Viver nos impulsiona a arriscar. Como pular de um precipício sem saber se lá em baixo vai ter alguém de braços abertos para te salvar. Viver é aprender a confiar. É se jogar do alto sem ter medo do tombo. Às vezes dá um medo desgraçado. E como dá.
Lembro de sentir um medo enorme antes e durante o jogo contra o Barcelona em 2006. De ir, de ficar, de resistir, de não suportar. Medo de perder, de fazer feio…fracassar. Medo das descobertas, das coisas encobertas, do novo, do velho, do que foi difícil chegar até ali e depois perder tudo. Lembro das inúmeras sensações que me vendaram os olhos, que me amordaçaram a boca e que me taparam os ouvidos. Lembro do jogo contra o Payssandu em 2002. Da administração Fernando Miranda. A campanha solitária de ser o único portoalegrense na primeira divisão do nacional em anos anteriores. Lembro do quanto o meu coração gritou: E agora?!?
Dia desses me disseram que sou dramática, que faço tempestade num copo d’água, que eu precisava relaxar um pouco e abstrair mais. Mas não tem jeito. Se há algo me incomodando, nunca, nunca consigo ficar no estado relax. Acontece que eu vivo para sentir. Sou a menina das emoções radicais, que tudo sonha e idealiza. Mas também sou o tipo de mulher com os pés no chão, que tudo calcula e ainda tira a prova dos nove. Sinto demais, penso demais, exagero demais. Meus sentimentos são à flor da pele e os meus cinco sentidos são bem aguçados. Intensa. Sou assim e ponto. Agora , depois do caso Oscar, das investidas contra D’Alessandro, do contrato com a AG, as baladas do Jô e o fiasco na Libertadores, vem essa história de sem teto.
Ser um “sem casa” no Brasileirão, dizem os especialistas, que já vitimou Atlético e Cruzeiro em Minas. Ledo engano. Eles perderam porque os times deles eram ruins. Se o Inter tiver que ficar jogando fora do Beira Rio neste brasileirão, eu acho que o clube deve fazer limonada deste limão. Seja intinerante. Promova alguns jogos chave em estádio do interior. Premie com sua visita o sócio de Pelotas, Novo Hamburgo, Caxias, Bento Gonçalves, etc… Jogue algumas partidas consideradas de risco no Olimpico. Que mal tem? Eles não jogaram partidas de série B no nosso gramado??? Vamos ser adultos. Futebol é onze contra onze, a grama é verde, a cal é branca, a torcida vai estar junta mesmo e jogador anda no conforto e ganha bem pra fazer o seu melhor. Há um prejuízo técnico? Sim, há. Mais nada que um time que quer ser campeão depois de tanto tempo não seja suficientemente forte para passar por cima. Este é meu pensamento a respeito disso. Não devemos ter medo. Nenhum brasileiro aqui é mais temido quem um Barcelona em “Iocorama”.
Lembro também de não mais sentir medo. Lembro de superar o que parecia insuperável. Uma mistura de força, de alívio, calmaria. Mudança de foco. De lugar. Um prazer e um conforto de estar em minha própria companhia. De momentos difíceis, de superação. Também teve a raiva em momentos de apatia e salto alto. Mas faz parte. E tudo fica mais interessante quando os vermelhos entram em campo.
E novamente me apaixono. Me encontro. E isso não se descreve, de tão maravilhoso que é. Respiro coragem, faço figa, retomo o fôlego. E torço. Dentro o fora do gigante. Não importa. O importante é ter postura. Encarar o lado escuro, o que não se sabe, o que não se entende, um adversário até mesmo superior. Nada pode ser maior e mais forte do que a esperança. Nada pode passar por cima e falar mais alto do que o meu valor. Nada.
Sou da tribo dos que quando quer alguma coisa, luta até o fim. Se der, deu, se não der, é porque não era pra ser. Tudo bem em perder se foi com luta e dignidade. Sem covardia. A consciência tranquila prevalece, de que foi feito o possível, de que dado o melhor. No Gigante, no chiqueiro ou na Montanha. O olhar é para frente, prossigo. Entenda que nada é em vão, nem por acaso. E quer saber? Às vezes nem precisa ter razão. Só emoção, coração. Acreditar. Ainda que doa, ainda que eu tropece, ainda que eu caia. Mas a gente se levanta. Cada vez mais forte, cada vez mais resistente. Mais e mais. Porque essa é e sempre será minha palavra favorita. Acreditar.
Com a certeza que sempre haverá um por do sol à minha espera. Para ser visto sem pressa. Com mais calma, mais alma. Novos vermelhos, novos sabores, de felicidade. E se você também é do time que adora experimentar novas emoções, vem cá.
Abre os braços e se joga daqui comigo!
Beijocas…
Simone Bonfante – Criciúma/SANTA CATARINA
Inter: no campeonato das paixões és líder invicto e isolado!
Acalmem-se todos pois o Gigante está liberado e o Cruzeiro é que vai pagar o Pato, quero dizer o Nilmar.
Alô você!
Eeehhhh, Simony!
Mais uma joia de texto. Essas tensões, momentos de expectativa, definições, indefinições, apostas geram tudo isso que escrevestes. Prestigiar a “turma do interior” é algo que deve ser feito independente do que vier a acontecer. Ninguém é mais colorado do que ninguém, mas a que se considerar que pagar sua mensalidade em dia sem poder estar dia a dia convivendo com o Beira-Rio é algo que deve e ser considerado. Ah, quanto ao mergulho, to nessa (desde que haja escafandro, salva-vidas, essas coisas).
SC
Com Dorival não iremos longe. SC
o Inter devia contratar o Jô do Atlético MG….
Não é de se admitir que um clube estruturado e sem pressão tenha os mesmos 12 pontos que o bagunçado e desorientado Flamengo. Temos que analisar friamente quem somos e quais nossas reais capacidades. O que se viu na Bahia é vergonhoso para um time com a folha de pagamento que tem.
O Inter tá deixando pelo caminho pontos importantes contra adversários duvidosos..vamos brigar de novo por pré-libertadores.
Bah, que falta de vontade em jogar bola. Inventaram um pacto e cumpriram mesmo. Que vergonha! Já perdemos pontos pra Fluminense, onde poderiamos ter ganho, e as babas do Bahia, Botafogo e Flamengo… que vergonha…não vamos muito longe assim não.