Caxias e o futuro do futebol

Impressionou a quem esteve em Caxias, nos primeiros 90 minutos da decisão do gauchão 2012, a falta de torcida do time local. Se numa decisão é assim, o que será dos demais jogos? Como sobreviver na indústria futebolística sem o apoio da torcida?

E aí não adianta colocar a culpa da imprensa…Ou adianta?

Não vi entre torcedores do Inter e do Caxias nenhum tipo de animosidade maior, a não ser as provocações normais dentro do estádio, em uma final. Mas pude ver cenas de total irracionalidade com profissionais da imprensa, que estavam lá apenas para trabalhar. É provável que a maioria deles não concordasse com o que as “empresas” do jornalismo fazem do futebol gaúcho. Mas estavam lá representando-os, e porque  a maioria não tem a opção de trabalho, a não ser manter-se onde estão, pagam o pato, literalmente escrevendo.

O jogo em sí me surprendeu. O Inter mesmo cheio de desfalques brigou bastante. Mas um erro de posicionamento do meio de campo fez o ataque sofrível no primeiro tempo. Com a ajuda do Jô, é claro (não me peçam para ser mais tolerante).

Mas eu queria ver o Oscar e vi. Claramente fora de ritmo e preso pelos espaços ocupados pelos colegas, foi só após os 20 minutos do primeiro tempo que o percebi mais tranquilo, mais dentro de campo. E foi bem no momento que o Caxias procurava mais o gol, e achou.

Algumas pessoas gritavam que tinham que tirar o Jô e colocar o Jaja na frente. Quase arrumei uma briga por causa disso. Na minha forma de ver o desenho tático, o Jaja era mais meio mesmo e o Oscar precisava ir à frente. Mas aí o meio ia embolar, já que o Tinga visivelmente cansado no início do segundo tempo, por razões óbvias, não se arriscava mais na frente. Aos poucos memso que não bem assim, o Dorival foi trocando algumas peças e chegou perto do que eu havia pensado. E o gol veio de Oscar e não foram poucas as pessoas que se emocionaram…Porém o ataque continuou sofrível.

Foi o suficiente para ter mais vantagens do que simplesmente jogar em casa os últimos 90 minutos. Penso que no Beira Rio o INTER será outro..Mas é bom não dar chance pro azar. Até porque imagino que na quinta vou ter que tomar todos meus calmantes e quero no dias das mães apenas cantar e estar feliz!

Saudações coloradas.

Adriana Paranhos – Porto Alegre/RIO GRANDE DO SUL
Conselheira do Sport Club Internacional e Fundadora da FFC (1º Torcida Organizada Feminina)

4 thoughts on “Caxias e o futuro do futebol

  1. Nenhum clube do interior Gaúcho lota seu estádio em uma final de Gaúcho ( a não ser que caibam 5 mil no estádio)
    Sou Juventudista e te digo uma coisa Caxias do sul tem 500 mil habitantes a maioria de fora da região da serra vindos la da fronteira. Outra coisa uma cidade de 500mil habitantes tem somente UMA radio que valoriza o futebol da cidade, sabe o que a 2ª maior radio AM de Caxias faz.?… transmite os joguinhos da dupla, isso é muito mas muito ridículo qualquer Cidade com 50 mil habitantes tem 2 ou 3 rádios cobrindo o seu clube.
    A falta de visão da imprensa Gaucha é ridícula ficam um amontoado todos centralizados em um mesmo local e que nunca serão diferentes da nave mãe ( Globo, RBS), e que quando terem dinheiro o que vão fazer… nada de diferente pois serão que nem a Record ou Recópia como queira.
    Quantos clubes gaúchos na série A 2, B 0, C 1, D 3… será mesmo que todos esses clubes e que todas as pessoas que passam diariamente tentando fazer futebol estão erradas?
    O que Caxias tem a menos que Santos e Florianópolis?????????
    Falando em Floripa pode escrever que ainda até o fim dessa década de 3 a 4 times de SC estarão na série A. Figueira, Avaí, Criciúma, Joinville e Chapecoense, os caras estão a anos luz na frente da FGrenalF.

  2. Adriana, não sei se por ter vivido meus primeiros anos na colônia italiana (nasci em Flores da Cunha e morei também em Bento Gonçalves) teu comentário me tocou muito. Penso que a forma de disputa do campeonato gaúcho deva ser repensada, pois não há graça nenhuma colocar em campos opostos clubes com plantéis astronomicamente superiores, com folhas de pagamentos totalmente incomparáveis e pensar em igualdade de condições. É um fórmula injusta que só serve como ajuda para a sobrevivência desses clubes. É semelhante a receita obtida por uma safra, pois serve somente para sobreviver durante aquele ano. A outra, só no próximo ano. Só um milagre e uma incompetência muito grande, explicam uma perda de um título regional pela dupla da Capital. Sem fazer analogia direta com o campeonato brasileiro, devido a diferença de proporções, envolvendo grandes clubes e estados, onde se mistura o bairrismo, mídia forte e grandes interesses, o que pode mobilizar, de forma duradoura, esses torcedores dos clubes do interior para uma disputa tão desigual e com a certeza da descontinuidade? O que mudou para o Caxias com a vitória do 1º turno? Penso que a única solução seria lutar para assegurar ao campeão do interior a presença na Série A, o que, de momento, devido a n circunstâncias, seria injusto com os clubes dos demais estados e se torna impossível. Sem grandes jogos e sem receita se torna impossível o crescimento desses clubes. Falando de gente, clubes ou trabalhadores, infelizmente a vida é assim, os ditos “pequenos”, os menos favorecidos e os mais necessitados, precisam de muito mais forças para vencer que os outros, principalmente por não contarem com a ajuda de ninguém. Lembrem que quando o Juventude teve ajuda (investimento) de um grande empresa se tornou uma equipe respeitável no Estado e no Brasil. Eu só não entendo e não encontro jusificativas para que os mais favorecidos por condições tão excelentes de vida, de trabalho, de oportunidades e com a devida (ou indevida,comparada com os demais trabalhadores brasileiros) recompensa pela sua dita qualidade, como os dirigentes, técnicos e jogadores de nossos grandes clubes, cometam os erros, os equivocos e as omissões que estamos vendo todos os dias. Espero que na quinta-feira e no próximo domingo, assim como em todas as outras oportunidades que surgirem, aqueles que vestirem o MANTO COLORADO, dirigentes, técnicos e jogadores, o utilizem com o devido respeito, cumpram com suas responsabilidades e honrem os sacrifícios e sonhos de nossa torcida.

  3. Alô você, Adri!
    Mas veja só, se a FGF, instituiu (a mais de 20 anos) o rídiculo prêmio consolação de Campeão do Interior e os clubes do interior não só gostam como também fazem questão de colocar em seus currículos, ostentar faixas e etc, nada mais natural que a reação de inferioridade que o torcedor apresenta. A propósito, quando o próprio Caxias ou o Juventude foram campeões, para ficarmos nos últimos dois, quem foi o “Campeão da Capital”?
    Que coisa provinciana

  4. Adriana:
    Análise perfeita de uma partida em que o Caxias só teve força pelo erro de posicionamento defensivo quando tinhamos bola parada no nosso ataque, pois subia todo mundo e deixavam o Guiñazú e o Nei no mano-a-mano com os dois atacantes velozes dos adversários sem sobra, por isso tomamos aquele gol. No intervalo, nos vestiários foi corrigido este defeito, ficando o Sandro Silva para fazer companhia ao lado do Nei e com o Guiña na sobra, com isso passamos o resto do jogo mais tranquilos e só no final na base do abafa e do desespero que o Caxias levou algum perigo, com uma falta infantil do Bolívar e duas subidas do lateral esquerdo do time da Serra, que o Muriel esteve seguro nestes três lances. O único lance a lamentar foi aquela bola na trave do João Paulo que se ele tivesse feito, além de ser um gol muito bonito nos teria dado uma vitória que praticamente selaria a conquista de mais um título gaúcho.
    Com relação ao Óscar no primeiro tempo ele cumpria uma função de segurar a subida do bom lateral esquerdo grená (Fabinho) e se aventurou como um antigo ponteiro-direito e foi até que bem. Já no segundo, ele inverteu de lado jogando mais pela esquerda com a parceria do Fabrício e depois com o Gilberto, surgindo daí a jogada do gol com o belo lançamento do Jajá.
    Com relação ao público me perguntei a mesma coisa e meus vizinhos de arquibancada também comentaram. Um time do porte do Caxias, que leva doze anos para voltar a uma final de campeonato, não consegue lotar o seu estádio, qual jogo que eles conseguirão lotar. A pergunta que fica, quais os motivos da falta de público: ingresso caro, televisão, estrutura local ou algum outro motivo. Depois queixam-se que em outros estados tem mais clubes na Série “B”, ou na “C” do que o nós, mas ás entidades esportivas do nosso interior não conseguem lotar o seu estádio nem em uma final de Campeonato Gaúcho, pois como um clube pode aguentar sem o apoio da sua comunidade local.
    Agora é esperarmos por quinta-feira, pois: “Não está morto quem peleia”.
    Por uma América TRI-Vermelha!
    Saudações Coloradas!
    Cláudio R. Vidal

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