Escapou de novo

Tudo pronto para mais um jogo e o Inter, tirando Zé Roberto ainda em recuperação, estava com o que tinha de melhor. O histórico do Inter no Orlando Scarpelli não é bom, mas estatística foi feita para ser quebrada.

O Jogo

O Inter confirmou que definitivamente perdeu uma característica que mantinha desde os tempos em que era dirigido pelo Tite, o controle do jogo, posse de bola, alternância de lados. Nosso volante Elton que acrescentou muito em posicionamento proteção a zaga e cobertura aos laterais, não tem a mesma desenvoltura quando o assunto é saída de bola, passe. É claro que é um jovem ainda e está em processo de maturação, mas o início da jogada passa muito pelos volantes. O Guina nós sabemos que é um jogador do passe curto, da aproximação e não se presta ao passe longo as viradas de jogo. Aí a meu ver residiu à grande dificuldade do primeiro tempo. Há muito que não se vê o Inter trocar bola na intermediária adversária aguardando o momento para dar o golpe.

Te cuida guri, Volte logo (Imagem: Site UOL)

Um arremate de Damião em jogada do Nei antes dos quinze minutos, seguido de dois arremates, pasmem, do Guiñazu, sendo que o segundo obrigou o goleiro a fazer uma grande defesa, como que respondendo a ótima defesa de Muriel instantes antes. O jogo ia muito igual, com baixa qualidade quando após uma bola levantada propiciou o rebote ao volante do Figueira Ygor que com um chute de fora da área abriu o marcador, 1 x 0. Não se pode afirmar que tenha havido falha do Muriel, mas ficou uma sensação que era uma bola possível de defender. Mas o pior foi a lesão do Damigol. Valente, o garoto queria voltar, tentou, mas a dor e a recomendação médica falaram mais alto. Ainda antes do término do primeiro tempo mais uma lesão, Elton com suspeita de luxação no ombro, disseram os repórteres.

Veio o segundo tempo e com ele uma maior presença do Inter. Sem ser um primor de desempenho a mudança foi significativa. Bolatti foi o responsável. Apareceu um melhor inicio de jogada. A bola deixou de ser rifada, com isso apareceram jogadas articuladas pelos dois lados. Jô, um pouco melhor do aquele Jô que chegou ao Beira-Rio há algum tempo, participou inicialmente de uma jogada em que cabeceou muito próximo. Na segunda a cinco minutos depois de uma levantada de Dalessandro o zagueiro afastou de cabeça, Jô interceptou também de cabeça e na caída da bola acertou um bonito chute empatando a partida 1 x 1. A partir dai o Inter foi melhor em campo desperdiçando algumas boas oportunidades de vencer a partida.

Oscar teve a chance de matar o jogo (Imagem: site UOL)

Na melhor delas Oscar na pequena área, dominou e arrematou de pé esquerdo em cima do goleiro catarinense, que fez a sua parte e se utilizando de bom reflexo salvou o Figueira da derrota.

As Individualidades

Muriel, apesar do bom chute do volante adversário deixou a impressão de ser possível a defesa. Nei , boa atuação. Moledo e Juan vão se firmando na defesa. Atuação segura e sóbria. Kleber depois de um primeiro tempo opaco, fez algumas aparições na zona de apoio. É o desafogo do meio campo, quando aperta o jogo, bola no Kleber.

Elton não fazia uma boa partida ofensiva quando se machucou e saiu. Bolatti entrou e deu ritmo ao time, com saída qualificada. Guina foi o jogador que mais arrematou (dedo do DJ?),três vezes , uma com extremo perigo. Andrezinho depois de um primeiro tempo muito discreto melhorou um pouco no segundo tempo, promovendo boas jogadas pelo flanco direito. Delatorre entrou em seu lugar e pouco produziu. D’Ale mais um jogador que pouco produziu no primeiro tempo apareceu com desenvoltura no segundo tempo. Oscar realizou boas jogadas pela esquerda, mas precisa circular mais pelo gramado. É muito talento para ficar exclusivamente em um lado do campo, alô DJ. Damião, desta vez não foi nem nos fez feliz. É do futebol, é da vida. fez um belo gol de empate e participou ativamente de jogadas de área.

DJ prece que arrumou a defesa. Falta fazer o time jogar mais com a bola no pé. Tentou ser ousado tirando Andrezinho e colocando Delatorre, mas este não engrenou.

Resumo: perdemos mais uma chance. Jogamos melhor que o adversário, mas a exemplo do domingo último (para ficar só nesse exemplo) perdemos gol incrível e vimos a vitória escapar.

Paulo Melo – Porto Alegre/RIO GRANDE DO SUL
Vamo, Vamo INTER

15 thoughts on “Escapou de novo

  1. Alô você Luciano!
    Sandro Silva? Tô contigo nessa., porquê? Pra quê? Ontem estive no Beira-Rio vendo o greNal e vi um volante (que já havia visto), o Juliano. Olha meu amigo, ele é no mínimo igual a todos os que existem lá. Então pra que comprar outro? Tu não sabes? Eu também não. Quem souber informe.
    SC

  2. Em adendo, as lesões do Zé Roberto e agora do Damião não são simples fatalidades, mas de certa forma previsíveis numa temporada dura com Libertadores, finais do Gauchão, Recopa e Brasileirão. Uma hora acontece. Faltou sim precaução da Direção nas reposições de qualidade no ataque. Pergunto: Qual a necessidade e utilidade da contratação do Sandro Silva? E por que ainda não dispensaram o Matias? E, por fim, sem querer ser insistente, alguém tem uma explicação para o “banimento” do João Paulo? Se alguém puder me ajudar a entender essas coisas, agradeço de coração Colorado! SC

  3. Era previsível. Desde quando a CBF começou a marcar amistosos em cima de amistosos, pensei que em algum momento, Damião e Oscar poderiam desfalcar mais ainda o colorado. Dito e feito. Quando Damião voltou da Seleção depois de fazer o gol com a amarelinha, não treinou e foi direto jogar no Beira-Rio. Às vezes, se esquece que jogadores não são máquinas. Todos têm de respeitar seus limites.

  4. Melo, entendo a preocupação em não precipitar a análise do jovem Delatorre, mas não podemos fazer experiências em um campeonato tão importante como o Brasileirão. Isso se faz no Gauchão. Com a saída do Sóbis, ficamos sem opções para uma (ou duas) eventual lesão de um atacante titular. Está evidente que o rapaz não poderia ter sido lançado. No gre-NAL ele inexistiu e nas outras oportunidades em que jogou foi muito inexpressiva sua contribuição, mesmo nos jogos em casa, onde, teoricamente, teria melhor condição com o time sempre tomando a iniciativa. Acho também que a contribuição do Andrezinho tem sido muito aquém de sua valorização pelo Clube. Nem a bola parada está funcionando. Ao menos o Jô na posição de centroavante poderá dar uma razoável contribuição, esperamos. Não dá pra queimar de novo o guri, vamos deixar ele pegar experiência no Gauchão e ver se vai dar certo. Assim como os teus felizes exemplos, temos também jogadores como Fabio Pinto, Diego e Caíco que simplesmente não deram certo. É da vida. SC.

  5. Paulo:
    O resumo do jogo de ontem tem sido a consequência de jogos anteriores, pois o time vem jogando melhor, o sistema defensivo mesmo tomando gol da sinais de melhora e as coisas ainda estão se encaixando. A minha avaliação, que primeiro sempre tem que começar arrumando o sistema defensivo para depois pensar no sistema ofensivo e isto é que o Dorival Junior vem realizando. Nesse sentido a minha preocupação para o próximo jogo fica nas ausências, pois não contaremos com Juan, Elton e Kléber, por príncipio não gosto de lamentar jogador que não pode jogar pelo motivo que faz parte do jogo, mas o que me dá medo é os possíveis substitutos e depois virarem titulares e volta o problema antigo (internamente o técnico será que terá forças para mudar depois).
    Outros aspectos que eu queria levantar: com sinceridade não vi falha no gol que Muriel levou, pois nas imagens que tive parecia que o goleiro estava encoberto na hora do chute e quando ele viu a bola estava em cima e, por isso, ele pulou atrasado. Outro ponto a ressaltar a escola do futebol argentino e o de toca e sai para receber e por esse motivo que os “hermanos” chamam seus meio-campistas de volantes como é o caso do Guiñazu, do Bolatti e do D’Alessandro. Neste sentido, demonstra a mania de fazer rodar muito a bola antes de chegar a goleira adversária, além de hoje não termos mais o Alex que tinha um bom chute de longe que mandava uma bomba e pegava o goleiro desprevinido (o Óscar que tinha essa mania parou de chutar) e aí queria explicar um pouco o Guiñazu que sabe virar o jogo e é um dos melhores passadores do time, mas não gosta de virar o jogo pelo hábito do recebe, toca e desloca na tentativa de se desmarcar e abrir espaço no time adversário e também mostrou que sabe chutar, mas prefere cruzar, dar uma assistência para um cruzamento ou um passe para que outro possa rematar, por não ser a sua especialidade o chute. O Bolatti é outro jogador que me aparenta não ser da função de centro-médio (ou primeiro volante), pois também gosta de sair para o jogo e deixa um espaço vago atrás dele propiciando a penetração do time adversário, portanto a função dele esta muito mais para meia articulador como o Guiñazu, mas ele é mais lento e vejo ele com a possibilidade de jogar em uma posição mais fixa e pela sua capacidade de marcação, seu cabeceio e seu passe de ser um bom quarto-zagueiro para fazer companhia ao Élton e ao zagueiro central (jogou metade de um segundo tempo improvisdo como zagueiro e se saiu bem). Com relação ao Delatorre, até agora este jovem da base me demonstra ter potencial, mas anda jogando deslocado e nesse sentido me parece perdido, pois quando estava nas divisões inferirores aonde fazia muitos gols ele era referência no ataque sendo municiado por dois jogadores que estão esquecidos que era o João Paulo e o Lucas Roggia.
    Por último queria fazer um comentário para o DAMIÂO para ele não se abater e ter força, que isto faz parte da profissão e que logo estará de volta fazendo um monte de gols que é a sua especialidade e se alguém tiver a oportunidade passar isto a ele, pois o choro e a vontade de ele querer voltar demostra o caráter que um jogador do INTER deve ter, ou seja, querer sempre algo a mais na busca de ajudar o time a conquistar os seus objetivos.
    Saudações Coloradas.
    Cláudio R. Vidal

    1. Alô você Vidal!
      Muito bom ler seus comentários. Quanto ao Muriel entendo o seguinte: não afirmei que ele errou, disse que deu a impressão de que a bola era defensável. Quando tu dizes que ele estava encoberto e saltou atrazado estamos falando a mesma linguagem. A bola era defensável e ele só não defendeu porque saltou atrazado, saltou atrazado porque estava encoberto, e isso é um atenuante, ou seja a culpa é diminuida mas existiu, por outro lado concordo em gênero número e grau com tuas observações em relação ao Bolatti, tem qualidades mas também o acho um pouco lento.
      SC

  6. Pois é, Melo! O jogo contra o Palmeiras no Pacaembu foi emblemático: o INTER foi mortal nas vezes em que arrematou, enquanto o Palmeiras chutou, cabeceou, chutou de novo e não conseguiu fazer nenhum gol, lembra? É isso, nos jogos contra Coritiba e Figueirense desempenhamos um papel semelhante àquele Palmeiras. Temos que continuar acreditando que nossos atacantes terão mais concentração na hora de concluir (Cleber não poderia ter errado aquele pênalti e nem Oscar perdido aquele gol incrível de ontem). E que o Damigol volte logo! SC

    1. Alô você Aquidaban!
      Concordo em gênero número e grau. Adiciono ainda nos gosls perdidos aquele contra o Coritiba que nosso grande Damião dominou como manda o figurino e colocou…pra fora. Mas tem muito crédito, é do jogo, é do futebol.
      SC

    1. Alô você Luciano!
      Eu me coloco sempre como um otimista incurável. Minha vivência me dá alguns subsídios que reforçam a posição adotada. Vi dois avantes (só para citar dois) serem ao final bem sucedidos. Se tornaram ídolos depois de um período de purgatório. Falo de Valdomiro, uma lenda, e Rafael Sóbis. O Delatorre é um jogador que precisa de afirmação, tem potencial. Alguns jogadores custam mais a amadurecer do que os outros. Não passou pelos processos que outros atacantes de sua idade tiveram. Não fez sequer uma temporada no sub 20. Vamos levar em consideração que ele foi chamado dos juniores para uma emergência, na impossibilidade do titular Zé Roberto. Podemos até testar outros, Siloé, talvez, que vem bem na taça Laci Ughini. Mas não podemos descartar o jovem agora.Equilíbrio e parcimonia me parecem adequados à direão técnica.
      SC
      SC

  7. É, embora eu ache que se essa situação que apareceu pra nós em Floripa estivesse com São Paulo, Corinthians, Vasco, Flamengo e Botafogo eles ganhariam o jogo mesmo assim. O Figuera é um time remendado que só tende a cair e brigar contra a serie B. Não escapou, perdemos a chance… de novo.

    1. Alô você Simone!
      As vezes as coisas não andam conforme queremos e gostaríamos que andassem e aí a gente cai na incredulidade. Se é bem verdade que estamos deixando de ganhar, com méritos, alguns preciosos pontos que poderiam nos alavancar a melhores posições é verdade também que existem alguns sinalizadores que não deixam nenhuma dúvida, quanto a paridade do campeonato. Fiz um apanhado dos cinco times times que citastes jogando no Orlando Scarpelli contra o Figueira e veja o resultado: Figueira 1 x1 Vasco, Figueira 2 x 2 Fla, Figueira 2 x 0 Botagofo. ´Dos times que citastes o único a vencer lá foi o São Paulo na 21ª rodada por 1 x 2. O Corinthians não jogou lá no returno mas no primeiro turno se enfrentaram em SP, resultado: Corínthians 0 x 2 Figueira. Portanto como podes ver tiveram na mesma situação e o desempenho foi esse aí.
      SC

      1. Não é bem isso que me referia Melo. Me refiro à situação do jogo, gana do elenco e a vontade de quem entra no lugar dos lesionados. Se o Vasco perdesse durante o jogo por lesão o Diego Souza e o Juninho Pernanbucano, por exemplo. Teria vencido ontem de qualquer jeito. O que vem a colaborar é a instabilidade do adversário que não sofria essa ‘ansiedade” a alguns jogos atras. No fim, o que quero dizer é que falta ” um Q de campeão” ao grupo colorado…

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