4 x 0 com muito esforço e muita aplicação
De volta ao Beira-Rio um pouco descontado fruto das obras, por força disso tivemos que trocar de lugar. Nós que assistíamos nas sociais, junto à linha de fundo do Gigantinho, agora tivemos que nos mudar para a linha de fundo do placar, ou para os mais antigos, da churrascaria Saci. Comecei a ver o jogo desses lugares (próximo ao gol) desde que li o famoso dramaturgo Nelson Rodrigues dizer que assistir a um jogo atrás do gol é estar muito próximo do sublime. Que ali, continuava ele, está à resultante de tudo que se quer no futebol. Não ousei contrariá-lo e passei a ocupar esse espaço no estádio, sempre que possível. Pode ser que seu iluminado espírito me ajude a entender e desvendar os mistérios do esporte Bretão. Rádio sintonizado chamo, o bom e velho conhecido “Cabelo”, aquele que usa o colete com o número 10 nas sociais, peço um café, reclamo do preço e “vou pro jogo”.
Com a defecção do D’Ale, C.nJuarez escala o time num 4,4,2 não utilizado até então. Lauro fez uma excelente defesa em uma bela cabeçada em um momento do 1º tempo, em outro momento deu a impressão de ter saído do gol sem falar ou falando muito baixo, tanto que redundou em intervenção atabalhoada do zagueiro. Como não é a primeira vez que acontece, é preciso corrigir. A dupla de zaga sem maiores problemas, exceção feita a algumas incursões adversárias pelo lado direito de nossa defesa forçando o enfrentamento direto do Índio contra os atacantes mexicanos e quando isso acontece nosso consagrado zagueiro expõe sua maior deficiência: a velocidade. Sorondo fez uma de suas melhores apresentações em minha ótica. Seguro, firme, arriscou incursões no campo adversário e em uma dessas redundou no segundo gol Colorado. Nei suou muito para ganhar o “bicho”. No enfrentamento pessoal perdeu somente uma bola, nas outras oportunidades se houve muito bem (não perdeu nenhuma por cima). Na estratégia adversária passou apuros com o dois, um que era feito em seu lado (sempre com a participação do veloz Rojas).
O desentrosamento defensivo com Bolatti, foi fundamental para que isso acontecesse. Nessas oportunidades é que Índio saía em sua cobertura e acabava em enfrentamento pessoal. Kleber não comprometeu defensivamente e foi discreto no apoio. Bolatti e Matias na velha e conhecida linha de volantes. Bolati fruto da falta de entrosamento referenciada acima andou saindo do lugar, oportunizando o ataque mexicano por aquele setor no primeiro tempo. No campo ofensivo andou esbanjando e “guardou” duas vezes. No segundo sua atuação defensiva foi sem reparos. Na ofensiva não repetiu a atuação do primeiro tempo, mas não precisava, pois já havia se tornado o goleador da noite.Eis uma boa opção de ataque em jogadas com origens em bolas paradas. Desprende-se com certa facilidade da linha defensiva e mostra um bom aproveitamento na bola aérea. Matias ao contrário não emprestou significativa participação ofensiva, entretanto teve uma atuação defensiva muito satisfatória exceção feita a uma saída de bola em falso. Zé Roberto estreou (de fato) na LA. Não criou muito é verdade, mas leve-se em consideração a falta de rotina do lugar. Valeu muito pelo empenho. Guina é dedicação. Contagia o time com sua doação. Atuando pela segunda vez no setor, não tem o cacoete da posição, mas sobra empenho. A soma desses dois últimos desempenhos não proporcionou ao Inter a criação própria dos articuladores e, em conseqüência, o Colorado mais amado do Brasil não teve o habitual controle das ações no meio campo, mas em objetividade teve um crescimento.
Cavenaghi, muito esforço e especial participação no 3º gol, quando desviou a bola que tocou no poste antes de ser tocada para as redes por Damião o qual jogo após jogo confirma sua condição de “jóia rara”. É participativo, veloz e é presente nas “refregas da zona do agrião”. Já, já o mundo do futebol vai reconhecer no filho do seu “Bigode” um jogador impar. Dos atletas que entraram no segundo tempo, destaque para o lindo gol de Oscar que acertou um “petardo” de fora da área, fazendo o quarto gol e dando cifras definitivas. Há muito trabalho ainda. Não há, em minha opinião um setor da equipe cujo desempenho seja plenamente satisfatório, mas o desenho tático, forçado ou não, melhorou não há dúvidas.
A lamentar a presença de Colorados (ou não?) que entraram pré dispostos a vaiar e qualificar o treinador de “burro”, atendendo a sutis sugestões de certos setores. Alguns desses torcedores portavam faixas ou cartazes, depreciativos. Ao meu lado um senhor gritava que C. Juarez era burro ao substituir Damião por Oscar. Pedi a ele uma trégua, o jogo estava ganho, o Damião havia apanhado muito e o menino precisava jogar. Não adiantou e ele continuou vociferando que um era atacante e o outro meio campista recuado, etc. etc. Instantes depois Golaço do Oscar. Olhamos todos para o dito cujo pra ver sua reação. Ele coléricamente gritava: Burro, burro, burro! Desisti, era caso de internação.
Paulo Melo – Porto Alegre/RIO GRANDE DO SUL
Colorado, CAMPEÃO DE TUDO
Toda vitória é boa e esta fez bem aos jogadores, fez bem ao Damião, ao Oscar, ao Lauro. Mas ela fez bem ao Roth e aos seus defensores. É aí que reside o perigo. Não saber porque ganhou, não saber porque perdeu. É muito risco como bem diz o Nolci. Mas é risco da Direção. É risco consciente e calculado. Então, nós torcedores queremos o time vencedor, com brios, com imposição. Temos que mostrar em campo, dentro e fora de casa que somos os Campeões da América. Não quero passar de fase e temer o Cruzeiro, o Santos, ou quem vier. Quero o INTER sem medo, com organização tática, com segurança defensiva, mas com FOME de vitória.
Alô você, Luciano!
Síntese fiel dos fatos e acontecimentos. Esse Inter com cara de gaúcho, desbravador de fronteiras é o que queremos.
Belo comentário, Melo. Tua maneira de relatar uma noitada futebolística é muito legal. Alguns dos termos usados me remetem a 30 / 35 anos atrás. Concordo que a vaia não deva acontecer durante os 90 minutos. No entanto, deve haver algum momento e/ou local onde o sócio possa demonstrar sua irritação, sua indignação com a comissão técnica. Não tenho esta resposta. O Celso Roth estava demitido em Abu Dhabi. Volta e tem seu contrato renovado. Futebol é resultado, e ele foi o treinador que registrou a maior cicatriz em nossa senda de vitórias. Está sendo a grande aposta desta gestão. Estão assumindo um grande risco ao manterem um treinador marcado por aquele desastre, com uma postura arrogante, com uma tática questionável e, o pior, acredito não ser mais ouvido pelos jogadores. Quero o TRI da LIBERTADORES. Quero que esta gestão seja a mais vencedora da história do INTER. Mas o risco que assumiram ao manter o Roth é enorme.
Eu fui um dos que reclamou, ate bati boca com um deslumbrado torcedor. Porque é OBRIGAÇÃO ganhar de uns pernas de pau daqueles e, apesar dos 4 gols, quem eu vi tocando bola foi o time Mexicano. O Inter em uma bagunça tática descomunal com Guiñazu na frente. Por que o cara sempre complica? em vez de deixar o Damião na área e Cavenaghi fora, o cara fez ao contrário ae acaba queimando jogador. Por que não jogou com Guiñazu e Bolati de volantes e não colocou Oscar e Zé Roberto desde o inicio? Se insistir assim vai queimar o Argentino que não atacava e sim guardava a sua posição de volante. A vitória foi boa por causa dos 3 pontos, mas o time esta me assustando….não adianta acharmos que esta tudo uma maravilha so pq goleamos uns pobres coitados, vangloriar-se de bater nos pequenos é coisa da Azenha, eu quero é ver o meu Inter jogando para frente e bonito e temos plantel o suficiente para fazermos isso com folga!
Ok Puerta. Ainda estou indignada com o nosso Inter. Imagina se o adversário ontem fosse o Cruzeiro MG ? Se nosso adversário não fosse tão jaguara, estávamos aqui chorando as pitangas…
Perfeito Simone. Não foi só tu que teve este pensamento. A IMENSA maioria dos Colorados não ficou nenhum pouco satisfeita com a atuação do time. O resultado só foi perfeito para os que querem tipificar qualquer reclamação a respeito do time como crime e “coisa de corneteito secador”.
Que íamos ganhar isso era quase que certo. Agora experimenta perguntar para o Roth PORQUE que ele ganhou.
Leia o meu post amanhã, que falarei sobre isso e mais algumas coisas a respeito do nosso Clube.
Bah, mas se alguém gostou do que viu ontem no geral…estão querendo tampar o sol com a peneira. Futebol pífio com um esquema estagnado e um técnico insano. Guina definitivamente não é meia. O BOMllati ontem salvou mais um técnico (agora é o Diego e o Celso). Damião de ponta direita? Cadê o Rodrigo na zaga ? Vai pegar ritmo concentrando? A torcida esta se enganando e se o Siegman tem tanta atitude assim,troca logo o Celso pois aí teremos pelo menos uns 12 dias pra dar ao novo (e futuro contestado) treinador montar o time adequado…
Alô você Simone!
Obviamente, respondo por mim. Não gosto de pagar e ver um espetáculo que não me agrade. Nesse ponto não gostei. Gosto de ganhar sempre. Dis-se que em vitórias, gol com a mão aos 129min do segundo tempo serve. Como foi 4×0, nesse caso, eu gostei. Em meu sentimento gostar não é a mesma coisa que estar satisfeito. Quanto a se enganar também não é o meu caso, vide o título do post: Ótimo Resultado…
Grande Dr “Alô você”,
Eu tb vi em dois lugares diferente a torcida reclamando quando o time vencia já de 2X0. Mais engraçado, quando o Damião se machucou e o Oscar foi entrar alguns ficaram quietos e muitos aplaudiram… quando ele voltou pro banco, alguns charam Roth de burro. Quando o Oscar de fato foi entrar o coro comeu alto “Burro, Burro”… aí eu pergunto, “pô, qual é do torcedor”? Se tira eles vaiam, se coloca eles vaiam e assim vai… qq ação do Roth, certa ou errada vai ser criticada. Vencemos de 4X0 e tem gente reclamando.
Deem tempo para as pessoas trabalharem, as mudanças estão sendo feitas, se não for ele será quem? Já vi gente dizendo que não quer o Dunga, quantos técnicos qualificados temos disponíveis? Vejam o Felipão, mundialmente campeão, tá apanha no Palmeiras. Deixem as pessoas trabalharem um pouquinho e não é feio aplaudir quando se ganha, reconher que aquele não é o dia de vaiar ou reclamar. Ganhamos a Libertadores 2010 com futebol bem mais feio e de infartar cardíaco, agora foi só o segundo jogo e uma goleada.
Concordo com o Milani, não sou defensor do Roth, mas se não for ele, será quem?
Querido Melo. Te conheço há pouco tempo mas já percebi a tua fidalguia de tratar os assuntos delicados. Concordo com a Liane e o Jorge. O time entrou desentrosado, nervoso, sem criatividade, superando o adversário por pura fragilidade desse. O Mathias não cobria as laterais. O Guina com todo esforço que tem não é criador de meio campo. O Damião voltou muito pra buscar o jogo e somente era servido pelos balões do Indio. Jogamos ontem num 3-4 -1-2: Indio e Sorondo e Kleber, Nei Matias, Bolatti e Guina, Zé Roberto sozinho na armação e na frente Cave e Damião. Esse foi o jogo que eu vi. Pra não dizer que não falei nada de bom: que MARAVILHA o chute do garoto Oscar! Lauro cada vez mais seguro. Gostei do Sorondo. Os desarmes do Bolatti. As investidas do Zé Roberto pra cima do adversário. Reparei que individualmente temos boas participações, mas o coletivo ainda é precário. Uma coisa está me intrigando: será que os jogadores estão dando ouvidos ao C. Juarez. Alguém reparou num lance em que o Kleber foi chamado a atenção e fez de conta que nem foi com ele? Sei lá! Abraço meu querido!
Alô você Fábio!
Há algum tempo venho notando que o modelo de 1º e 2º volantes no Inter não se aplica. Vejo a orientação nos treinamentos e sua aplicação nos jogos (não é o que eu gostaria, mas…). Os volantes, no caso Bolatti e Matias ocupam a mesma linha e dividem a tarefa por lado esquerdo (Matias) e direito (Bolatti). Isso às vezes dá uma indefinição em função da dinâmica do jogo. Não reparei no fato envolvendo Kleber, portanto não posso opinar, mas não posso deixar de referir o segundo gol do Inter. Índio no segundo pau recebe um cruzamento (cabeceio) vindo da direita e cabeceia para a entrada do segundo elemento pelo meio da área em condições de arrematar (no caso Bolatti). Esse lance aconteceu na LA de 2010. O mesmo cruzamento da direita o mesmo Índio no segundo pau sendo que naquela oportunidade o segundo elemento foi o Bolívar. Coincidência? Não, treinamento. Quando ele tem mérito, temos reconhecer. Nesse caso foi ouvido, mas é possível que em alguns casos “não seja ouvido”. Cabeça de boleiro é complicada.
Melo, teimo em dizer que o Roth não é tão culpado. Não sou defensor dele, mas novamente posicionado na Social, exatamente atrás dele, não tinha como não ver a sua gritaria com o time, pedindo que avançasse e não touxesse o adversário para o nosso campo. O BolaTCHE é uma nova opção de gol, desarma bem mas no drible não sei tão bem, mas vai melhorar é claro.
Não entendo estes vaidores loucos.
O D’ALESSANDRO FAZ FALTA DEMAIS AO TIME.
O time teve raça mas era nítido que estava desorganizado dentro de campo. E muito desorganizado!
Ganhou pela qualidade técnica dos jogadores e pela fragilidade do adversário. Não dá para se iludir com o jogo de ontem e muito menos com o Celso Roth que além de colocar o Guina (que não chuta a gol) na armação ainda ressuscitou o Alecsandro. Como disse a Liane: a insegurança e a desconfiança permanecem.
Qdo ouvi que o Guina ia jogar no lugar do Dale confesso que chorei, acho que de raiva, tristeza, não entendi mesmo qual foi o raciocínio do treinador! Adoro o Guina mas acho que assim como o Indio, o tempo dele no Inter já passou. ainda mais jogando do meio pro ataque, como assim, o cara não chuta, não dribla, não cria, será que não tinha alguém da posição pra entrar no time, pelo amor de deus?
ainda bem que o resultado foi bom, os gols entraram e o nosso goleiro ontem não vazou, mas o sentimento de insegurança e desconfiança permanece.
Alo voce,
ALO MELO…
só um comentário quanto as vaias, eu as tirei do meu vocabulario nos jogos do nosso colorado graças aos comentários de voces…no próximo jogo se este Sr, for tambem, dá um endereço para ele: http://www.arquibancadacolorada.com.br……já leva um cartão pronto de casa.
Para béns pelo teu comentário
Paulo
Muito obrigado pelo seu texto! Cheguei atrasado ontem no aeroporto, peguei a Marginal lotada, quase me matei no trânsito até Alphaville e quando cheguei em casa não tinha luz! E o 3G da Claro surpreendentemente nao funcionava e nenhum link ficava em pe no iPad.
Só consegui ver algo hoje pela manha, sendo o seu texto o melhor!
Adorei o caso de internação!
Aureo