Todo Colorado está ansioso com o compromisso semifinal da Libertadores diante o São Paulo. A exemplo de 2006, quando o Internacional faturou o torneio continental, a Copa do Mundo serviu para aguçar ainda mais a expectativa do torcedor, servindo de intertemporada para as equipes se prepararem. Mas as coincidências devem parar por aqui…
Naquele ano, era sabido exatamente das “condições” do grupo e tinha-se uma noção precisa daquilo que o time poderia apresentar em campo. Mas e agora há alguns dias do primeiro confronto?
Além da mudança no Comando Técnico, a Diretoria do Inter buscou reforços, justamente para oferecer ao novo treinador mais opções de qualidade no elenco. Em 2006, a luta foi para manter o grupo, que até perdeu quatro peças, mas apenas no fim da Taça Libertadores.
Daí me pergunto: em que “condições” esses jogadores estão chegando??? Qualidade todos eles provaram ter de sobra. Renan, Tinga e Sóbis são ídolos, idolatrados pelo torcedor. Mas devemos analisar quatro situações (que vamos chamar aqui de “condições”), distintas e muito importantes antes de esperar dos recém chegados as soluções definitivas contra a oscilação de rendimento do time Colorado nos jogos.
O primeiro aspecto é a condição “contratual”. Ponto para a Diretoria que conseguiu firmar o retorno destes atletas. Todos eles já estão vinculados ao Inter e estão trabalhando com o restante do grupo.
Vamos ao segundo aspecto, também de cunho burocrático: condição “de jogo”. O que tudo indica, a Diretoria está mostrando sua força perante a CBF e está próxima de antecipar as janelas de transferência em tempo hábil para inscrevê-los na Taça Libertadores. Neste quesito também se envolvem negociações e muita conversa, mas tudo de outro gênero, diferente da primeira condição. A cúpula Colorada só se manifesta quando tem êxito em sua tratativa, por isso, ainda é hora de esperar e ter um pouco de cautela.
A terceira condição é a “física”. Tinga já vem trabalhando há mais tempo e realizou, inclusive, um jogo-treino com os suplentes Colorados. Renan ainda está em processo de recondicionamento, bem por isso o treinador Celso Roth vem elogiando o trabalho do goleiro Pato. Sóbis, realmente, é o que mais preocupa! O clamor de toda a crônica, da crítica e do torcedor desde o fim da temporada passada, foi a da contratação de um matador, alguém que se responsabilizasse em empurrar ao gol as jogadas criadas pelo time. Todos aguardavam por um substituto de Nilmar à altura. Ele veio e já treina no Beira-Rio. Ao meu ver, Alecssandro deve continuar atuando como centroavante, mas agora, não precisará sair tanto da área para buscar o jogo como vinha fazendo. Ao lado de Sóbis, a tendência é que Alecssandro tenha um rendimento melhor e consiga cair na graça do torcedor definitivamente.
No entanto, como havíamos dito anteriormente, Sóbis mal começou a trabalhar com bola, vem de um histórico recente com lesões sérias que praticamente lhe tiraram a chance de disputar o Mundial de Seleções deste ano na África. Futebol não é matemática e está longe de ser uma “ciências exata”. Cada jogador tem um organismo, um rendimento, enfim… é difícil dizer, neste momento, se o trabalho de Fábio Mahseredjian conseguirá em um intervalo de tempo tão curto render tudo que a torcida e o treinador espera em relação a estes atletas.
Por fim, a última condição é a “tática”. Sim… porque se Futebol não é matemática, também não é natação e nem boxe. O esporte coletivo exige entrosamento, ritmo de jogo e uma série de situações recepcionadas na continuidade e no cotidiano do dia-a-dia que as partidas e a bateria de treinamentos vão acertando.
Qualidade não falta ao Inter, mas futebol de alto nível precisa ser analisado dentro destes tópicos. Todas estas “condições” são distintas, mas apenas a harmonia delas pode nos ofertar o resultado tão esperado. Esta semifinal contra o São Paulo, sem sombra de dúvidas, é um dos compromissos mais importantes da história do Internacional. Chegar às finais, lutar pelo título das Américas e, quem sabe, representar o continente no Mundial de Clubes no final do ano é TUDO que a Direção e a torcida sonham para 2010, mas precisamos ser proporcionais na hora de cobrar um resultado. Não se trata de pessimismo, longe disso, apenas devemos estar atentos, precavidos acima com os obstáculos que o treinador tem de enfrentar na hora de montar a equipe. Lembro, repito mais uma vez, em 2006 a luta foi constantemente para manter o elenco, já neste ano, houve reformulações em todos os sentidos no Inter durante a Copa, seja na Comissão Técnica como no elenco de jogadores. A medida imediatista nunca é a melhor solução, porém, em algumas vezes, é a única alternativa que resta.
Saudações Coloradas
Mas que beleza, o ARQUIBANCADA ganhou um novo Bloqueiro e excelente analista, parabéns Rafael.
Confesso que como torcedor, penso como a Simone, esqueça-se janela e forme um esquema vencedor com o grupo atual. Concordo totalmente contigo sobre o Sobis, é o mais preocupante e já estou achando o Pato mais seguro, pois o Roth proibiu ele de dar aquelas saídas loucas do gol, onde embaixo deste ele é bom. O São Paulo, completinho e em casa perdeu para o Avaí e não levou mais por pura sorte, assim, vem em igualdade de condições, ou melhor, acho que eles vem piores condições.
Independente do ponto de vista, o desejo de todos nós é um só, VENCER, VENCER E VENCER.
Grande abraço,
Amiga Simone… concordo com você, lógico. Mas o ponto em debate que eu quis levantar foi o seguinte: devemos ponderar um pouco na hora de cobrar alguma coisa.
Porque? Primeiro que a torcida do Inter é muito conhecida por sua exigência – fato. Todos que passam pelo Colorado deixam isso muito claro em suas “biografias”. Mas isso tem um lado bom e um lado ruim.
Cobrança não permite ócio e desleixo. Exigência invoca atitude, benéfice esta que faz todos os seguimentos do Clube se mexerem, não aceitando ficar “parados” olhando a boiada passar. Contudo, quando a “corneta” é desproporcional, acaba sobrando para muita gente, mas muitos são obrigados a carregar “o fardo” injustamente.
O Jogador é o menos culpado e tranquilidade para trabalhar é fundamental, até porque tem muito chão pela frente, com ou sem Libertadores. A Direção pode até ter se equivocado no início, mas reconheceu o erro e foi ao mercado em busca de alternativas. O Fábio Mahseredjian não terá tempo suficinte para realizar um trabalho 100%. Viu só? Cobrar faz parte da gente, somos exigentes mesmo, mas nos falta, às vezes, auto-crítica na hora de analisar as coisas!!!
Peço APENAS para guardarmos as devidas proporções tanto na hora de parabenizar quanto na hora “cornetear” alguém. Sei que futebol é pura paixão, mas uma “pitada” de razão nesta receita, também é importante.
Saudações Coloradas
Rafael, pra falar a verdade, a única condição que me interessa é a condição da VITÓRIA. O São Paulo perdeu em casa pro AVAÍ. Eu disse AVAÍ. Tá certo que libertadores são outros 500 mas o SP mostrou que tem os mesmos problemas que nós. Tô cansada desse papo de antecipação de janela e bla,bla,bla… Vamo, Vamo, Vamo Inteeeerrr!!! Se a dupla FC e VP foi incompetente e não reforçou o time antes,temos que sofrer com esse ônus. Vamos passar assim mesmo (até com o Alecsandro sozinho na frente), TEMOS QUE CRER,e torcer…MUITO.