados. Num cálculo rápido, quem tinha de 10 a 15 anos, na época, hoje está com 30 a 40 anos. Esta foi a geração mais frustrada da história de nosso clube. Não somente pelas poucas vitórias, mas pela grande fase do arquirrival tricolor. Isto marcou esta geração. Lembro-me, na época, de ter escrito várias mensagens para a Diretoria do Inter, implorando pelas futuras gerações de Colorados, que na época eram humilhadas nas escolas, nas festinhas de amigos, nos passeios com os familiares. Era motivo de chacota vestir o nosso manto sagrado. Muitas crianças acusaram o golpe e, para a tristeza dos pais, debandaram para o outro lado.
Voltando à resposta, aquela geração sofredora, hoje na faixa dos 40 anos, é traumatizada com a sequência de derrotas e, em muitos casos, passou este trauma para seus familiares. Afinal de contas, foram anos e anos de derrotas.
A conquista da América, a conquista do topo do mundo em Yokohama, a conquista da Tríplice Coroa, as inúmeras conquistas pós 2006 vieram para “lavar a alma” de todos os Colorados. Mas não sarou as enormes cicatrizes daqueles anos negros. E, caso o torcedor Colorado daqueles anos não trabalhe isto, não se curará, uma vez que o sofrimento foi muito grande.
Hoje vemos uma nova geração avançando. A Popular é um exemplo disto. As torcidas organizadas Coloradas também. Na sua maioria, são formadas por jovens entre 15 e 20 anos, ou seja, começaram a entender sobre futebol neste século. Estes jovens são fanáticos, apaixonados, e reconhecem o INTERNACIONAL como um time vencedor.
Daí, voltando a questão levantada, vemos um choque de sentimentos no Beira Rio, em dia de jogos. Os jovens vibrando intensamente, participando, cantando, dançando, pulando os 90 minutos do jogo. Viajando com o time para qualquer lugar do mundo. Acreditando SEMPRE. Por outro lado, encontramos Colorados, na faixa dos 35 /50 anos, na sua grande maioria já estabelecidos profissional e financeiramente, sentados em suas cadeiras cativas ou nas Sociais. E a cada dificuldade enfrentada pelo time, a cada derrota, ao invés de se juntar aos jovens vitoriosos Colorados, agem com os reflexos de sua juventude sofrida, como Colorados. E todas as catástrofes que estão gravadas nos seus subconscientes vêm à tona, e ao invés de apoiar o time, de acreditar que hoje temos condições de virar jogos, mudar placares adversos, vêem retornar os maus momentos vividos, nos quais foram formados como torcedores.
Eu, apesar de não ser psicólogo, entendo assim as vaias que escuto no Beira Rio, muitas vezes injustas, fora de hora e prejudiciais a uma recuperação do time em pleno jogo. Penso que não houve um crescente costume de vitórias. A geração vitoriosa apóia sempre, mesmo perdendo. O que ocorre são os reflexos passados na cabeça da geração que mais sofreu pelo time, e que não quer voltar a perder.
Por isso, como Colorado, peço a todos que reflitam mais sobre os acontecimentos. Observem mais o esforço feito pelo clube para nos manter no alto nível clubístico que hoje vivemos. Antes de vaiar, apóiem nossos jogadores. Eu, por exemplo, trago comigo uma linha de ação: JAMAIS VAIO JOGADOR QUE ESTEJA VESTINDO NOSSO MANTO SAGRADO. Existem inúmeros caminhos para, disciplinadamente, expormos nossas divergências em relação ao resultado de campo. Na minha opinião, a última é vaiar o time durante o jogo.
Merry Christmas and Happy New Year, may all your wishes come true!
Caro Conselheiro, Nolci!
Imaginando poder auxiliar o nosso Clube, estou encaminhando a V.S. uma sugestão de criação de uma nova categoria de sócios a qual viria, a meu juízo, beneficiar uma fatia da sociedade colorada não contemplada nos moldes atuais. Gostaria que V.S. entendese esse encaminhamento como forma de contribuição e participação.
Tenho acompanhado o esforço conjunto feito no sentido de colocar e, especialmente, manter o nome do clube sempre em evidência tanto no cenário nacional como no internacional. Meu entendimento é que todos os segmentos colorados estejam motivados e com o norte bem balizado poder seguir em uma direção vetorial que nos permita tatuar na história o nome as tradições enfim os feitos relevantes desse Clube centenário. Venho amadurecendo uma idéia de dirigir para uma fatia colorada não contemplada, com as diversas ações, fruto especialmente por sua posição econômica um programa que pudesse penetrar nas camadas menos privilegiadas e assim manter mobilizado um contingente colorado hoje pouco participativo.
Assim submeto a apreciação dos senhores a seguinte proposição, sujeita evidentemente a correções, alterações ou adaptações:
Criação da categoria Sócio Popular
1 – Os sócios pagariam uma mensalidade de R$ 5,00 (cinco reais)
2 – O Clube destinaria um espaço exclusivo para a categoria (mil lugares);
3 – A cada quatro mensalidades pagas, ele teria direito a um ingresso até o limite máximo da capacidade (1.000):
4 – Criação de uma relação permanente (Ordem cronológica)
5 – A obtenção do ingresso ficaria diretamente ligada à relação que atenderia aos primeiros (1.000) que estivessem com suas mensalidades pagas e estes após a aquisição do ingresso teriam seus nomes colocados no final da relação, para dar continuidade ao processo;
6 – Estabelecer um limite máximo desse novo quadro, evitando que o inchaço do quadro não permita o atendimento regular;
7 – Determinar que a retirada dos ingressos seja efetuada em até 72h da realização da partida
8 – Não exercendo o direito ao ingresso permitiria que em até 48hs da realização da partida sócios populares a partir de 1001 (da relação) pudessem adquirir o ingresso até o limite da capacidade.
Senhores, o envio deste é movido pela certeza que iríamos resgatar aqueles torcedores que efetivamente não tem condições de arcar com os custos de mensalidades sociais regulares, mas são tão colorados como nós. Entendo ser uma fatia considerável e, se bem estudado, planejado e executado a que número de sócios alcançaríamos? Considere-se ainda o ineditismo de tal procedimento.
Saudações Coloradas,
Paulo Ricardo da Silva Melo
Sócio Matrícula 05740 00-2